O que faz um arquiteto?
O arquiteto trabalha com o
planejamento e a edificação das mais diversas construções, como prédios, casas,
praças, parques e centros esportivos. O profissional é responsável por apresentar
soluções criativas que utilizam melhor o espaço e que conciliam todos os
processos da construção, a fim de atender às necessidades estéticas e
funcionais dos clientes.
A área de arquitetura e
urbanismo é bastante ampla e oferece ocupações diversas. Pensando em te ajudar
a entender mais sobre a profissão, separamos as principais funções do
profissional desse setor, bem como as formações básicas para ingressar na
carreira.
Funções do arquiteto
O arquiteto pode desempenhar
diferentes papéis durante a construção ou a reforma de uma edificação, veja:
Projeto
O arquiteto pode estar
presente desde os primeiros passos da construção, escolhendo a localização e o
tipo de terreno para a obra. Ele também é responsável por medir os impactos
legais da edificação e regularizá-la de acordo com o projeto arquitetônico da
região. Caso esteja trabalhando em um órgão público - construindo uma escola
municipal, por exemplo -, ainda precisa analisar todo o entorno para definir
como as dependências do colégio irão ser inseridas no espaço urbano.
O profissional poderá desenhar
a planta da construção e definir como o espaço disponível será utilizado para
produzir exatamente o que o cliente necessita. Imagine o seguinte exemplo: uma
família contrata um arquiteto para construir uma casa de 2 quartos, só que o
terreno é bem pequeno. O trabalho, então, se concentra em estudar a área e
pensar em uma organização de cômodos que aproveite melhor o espaço. Até o
posicionamento de portas e de janelas são pensados para tal e podem ser estratégicos
para a economia de energia, por exemplo.
Coordenação da obra
O arquiteto pode trabalhar com
a conciliação dos elementos necessários para a edificação de uma obra, ligando
diferentes partes - engenheiros, pedreiros e fornecedores - para cumprir prazos
e controlar os gastos. O profissional também é responsável pela escolha e pelo
recebimento dos materiais, possuindo a incumbência de contornar os possíveis
problemas com soluções criativas.
Arquitetura de interiores
O profissional participa da
organização dos espaços interiores, tanto em edificações quanto em reformas. Ele
é o responsável por combinar os diferentes elementos para oferecer conforto e
funcionalidade; harmonizando a iluminação, a ventilação e o posicionamento dos
móveis, por exemplo.
Paisagismo
Os profissionais da área de
ambiente e
paisagismo são contratados para a construção de espaços como jardins
e parques, tanto no setor privado quanto para prefeituras, por exemplo. Além
disso, o arquiteto pode se especializar na elaboração de fachadas, sacadas e
até de pequenos ambientes verdes dentro das casas e apartamentos.
Planejamento urbano
São carreiras mais
relacionadas ao conceito de urbanismo, que diz respeito à organização do espaço
urbano. O arquiteto pode trabalhar com o planejamento de bairros e espaços na
cidade, pensando em construções harmônicas entre si e com o meio ambiente. Além
disso, há a opção de ocupar cargos que regulamentem o projeto arquitetônico da
região e concedam permissões às edificações.
Engenheiro x arquiteto
São profissões que se
complementam e trabalham juntas. O engenheiro está mais ligado à parte técnica
da construção, calculando o que é necessário para colocar a obra de pé. Os
profissionais de engenharia civil também se preocupam com fatores como tipos de
materiais, inclinação do solo, umidade e incidência de ventos.
Outra carreira próxima à de
arquitetura é a de design de interiores, cujo profissional é responsável por se
preocupar com as cores, os estilos de móveis e a decoração de um ambiente. A
profissão é relativamente recente, tendo sido regulamentada apenas em 2016.
Fato é que os três tipos de profissionais citados trabalham em congruência para
a realização das mais diversas obras.
O Curso de Arquitetura e Urbanismo
Os cursos de Arquitetura e
Urbanismo geralmente possuem uma grade curricular que mistura ciências exatas e
humanas. O aluno precisa aprender tanto conteúdo de física quanto questões
relativas à história da arte, por exemplo.
Para te ajudar a entender o
que encontrará na graduação, selecionamos alguns exemplos de disciplinas do
curso de Arquitetura e Urbanismo oferecido pelo Instituto de Arquitetura e
Urbanismo de São Carlos, da USP de São Carlos/SP.
Introdução à Teoria da Arte, Arquitetura e da Cidade
Estudos da área de humanidades
relacionados à história da arte, da cidade e do urbanismo.
Matemática para Arquitetura
O aluno aprende conceitos
fundamentais da matemática para a execução das funções de um arquiteto.
Física
A disciplina trabalha temas
como energia, transmissão de calor, equilíbrio estático, acústica e iluminação.
Conforto Ambiental nas Edificações
Ensina o aluno a criar
projetos que atendam às necessidades humanas, mas respeitem o meio ambiente e
economizem energia.
Estética
Estudo da estética e da
posição da arquitetura enquanto uma produção artística.
Sistemas Estruturais em Concreto I-A
Ensina a utilização do
concreto e outros minerais para a edificação de estruturas. No curso ainda há o
estudo de outros materiais, como o aço e a madeira.
Arquitetura e Urbanismo, Ética e Sociedade
Estudo de como a arquitetura
se relaciona com a sociedade brasileira, suas características e seus principais
problemas.
Mercado de trabalho
O arquiteto pode trabalhar
dentro de empresas privadas, de órgãos públicos ou de maneira autônoma, sendo
contratado para projetos específicos. Ele pode lidar com grandes construções,
bem como pequenas reformas de cômodos dentro das casas - tudo depende da área
em que o profissional se especializar e desejar seguir.
O mercado de trabalho costuma
estar aquecido, principalmente em épocas de recuperação de crises, visto que as
pessoas e as empresas passam a investir novamente na construção civil. Uma
projeção para o futuro é que se passe a reformar as casas em função de
adaptá-las às novas tecnologias, principalmente com a inserção de
eletrodomésticos e sistemas inteligentes.
1. A prática está sempre
evoluindo.
É impressionante o que a
arquitetura evoluiu desde que concluí a faculdade, em 2005. Apesar de sabermos
que o surgimento de várias tecnologias ocorreu muito antes disso, na última
década observamos o estabelecimento do BIM, a parametrização por algoritmos e
todo o tipo de análise por simulação, além da popularização de estratégias
sustentáveis e certificações.
2. É um estilo de vida.
Assim como os metaleiros,
arquitetos criam seu próprio círculo social, onde interagem e até mesmo
procriam dentro deste nicho próprio (sou um exemplo). Existem ainda padrões
comportamentais específicos, como observar o teto dos ambientes, criar teorias
arquitetônicas que solucionariam problemas reais do mundo e tentar consertar
geometrias estranhas no imaginário.
3. Nós geramos medo (e consequentemente respeito).
Muitas pessoas nos observam
como uma espécie de Gandalf urbano: eles sabem que estamos vendo algo que elas
não estão, em qualquer lugar. Essa “visão além do alcance” vale especialmente
para visitas em suas residências…e eles sabem que não vão solucionar essa
questão simplesmente lavando a louça ou arrumando a sala.
4. Podemos ser nosso próprio chefe.
É possível empreender muito
como arquiteto, principalmente devido a conectividade da internet e o número de
especializações que surgiram na última década. Você não precisa necessariamente
trabalhar com projeto arquitetônico: pode trabalhar com certificações,
gerenciamento, modelagem em BIM, compatibilizações ou mesmo projetar dentro de
um nicho bem específico, como casas sobre rios ou restaurantes em container.
5. Você não será substituído por um robô tão cedo.
De acordo com esta pesquisa,
arquitetos possuem a chance de 1,8% de serem automatizados. Claro que o motivo
pode ser porque robôs não tem muito interesse neste tipo de trabalho, mas é um
bom sinal de que seu trabalho será requisitado mesmo com o surgimento da
Skynet.
6. Você pode realizar loucuras sem ir para o hospício.
Nem todas as pessoas esperam
isso de um arquiteto, mas compreendem. Na contratação de um arquiteto, existe
uma expectativa de que a proposta saia do lugar comum como um todo ou pelo
menos um pequeno detalhe.
7. Você se relaciona com pessoas felizes (bem…quase sempre).
Pessoas procuram arquitetos
para progredir, seja na vida pessoal ou profissional. Sua proposta traz
qualidade de vida para pessoas que vão viver ou trabalhar em espaços por
dezenas de anos. Cada vez mais a questão da qualidade dos ambientes a longo
prazo é compreendida na sociedade. Ser um arquiteto é diferente de um médico ou
um advogado, que são procurados geralmente quando acontece algum problema.
8. Você ganha a vida sendo criativo.
Claro que um bom projeto
existe uma grande parcela de gerenciamento e trabalho duro, mas existe uma
parte muito prazerosa ligada a criatividade que não existe em muitas
profissões. A criatividade pode vir da forma, da função, das análises dos
condicionantes urbanísticos, ambientais e legislativos. Pode surgir até mesmo
de uma ótima história contada pelo cliente. Todos os elementos são combustível
para um bom projeto.
9. Você tem a liberdade para se vestir como quiser.
Hoje ser um arquiteto não é
uma vantagem tão clara, pois afinal atualmente todos se vestem e utilizam
acessórios que os caracterizariam facilmente como malucos em décadas passadas.
De qualquer forma, com a exceção de ambientes corporativos, você não sofrerá
muito julgamento caso queira deixar uma barba de 1m de comprimento, tatuar
grande parte do corpo ou ter o cabelo pintado de rosa.
10. Cada projeto é um Stonehenge em potencial.
Queremos que nossos projetos
excedam a questão “simplória” de gerar qualidade de vida para o usuário.
Queremos que o projeto traga qualidade de vida para o entorno onde está
localizado e que faça uma diferença positiva no mundo. Parece pretensioso, mas
essa mentalidade não deixa de ser um ótimo combustível para aspirantes a
arquitetos até mesmo profissionais bastante experientes. Vamos juntos nessa?
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