terça-feira, 24 de novembro de 2020

LIVROS DA SEMANA: LITERATURA DE CORDEL - LIVROS DE NOSSO ACERVO

Há duas semanas atrás fizemos uma resenha do livro Histórias no Varal, com textos de dois grandes escritores de literatura de cordel nordestinos. Agora vamos apresentar outros títulos em forma de cordel, de nosso acervo, nos quais textos clássicos da literatura universal foram adaptados para esse tipo de estética literária que existe no Brasil há 150 anos, originárias de Espanha e Portugal. O objetivo dessas três obras jamais será o de substituir os textos originais em sua riqueza, beleza e apuro estético. Pelo contrário, devem servir de estímulo aos leitores jovens e iniciantes para que posteriormente leiam essas obras em sua versão original e insuperável, como clássicos universais que o são. 

1. SHAKESPEARE NAS RIMAS DO CORDEL, Stélio Torquato Lima
Esta obra tem por objetivo aproximar o renomado "bardo" inglês do grande público, transportando para a literatura de cordel onze obras desse grande poeta e dramaturgo da Renascença e com belíssimas ilustrações do renomado artista plástico Fernando Vilela. São elas: 
a. as tragédias Romeu e Julieta, Otelo, Macbeth, Rei Lear;
b. as comédias Sonho  de uma Noite de Verão, Muito Barulho por Nada, O Mercador de Veneza, A Megera Domada, A Tempestade;
c. o drama histórico Ricardo III.
É uma ótima maneira de você conhecer essas grandes obras universais de uma maneira leve e divertida. Mais a frente você pode até se interessar por ler uma delas no texto original. Muitas novelas, filmes e peças de teatro foram feitas baseados nessas histórias e personagens criados por por William Shakespeare e ainda hoje em dia o são. Shakespeare está para a literatura e o teatro assim como a banda The Beatles está para a música pop internacional. Fez e faz escola até hoje! Um verdadeiro clássico!

2. PRIMAS EM CORDEL, de Stélio Torquato
Na mesma proposta do livro acima, esta obra, composta por obras primas (por isso o título) também trás ao grande público doze obras de referência da literatura ocidental pertencentes a períodos literários diversos e que foram transformadas em cordel e ricamente ilustradas por belas xilogravuras do artista plástico André de Miranda
Período clássico: 
- A Ilíada, de Homero (poema épico);
- A Odisseia, de Homero (poema épico);
- A Eneida, de Virgílio (poema épico).
Período pré-renascentista: 
- A Divina Comédia, de Dante Alighieri (poema de viés épico e teológico);
- Decamerão, de Giovanni Boccaccio (contos/novelas).
Período maneirista:
- Dom Quixote, de Miguel de Cervantes (romance, ficção de aventura);
- Romeu e Julieta, de William Shakespeare (tragédia/dramaturgia).
Período romântico:
- Fausto, de Goethe (poema trágico);
- O Corcunda de Notre-Dame; de Victor Hugo (romance histórico);
- O Médico e o Monstro; de Robert Louis Stevenson (romance).
Período realista:
- Madame Bovary, de Gustave Flaubert (romance realista);
- O Vermelho e o Negro, de Stendhal (romance histórico psicológico).
Essa pluralidade de autores nos dá a oportunidade de apreciarmos textos de diferentes estéticas e diferentes épocas, desde a Grécia Antiga, passando pela Renascença e chegando até ao romance realista do século XIX. 

SOBRE CORDEL - NARRATIVA POPULAR EM VERSO:
Com o fim de realçar ainda mais a graciosidade das histórias aqui selecionadas, Stélio Torquato Lima optou por apresentá-las na estrutura tradicional do cordel, que é um gênero literário com mais de 150 anos no Brasil, sendo ainda mais antigo na Europa, onde veio a ser cultivado por países como Portugal e Espanha. O cordel, que tem esse nome porque era vendido em cordões (barbantes) na Europa, é uma narrativa popular em versos, ou seja, traz histórias através de poemas e de um modo espontâneo, como o povo costuma olhar para as coisas.
O cordel, como todo gênero literário, possui regras que o distinguem dos demais gêneros. Entre essas características, está o fato de os autores utilizarem estrofes contendo quadro versos (quadras), seis versos (sextilhas) sete versos (setilhas) ou dez versos (décimas). Além disso, a linguagem do cordel procura ser bastante acessível aos leitores, sendo marcada tanto pela simplicidade como pelo regionalismo. (Fonte: armazemdacultura.wixsite.com / https://bit.ly/3fxCy9M)   

3. CERVANTES EM CORDEL - QUATRO NOVELAS EXEMPLARES, de Arievaldo Viana e Stélio Torquato
As "Novelas Ejemplares" em seu texto original são uma série de novelas curtas escritas por Miguel de Cervantes entre 1590 e 1612 e publicadas em 1613Esses textos apresentavam um certo caráter didático e moral, sendo que algumas novelas tinham um caráter idealista e outras um caráter realista. Cervantes baseou-se em textos similares feitos na Itália, na mesma época. Por terem um final emocionante e serem muito bem construídas, essas novelas de Miguel de Cervantes foram escolhidas para compor este livro de cordel com lindas ilustrações do artista plástico Jean-Claude R. Alphen. São elas:
- O Licenciado Vidriera;
- A Força do Sangue;
- O Casamento Enganoso;
- O Ciumento.

QUEM É STÉLIO TORQUATO LIMA?

Nasceu em Fortaleza, em 08 de outubro de 1966. É doutor em Letras pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Iniciou a carreira docente em 1995, na Universidade do Estado Rio Grande do Norte (UERN), em Mossoró, RN, como professor de Teoria Literária. Foi também professor de Literaturas de Línguas Vernáculas na Universidade Estadual do Ceará (UECE). Atualmente, é professor de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa na Universidade Federal do Ceará (UFC), onde coordena o Grupo de pesquisa “Literatura Popular em Versos”. Recentemente, seu cordel “Lógikka, a bruxinha verde” foi uma da obras selecionadas no Prêmio Mais Cultura, promovido pelo Ministério da Cultura.
(Fonte: armazemdacultura.wixsite.com / https://bit.ly/3fxCy9M)


QUEM FOI ARIEVALDO VIANA?

Bisneto do cordelista
Fitico e filho do agricultor Evaldo, em 1977, aos 10 anos de idade, começou a escrever seus primeiros poemas.
Em 1982, começou a trabalhar no Jornal de Canindé, logo depois, passou a colaborar com o Caderno de Domingo no jornal O Povo, de Fortaleza, no ano seguinte, publica seus primeiros folhetos de cordel.
Em 1986, lançou "Canindé – Cidade da Fé", uma história em quadrinhos com influências do cordel em parceria com o poeta Gonzaga Vieira. Ao lado do irmão, Klévisson Viana, colaborou com o fanzine "Tramela".
Em 1995, Klévisson Viana funda a editora Tupynanquim, onde passa a editar cordéis e quadrinhos, Klévisson publicou seu primeiro cordel A botija encantada ou o preguiçoso afortunado, escrito em parceria com Arievaldo, em menos de dois anos, ambos publicaram por volta de 30 folhetos em parceria.
Arievaldo também atou como ilustrador de cordéis da editora Luzeiro de São Paulo, produzindo capas para cordéis de novos autores como Marco Haurélio, Moreira de Acopiara e de clássicos de Francisco Sales Arêda e João Melchíades Ferreira da Silva.
Em 2000, foi eleito membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, na qual ocupa a cadeira de nº 40, patronímica de João Melchíades Ferreira da Silva. No mesmo ano, lança o projeto projeto Acorda Cordel na Sala de Aula, que utiliza a poesia popular na alfabetização de jovens e adultos, adotado pela Secretaria de Educação, Cultura e Desporto de Canindé, Ceará[2] e diversos outros municípios brasileiros. Em 2005, a apostila do projeto se tornou um livro, além de folhetos, a edição trazia um CD com gravações de Geraldo Amâncio, Zé Maria de Fortaleza, Mestre Azulão e do próprio Arievaldo.
Seu cordel A moça que namorou com o bode, ganhou em 2003 uma versão em quadrinhos pelo seu irmão Klévisson, publicada pelas editoras Tupynanquim, Coqueiro e CLUQ, a adaptação ganhou o Troféu HQ Mix de 2004 como "melhor edição especial nacional".
Já percorreu 10 estados ministrando oficinas e realizando palestras sobre literatura de Cordel. Arievaldo tem alguns trabalhos escritos em parceria com outros poetas como Pedro Paulo Paulino, Jota Batista, Klévisson Viana, Gonzaga Vieira, Zé Maria de Fortaleza, Manoel Monteiro da Silva, Rouxinol do Rinaré e Marco Haurélio.
Atuou como consultor e redator de uma série de programas da TV Escola sobre cordel.
Em 30 de maio de 2020, Arievaldo Viana faleceu por meio de uma infecção bacteriana gerada na dentição. A última obra publicada por Arievaldo foi Sertão em Desencanto (2016), na qual conta a história de sua família. 
(Fonte: wikiwand.com /https://bit.ly/3m81yqA) 

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