(...) O que faz com que um livro narrando acontecimentos quase banais, ocorridos com um adolescente que não tem nada de extraordinário, transforme-se na mais acurada e sensível crônica da juventude na história da literatura? Só os espertos que chegaram a ler O Apanhador no Campo de Centeio, do escritor americano J.D. Salinger, é que podem dizer com certeza. Prestes a completar 70 anos de publicação — surgiu em 1951, antes mesmo dos pais da maioria de vocês nascerem — a novela de Salinger é não só uma das mais marcantes obras da literatura norte-americana contemporânea; é também um marco na longa estrada que os jovens trilharam (e ainda trilham) para provar que têm direito a uma voz e uma visão de mundo próprias. (...)
(Fonte: revistabula.com / https://bit.ly/37bJY0e)
Sempre ouvi muitos elogios sobre este livro. Uma amiga o tinha como livro de cabeceira, daqueles que a gente lê e relê várias vezes ao longo da vida. O texto tem um estilo de narrativa que agrada ao leitor desde o primeiro parágrafo. Talvez, alguns leitores se sintam incomodados quando ao se depararem com gírias e expressões antigas, mas isso só acontece com as edições mais antigas. Esse exemplar que temos em nossa Sala de Leitura faz parte da última edição e certamente o vocabulário foi atualizado. Esse livro foi um grande marco na literatura porque foi um dos primeiros livros que mostra um adolescente como protagonista de um romance e tratando dos seus dilemas psicológicos.
Aqui você tem resenhas completas sobre esse livro:
- infoescola.com / https://bit.ly/33YPYY9
- jucirqueira.com /https://bit.ly/3lQmhi1
- bonslivrosparaler.com.br / https://bit.ly/3514NZE
QUEM FOI D. J. SALINGER?
Jerome David Salinger
(1919-2010) conhecido como J.D. Salinger, nasceu em Nova York, nos Estados
Unidos, no dia 1 de janeiro de 1919. Filho de um judeu de origem polonesa e de
uma escocesa, viveu sua infância na Park Avenue, em Manhattan. Começou a
escrever ainda na escola secundária. A partir de 1940 publicou diversos contos.
Estudou durante três anos na Academia Militar de Valley Forge. Em 1942, serviu
na Segunda Guerra Mundial. Terminado o conflito, entrou para a Universidade de
Columbia.J.D. Salinger foi um exímio
contista, capaz de profunda observação social em poucos traços. Seus
personagens se expressam com um coloquialismo que poucos escritores alcançaram.
Ele pertence a um restrito grupo de autores cuja assinatura se imprime não só
no campo literário, mas na cultura de seu tempo. Sua grande realização foi o
personagem Holden Caulfield, um adolescente desajustado, protagonista e
narrador da obra “O Apanhador no Campo de Centeio” (1951), do original “The
Catcher in the Rye”.
O livro foi considerado um
ícone da geração dos anos 60. O personagem Holden Caufied era inquieto,
desconfiado da autoridade adulta, mas igualmente deslocado entre os colegas de
sua idade. Não encontrava nenhum sentido na vida por viver preso a instituições
tradicionais como a família e a escola. Sua inquietude e sua revolta sem objeto
anteciparam a cultura jovem contestadora das décadas seguintes.
Depois do livro que o
consagrou como um dos maiores escritores norte-americanos, publicou só mais
três livros - “Nove Estórias” (1953), “Franny & Zooey” (1961),
"Carpinteiros, Levantem Bem Alto a Cumeeira e Seymour: uma Apresentação"
(1963). Uma das poucas declarações que fez à imprensa foi para justificar seu
esforço para impedir a publicação de uma coletânea de contos não autorizada, em
1974. "Há uma paz maravilhosa em não publicar, a publicação é uma invasão
da minha privacidade", disse a um repórter.
J.D. Salinger deu voz à sua
geração e depois escolheu se calar. Seu isolamento teve início em 1953, quando
o escritor, até então vivendo em Nova York, se mudou para Cornish. Segundo uma
antiga amante, Salinger falava de dietas estranhas, de tratamentos homeopáticos
e de uma confusa devoção às mais variadas religiões, da cientologia ao
zen-budismo. Por mais de quarenta anos, viveu recluso, sem publicar novos
livros.
J.D. Salinger faleceu em
Cornish, no estado de New Hampshire, Estados Unidos, no dia 27 de janeiro de
2010. (Fonte: ebiografia.com / https://bit.ly/2FAVYwY)
10 coisas que você talvez não saiba sobre J.D. Salinger (por Jack Rossen em mentalfloss.com/literature - jan 2018/https://bit.ly/31dXaOt - tradução: André Luiz de C. Gattás)
![]() |
(Fonte: Wikimedia Commons) |
Para
comemorar o que seria o 99º aniversário de Salinger, verifique alguns fatos sobre
suas experiências na guerra, sua decepcionante aventura com Hollywood e uma
curiosa escolha de bebida.
1. ELE COMEÇOU A ESCREVER O ROMANCE ENQUANTO LUTAVA COMO SOLDADO NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Salinger
era um estudante inquieto, frequentando sucessivamente a New York University, o
Ursinus College e a Columbia University. Enquanto fazia aulas noturnas no
último, ele conheceu Whit Burnett, um professor que também editava a revista
Story. Sentindo o talento de Salinger para a linguagem, Burnett o encorajou a
buscar sua ficção. Quando a Segunda Guerra Mundial estourou, Salinger foi
convocado para o exército. Durante seu serviço de 1942 a 1944, ele trabalhou em
capítulos para o que mais tarde se tornaria O Apanhador no Campo de Centeio, levando
seus escritos consigo mesmo enquanto marchava para a batalha.
2. ELE TEVE UM COLAPSO NERVOSO
Após
seu serviço, Salinger experimentou o que mais tarde seria denominado transtorno
de estresse pós-traumático: ele foi hospitalizado após sofrer um colapso
nervoso em Nuremberg em 1945, depois de ter visto algumas batalhas sangrentas
no Dia D e em Luxemburgo. Escrevendo a Ernest Hemingway, que ele conheceu
enquanto o último era um correspondente de guerra da revista semanal Collier’s,
ele disse que seu estado de desânimo tinha sido constante e que procurava por ajuda
"antes que tudo saísse de controle".
3. ELE NÃO PERMITIU QUE O ROMANCE FOSSE REESCRITO
Fixando-se
em Nova York após a guerra, Salinger continuou a escrever, contribuindo com
contos para a The New Yorker e outros veículos antes de terminar O
Apanhador no Campo de Centeio. No meio literário, seu nome já estava se
tornando conhecido por insistir que os editores não mudassem uma única palavra
de seus textos. Quando a editora Harcourt Brace concordou em publicar seu
romance, Salinger rompeu o contrato depois que eles terem insistido em fazer uma
reescrita do texto. O livro intocado foi finalmente lançado pela editora Little, Brown and Company.
4. A REVISTA THE NEW YORKER RECUSOU-SE A PUBLICAR UM TRECHO DE O APANHADOR NO CAMPO DE CENTEIO
Apesar
de já ter publicado histórias na The New Yorker anteriormente, Salinger ficou
consternado ao descobrir que a revista não apoiava muito sua estreia no
romance. Obtendo uma cópia antecipada do livro na esperança de publicar um
trecho, os editores disseram que os personagens do livro eram "duvidosos"
e se recusaram a publicar qualquer trecho dele.
5. ELE DEU UMA ENTREVISTA... PARA UM ALUNO DO ENSINO MÉDIO
Logo no início, ficou claro que Salinger não iria abraçar qualquer celebridade que seu livro trouxesse à sua porta. Ele insistiu que sua editora (Little, Brown and Company) não publicasse uma foto do autor na sobrecapa do livro e recusou qualquer oportunidade de publicá-la - com uma exceção. Depois de se mudar para New Hampshire, Salinger concordou em dar uma entrevista a um jornal local de uma escola secundária, The Claremont Daily Eagle. Mais tarde, Salinger ficou consternado ao descobrir que um editor acabou publicando sua foto na primeira página de um jornal local. Aborrecido e sentindo-se traído, ele ergueu uma cerca de dois metros de altura ao redor de sua propriedade, protegendo-se ainda mais de olhos curiosos.
6. ELE ACABOU VENDENDO UMA IDEIA DE
FILME
Embora seu trabalho mais famoso tenha ficado fora das telas, Salinger teve um breve namoro com Hollywood. Em 1948, o produtor Darryl Zanuck comprou os direitos de um de seus contos, “Tio Wiggily em Connecticut”. Lançado como My Foolish Heart em 1949, rendeu à atriz Susan Hayward uma indicação ao Oscar (mais uma segunda indicação como Melhor Canção Original). Porém, Salinger, segundo consta, detestou o filme.
7. ELE PROCESSOU SEU BIÓGRAFO
Escolhendo
um assunto difícil para traçar o perfil, o autor Ian Hamilton insistiu em
buscar uma biografia de Salinger na década de 1980. Salinger ficou tão irritado
que processou Hamilton para impedi-lo de usar trechos de cartas não publicadas.
Uma decisão da Suprema Corte deu-lhe a vitória, impedindo Hamilton de usar as
passagens. Mais tarde, Hamilton escreveu um livro, In Search of J.D. Salinger, de
1988, um relato de seus próprios negócios jurídicos com Salinger.
8. ELE PROVAVELMENTE BEBIA SUA PRÓPRIA URINA
Os
hábitos reclusos de Salinger o tornaram presa fácil para uma ladainha de
boatos, mas alguns de seus hábitos mais intrigantes foram revelados por sua
filha, Margaret, em um livro de memórias que descreveu seu pai falando em
línguas e ocasionalmente bebendo sua própria urina. Essa prática, chamada
urofagia, é considerada benéfica para a saúde, embora nenhum estudo confiável
tenha sido capaz de demonstrar isso.
9. ELE SEMPRE ADOROU A IDÉIA DE SE FAZER UM FILME SOBRE SEU ÚNICO ROMANCE
Com
seus monólogos interiores persistentes, O apanhador no campo de centeio pode
ser quase impossível de filtrar, mas isso não impediu que diretores tão
reverenciados como Billy Wilder e Steven Spielberg tentassem. Ao longo de sua
vida, Salinger notoriamente rejeitou qualquer tentativa de comprar os direitos
de fazer um filme de seu livro, mas deixou aberta uma pequena possibilidade de
que isso poderia acontecer depois que ele morreu. “Mas me dá um prazer infinito”, escreveu ele certa vez, “saber que não terei de ver os resultados da
transação”. (O espólio de Salinger ainda não divulgou se eles procurariam
evitar uma adaptação.)
10. UM DESENHISTA GANHOU UMA BOLSA DE ESTUDOS RESIDENCIAL PARA MORAR EM SUA CASA
No final de 2016, o Cornish Center for Cartoon Studies Residency Fellowship (Bolsa Residencial em Estudos de Desenho Animado do Cornish Center) aceitou inscrições para cartunistas/desenhistas que desejassem morar em um apartamento de um quarto sobre a garagem da antiga residência de Salinger, na cidade de Cornish, New Hampshire. A bolsa foi concedida para que o vencedor pudesse ter um lugar para se concentrar e produzir "um trabalho excepcional". O CCS repetiu a oferta em 2017, com um hóspede se mudando para o apartamento no dia 16 de outubro. Harry Bliss, cartunista da The New Yorker, é o atual proprietário do imóvel.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários publicados neste blog são MODERADOS. Portanto, só serão publicados os comentários que estiverem de acordo com nossos termos. Por favor, antes de publicar, leia nossos TERMOS DE USO, abaixo listados.
1. Publique somente comentários relacionados ao conteúdo do artigo.
2. Comentários anônimos não serão publicados bem como aqueles que apresentem palavras e/ou expressões de baixo-calão, ofensas ou qualquer outro tipo de falta de decoro.
3. Os comentários postados não refletem a opinião do autor deste blog.