quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Livro da Semana: A HORA DA ESTRELA, de Clarice Lispector

“Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar para mim na terra dos homens. Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse a sempre novidade que é escrever, eu morreria simbolicamente todos os dias. Mas preparado estou para sair discretamente pela saída da porta dos fundos. Experimentei quase tudo, inclusive a paixão e o sei desespero. E agora só queria ter o que eu tivesse sido e não fui.” – trecho de "A Hora da Estrela"

A Hora da Estrela” foi o último romance lançado por Clarice Lispector, onde ela usou  um alter-ego chamado Rodrigo S. M. para contar a história de Macabéa. Uma jovem pobre órfã que foi criada pela tia, que não teve conforto, amigos ou amor, apenas uma infância bem miserável.

O livro começa com o narrador/escritor contando sobre seu processo criativo para começar a produzir a história da garota que ele viu um dia na rua, e com apenas uma troca de olhares sentiu que já sabia toda a sua história; Junto acompanhamos o que ele sente ou pelo o que ele se passa enquanto tenta dar início a história, junto com algumas reflexões, e como ele se sente em relação a produção do livro. Ao longo do livro ele começa a apresentar Macabéa, a jovem com quem ele se deparou em uma rua da cidade, e apenas com uma troca de olhares ele toma conhecimento de toda sua história. [...]

(Fonte: cultetc.com / https://bit.ly/47V7Im5)

Dentro do leitor há um grito desde o primeiro momento da leitura até o último. Quando a última página termina, fica um eco, eterno, para sempre, cheio de perguntas sobre quem é Macabéa, sobre o quanto, cada um de nós é Macabéa, ao mesmo tempo que essa constatação causa espanto e repulsa, porque não podemos ser Macabéa, porque dentro de sua simplicidade, mora a perfeição e nós estamos muito longe disso. Assim, A hora da Estrela se torna eterno dentro de cada leitor, pois a verdade é que mergulhamos num espaço muito particular de consciência que, de um jeito que não se explica, mas percebe-se como algo muito concreto, não há palavra, não há linguagem capaz de expressá-la. [...]

(Fonte: RAMOS, Francine. A Hora da Estrela (Clarice Lispector): um soco. Disponível em: Livro&Café / https://bit.ly/3OYO3JB

Resenhas sobre A HORA DA ESTRELA

- Sonhando Através das Palavras / https://bit.ly/3L3mBcd

- Vortex Cultural / https://bit.ly/3YWkA7w

- PIMENTEL, Rossana Kátia. Resenha - A Hora da Estrele (contém spoilers). Disponível em: bibliotecapublica.mg.gov.br / https://bit.ly/44zkRP4

- DANTAS, Eriane. [Resenha] A Hora da Estrela. Disponível em: Histórias Sem Mim / https://bit.ly/44ujXmN


Ultima entrevista com Clarice Lispector dada ao jornalista Junio Lerner para o programa Panorama em 1977

(Fonte: canal Israel Barros - YouTube / https://bit.ly/47UnnSZ)

Vídeo-resenhas sobre A HORA DA ESTRELA

A Hora da Estrela, de Clarice Lispector

(Fonte: canal Ler Antes de Morrer - YouTube / https://bit.ly/3L8wxkP)


A Hora da Estrela, de Clarice Lispector
(Fonte: Tergiverso - Canal Literário - YouTube / https://snip.ly/ny9q9c

A Hora da Estrela, de Clarice Lispector
(Fonte: canal Vra Tatá - YouTube / https://snip.ly/os8cjj)

A Hora da Estrela, de Clarice Lispector
(Fonte: canal Ana Lis Soares - YouTube / https://snip.ly/dt9vmh)

QUEM FOI CLARICE LISPECTOR?

De uma fuga em busca de sobrevivência até uma autora consagrada. Clarice Lispector é um dos maiores nomes da literatura brasileira. Sua obra é, por vezes, comparada a de Franz Kafka, escritor tcheco, autor de “A Metamorfose”.

A autora fez parte da terceira geração modernista, a chamada “geração 45”. E foi uma das primeiras autoras do seu tempo a ganhar notoriedade nacional, ao lado de outros nomes consagrados como Rachel de Queiroz e Cecília Meireles.

Sua narrativa quebrou a sequência, até então, padronizada, de começo, meio e fim. Utilizando características da prosa e as misturando com métodos da poesia, Clarice deixava os pensamentos de seus personagens dominarem a narrativa.

A ordem cronológica também foi redimensionada, devido à fusão de prosa e poesia. Como em sua primeira obra publicada, “Perto do Coração Selvagem”, que esmiúça o interior de Joana causando impacto a quem lê.

Infância, juventude e primeiros passos literários de Clarice Lispector.

Foto: iMS

Poucos sabem, mas Clarice Lispector não nasceu no Brasil. Em 1920, na aldeia Tchetchelnik, Ucrânia, a filha de Pinkouss e Mania Lispector veio ao mundo. Seus pais eram de origem judaica e precisaram fugir para o Brasil devido a perseguição aos judeus durante a Guerra Civil Russa.

Nem sempre seu nome foi Clarice Lispector, o primeiro nome que ela recebeu foi Haya Pinkhasovna Lispector. Quando ela, aos dois meses de idade, e sua família chegaram ao Brasil, seu pai decidiu que todos mudariam de nome. Nesse momento, o Brasil ganhou um dos maiores nomes de sua literatura.

Vale ressaltar que Clarice sempre salientava não ter nenhuma espécie de ligação com a Ucrânia – “Naquela terra eu literalmente nunca pisei: fui carregada de colo” - ela dizia que a sua verdadeira pátria era o Brasil.

Clarice passou a infância no Bairro da Boa Vista, em Recife. Fez o curso primário no grupo escolar João Barbalho. Além de estudar inglês e francês, cresceu ouvindo o idioma de seus pais, o iìdiche. Estudou no melhor colégio público da cidade, o Ginásio Pernambucano e desde esse período já escrevia seus primeiros contos.

Clarice com os filhos Pedro e Paulo, na praia

Aos 12 anos foi com sua família para o Rio de Janeiro, onde residiu no Bairro da Tijuca. Em 1941, ingressou na Faculdade Nacional de Direito e conseguiu uma vaga como redatora na “Agência Nacional”, tempos depois, passou para o jornal “A Noite”. Já em 1942, casou-se com Maury Gurgel Valente, seu colega de universidade da turma de direito.

Um de seus maiores sucessos literários, “Perto do Coração Selvagem”, foi encaminhado para os dirigentes do jornal “A Noite”. O livro acabou sendo publicado, após insistência de jornalistas e foi recebido com imenso êxtase no meio literário. Devido a isso, Clarice foi comparada a importantes escritores europeus como Virginia Woolf, James Joyce, Jean-Paul Sartre e Marcel Proust. 

Dos muitos conflitos que a autora passou, em 1966, ocorreu um de seus maiores martírios. Clarice sofreu diversas queimaduras pelo corpo, principalmente nas mãos, devido a um incidente ocasionado por um de seus cigarros.

Como foi a vida profissional de Clarice Lispector?

Foto: Acervo Pessoal Rocco / Divulgação
Clarice Lispector não foi somente escritora, a influente autora do século XX, dominava cerca de sete idiomas.  Traduziu diversos contos e artigos, além de livros de variados gêneros e escritores.

Em 1941, antes de iniciar sua carreira literária, trabalhou na revista “Vamos Ler!”, como repórter e atuou, também, na área de traduções. Sua primeira tradução foi a do conto “Le missionaire”, de Claude Farrère.

A autora trocou diversas correspondências com amigos escritores brasileiros, entre eles Manuel Bandeira. Essas cartas estão reunidas em diversas coletâneas e tornaram-se extensão de suas obras.

Clarice não apenas traduziu obras, mas também teve as suas traduzidas para mais de dez idiomas. Seus livros mais traduzidos foram os seguintes romances: A Hora da Estrela; A Paixão segundo G.H.; Perto do Coração Selvagem; Laços de Família; e Uma Aprendizagem ou O livro dos Saberes.

Clarice e o marido, Maury Gurgel Valente em Veneza, Itália
O casamento de Clarice com um diplomata a fez viver em diversos países, fato que, às vezes, lhe causava certa melancolia. Clarice nunca escondeu a falta que sentia do Brasil.

Não apenas suas obras literárias, a escritora nos deixou um vasto acervo de publicações, incluindo as publicadas em jornais e revistas. A autora nunca se importou com as críticas e sempre fez questão de deixar claro que a sua relação com a escrita não era de um mero trabalho, segundo ela:

“Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada… Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro…”.

Como Clarice Lispector morreu? (ÚLTIMA OBRA)

Citação da obra “A Hora da Estrela”, de Clarice Lispector.

“O fato é que tenho nas minhas mãos um destino e, no entanto, não me sinto com o poder de livremente inventar. Sigo uma oculta linha fatal. Sou obrigado a procurar uma verdade que me ultrapassa.”

Em 1977 Clarice Lispector escreveu a que seria sua última publicação em vida, o livro “A Hora da Estrela”, no qual narra a história de Macabéa, uma jovem alagoana que passa a residir no Rio de Janeiro.

Olhe que interessante! Você pode curtir um fim de semana e estudar para o Enem. É só preparar a pipoca e assistir a versão cinematográfica de a “Hora da Estrela”, que foi dirigida por Suzana Amaral em 1985, conquistando um dos maiores prêmios do festival de cinema de Brasília e consagrando a atriz Marcélia Cartaxo com o troféu Urso de Prata em Berlim, 1986.

Clarice Lispector faleceu no Rio de Janeiro, no dia 9 de dezembro de 1977, devido a um câncer de ovário. Durante o período que lutou contra o câncer escreveu “Um Sopro de Vida”, obra publicada postumamente.  Seu corpo está sepultado no cemitério Israelita do Caju, no Rio de Janeiro. [...]

(Fonte: beduka.com / https://snip.ly/wmhriz)

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