Os
dois livros de Lewis Carroll, escritos para crianças, Alice No País Das Maravilhas
(Alice’s Adventures in Wonderland)
e a sequência do primeiro, Alice Através Do Espelho (Through the Looking Glass) são fonte
de muitos elogios e ótimas críticas desde sempre, mas algumas práticas mantidas pelo autor em sua vida privada, como o hobby de tirar fotos de meninas seminuas e
o de trocar correspondência com as mesmas, sempre suscitaram polêmica e acusações
relacionadas à pedofilia e a um sério desvio de caráter.
Após
ler vários artigos de acadêmicos de literatura, de blogs de literatura e biografias
sobre Lewis Carroll no intuito de esclarecer mais esses fatos para poder
escrever este artigo sobre este grande autor e sua obra,
entendi que não devemos formar uma opinião sobre nada nem ninguém antes de
compreendermos o contexto onde os fatos se desenvolveram. Li vários textos
tendenciosos, de cunho religioso, demonizando a figura de Lewis Carroll, mas ao ler, por exemplo, o
trecho abaixo, pude entender como e porque aquelas fotos aconteciam e
que destino tiveram.
(...) Uma de suas maiores polêmicas
seria a sua fascinação por fotografar crianças seminuas. Segundo o ex-diretor
da Lewis Carroll Society, Wakeling, na época, era comum esta prática como forma
de eternizar a pureza infantil. "A mortalidade na época era alta. Pais
queriam ter registros dos filhos, por conta disso. Querendo retratá-los como
anjos, eles geralmente apareciam nus. Ele tirou cerca de 30 destas, mas sugerir
que foram centenas, por interesse próprio, é errado", disse Wakeling em
entrevista ao Guardian. (...) (aventurasnahistoria.uol.com.br / https://bit.ly/2ThiUo3)
(...) Uma de suas frases mais marcantes
era "Gosto de crianças (exceto meninos)" Quando tinha oportunidade
gostava de desenhar ou fotografar meninas seminuas, com a permissão da mãe.
"Se eu tivesse a criança mais linda do mundo para desenhar e
fotografar", escreveu, "e descobrisse nela um ligeiro acanhamento
(por mais ligeiro e facilmente superável que fosse) de ser retratada nua, eu
sentia ser um dever solene para com Deus abandonar por completo a
solicitação".
Por temor que estas imagens desnudas
criassem embaraços para as meninas mais tarde, pediu que após a sua morte
fossem destruídas ou devolvidas às crianças ou a seus pais. (...) (laaanaminhaestante.blogspot.com / https://bit.ly/35m9m0R)
ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS
Esse
livro foi escrito na era vitoriana da história da Inglaterra, onde a Igreja Cristã
da Inglaterra (Christ Church of England) tinha grande poder e, portanto,
estabelecia os padrões éticos e morais da sociedade inglesa. Consequentemente, os
tabus, as censuras, a repressão sexual e as perseguições àqueles que não
seguiam tais padrões eram uma constante no governo da Rainha Vitória, no século
XIX. Como sempre acontece em épocas de repressão política, artistas,
professores e pensadores acabam arrumando um jeito de se expressarem, de
criticarem o establishment e de denunciarem aquilo que não vai bem ou está errado na
sociedade. Lewis Carroll, com toda sua inteligência, escreveu textos classificados
em literatura como pertencendo ao estilo “absurdo literário” (literaty
nonsense). Se é absurdo, não pode ser levado a sério, e assim, não pode ser
censurado nem perseguido. Very clever, Sir!
A
história de Alice no País das Maravilhas originou-se em 1862, quando Carroll
fazia um passeio de barco no rio Tâmisa com sua amiga Alice Pleasance Liddell, com 10 anos na época, e as
suas duas irmãs, sendo as três filhas do reitor da Christ Church (Igreja
Cristã). Ele começou a contar uma história que deu origem à atual, sobre uma
menina chamada Alice que ia parar em
um mundo fantástico após cair numa toca de um coelho. A Alice da vida real gostou tanto da história que pediu que Carroll a
escrevesse.
(...) Alice no País das Maravilhas
possui inúmeras adaptações e traduções, sendo encenado para o cinema e o
teatro. Devido a isto, é possível adequá-la para o tempo atual.
Contudo, é um livro infantil escrito
para crianças inglesas do final do século 19. Isto é, as referências e
brincadeiras presentes na versão original podem não ser entendidas por uma
criança do século 21.
E, mesmo assim, a obra conquistou e
conquista muitos leitores de diferentes idades e gerações. Mesmo sendo cheia de referências ligadas à
cultura da época.
Alice no País das Maravilhas conta a
história de uma garotinha chamada Alice que cai em um mundo alucinante em que
as leis da física e da lógica não funcionam. Em um mundo em que não há limite
entre o sonho e a realidade. (...)
(guiaestudo.com.br / https://bit.ly/34lmDrb)
Além de poeta e romancista, Lewis Carroll foi matemático, formado na Universidade de Oxford e depois tornou-se professor do Christ College na mesma instituição, a qual é muito renomada até os dias de hoje. Também se interessava por espiritismo, paganismo, psiquismo, assuntos que em sua época eram chamados de "artes ocultas". Com todos esses interesses, fica plausível que tenha introduzido em seus textos os assuntos dos quais mais gostava ou que mais lhe instigavam, como podemos ver no trecho abaixo.
(...) Em 1865 são lançados: “Alice no
País das Maravilhas” e a sequência “Alice Através do Espelho”.
As obras têm como pano de fundo um país
povoado por seres antropomórficos em um contexto da lógica do absurdo. Repleto
de poemas, problemas matemáticos, enigmas, filosofia. Os desenhos de John
Tenniel contribuíram muito para trazer uma amostra do universo de Alice para os
leitores, além de se tornar referência a futuros ilustradores e desenhistas.
(...)
(Fonte: roadiecrew.com / https://bit.ly/2IQ5X2A)
Análise da obra
Em
uma história totalmente “nonsense” (que não faz sentido, absurda), Lewis brinca com poemas e canções
infantis da época, uma forma de criticar o sistema educacional da Inglaterra.
Não
é apenas uma história para crianças, mas também para adultos. O livro aborda
temas como literatura, pintura, psicologia,
filosofia, matemática, etc.
Assim
como o estilo de vida britânica: o chá da tarde, a presença de monarquia, jogo
de crochê, entre outros.
Os
personagens são bem construídos e cada um representa algo dentro da narrativa.
· Alice: simboliza a curiosidade, possibilidade de
imaginação e fantasia presentes na infância.
· O Coelho
Branco: pela pressa e permanente
aflição, simboliza a passagem imparável do tempo.
· A Lagarta: um animal de metamorfose, representa a capacidade de
transformações ao longo da vida e da aceitação.
· O Gato de
Cheshire: representa o poder da
magia, uma dose de insanidade contra a lógica.
· O Chapeleiro
Louco: simboliza a rebeldia contra as
normas sociais e o modo de vida dos ingleses.
· A Rainha de
Copas: simboliza a injustiça da
monarquia, da tirania e do abuso de poder.
(Fonte: guiaestudo.com.br / https://bit.ly/34lmDrb)
Vamos conhecer mais sobre esta obra e seu autor assistindo aos vídeos abaixo.
(Fonte: canal Ler Antes de Morrer - Isabella Lubrano / YouTube / https://bit.ly/3oc0xz8)Programa Literatura Fundamental / entrevistada: Profa. Sandra Vasconcellos
QUEM FOI LEWIS CARROLL?
Lewis Carroll foi um acadêmico
inglês, matemático e diácono anglicano. Ele é mais conhecido por dois livros,
Alice's Adventures in Wonderland e sua sequência, Through the Looking-Glass . Ele
é conhecido por seu brilhante jogo de palavras, lógica sem sentido e fantasia.
Ele inventou o gênero do absurdo literário.
Os livros são infantis e muito
vitorianos em sua natureza. Nos tempos modernos, há recordes de autores
infantis de best-sellers como JC Rowling, mas cento e cinquenta anos após a
publicação de Alice, nenhum outro autor infantil britânico o igualou em vendas
ou fama. Na verdade, o nome 'Lewis Carroll' é provavelmente o nome literário
inglês mais reconhecível depois de Shakespeare.
Uma das coisas que fez Carroll
se classificar entre os maiores escritores do mundo é a capacidade de seus
livros, mesmo depois de um século e meio, de confundir os críticos e outros
especialistas em sua busca para decodificar seus vários quebra-cabeças, problemas
matemáticos e enigmas. Alice se origina como uma história simples contada às
três filhas de um dos amigos de Carroll, mas é um quebra-cabeça sofisticado
elaborado por um escritor excepcionalmente inteligente com um grau excepcional
de criatividade e inventividade.
Por mais de um século, a ambigüidade e complexidade de Alice no País das Maravilhas inspirou cineastas e diretores de teatro, designers de moda, dançarinos, fotógrafos e outros artistas a fazer suas próprias interpretações da história. Walt Disney e Tim Burton fizeram adaptações para o cinema de Alice e Através do Espelho, e novas versões cinematográficas são produzidas a cada dois anos. A modelo russa Natalia Vodianova posou como Alice para a Vogue, e a estátua de bronze dela do escultor José de Creeft está no Central Park, em Nova York. Os outros personagens, A Rainha de Copas, o Chapeleiro Maluco, o gato sorridente de Cheshire, o neurótico Coelho Branco, Tweedledee e Tweedledum, e outros personagens, são personagens cult, entre os mais famosos em toda a literatura, mais famosos ainda do que aqueles de Charles Dickens .
O poema de Carroll, Jabberwocky, de Through the Looking-Glass , é o poema sem sentido mais famoso da literatura. Ele transmite suas emoções e ações de forma eficaz, sem que nenhuma das palavras tenha qualquer significado. Algumas das palavras que ele inventou, como 'chortle' e 'galumphing', entraram na língua inglesa.
(Fonte: nosweatshakespeare.com / https://bit.ly/2HqFh7W)
Outras biografias interessantes de Lewis Carroll- wikipedia.org / https://bit.ly/3mf2Obe - britannica.com (em inglês) / https://bit.ly/3miB9Gl
Um artigo muito interessante para se ler é Lewis Carroll e sua Alice, publicado no site Roadie Crew - Heavy Metal & Classic Rock (https://bit.ly/2IQ5X2A) onde listam várias músicas que citam ou fazem alusões aos livros de Lewis Carroll e seus personagens.
Por mais de um século, a ambigüidade e complexidade de Alice no País das Maravilhas inspirou cineastas e diretores de teatro, designers de moda, dançarinos, fotógrafos e outros artistas a fazer suas próprias interpretações da história. Walt Disney e Tim Burton fizeram adaptações para o cinema de Alice e Através do Espelho, e novas versões cinematográficas são produzidas a cada dois anos. A modelo russa Natalia Vodianova posou como Alice para a Vogue, e a estátua de bronze dela do escultor José de Creeft está no Central Park, em Nova York. Os outros personagens, A Rainha de Copas, o Chapeleiro Maluco, o gato sorridente de Cheshire, o neurótico Coelho Branco, Tweedledee e Tweedledum, e outros personagens, são personagens cult, entre os mais famosos em toda a literatura, mais famosos ainda do que aqueles de Charles Dickens .
O poema de Carroll, Jabberwocky, de Through the Looking-Glass , é o poema sem sentido mais famoso da literatura. Ele transmite suas emoções e ações de forma eficaz, sem que nenhuma das palavras tenha qualquer significado. Algumas das palavras que ele inventou, como 'chortle' e 'galumphing', entraram na língua inglesa.
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