"Liberdade é pouco. O que desejo ainda não tem nome.” (pág.
60)
“E ela, solitária como o tique-taque de um relógio numa
casa vazia. […] Sozinha no mundo, esmagada pelo excesso de vida, sentindo a
música vibrar alta demais para um corpo.” (pág. 116)
"Clarice Lispector no seu
romance de estreia “Perto do Coração Selvagem” alcança o que mais nenhum autor
de sua época almejou: a descoberta das particularidades do sentir e do ser. Ao
revelar-nos o pulsar das necessidades aprisionadas e desnudar os pensamentos e
os desejos de um coração selvagem, pela voz da personagem Joana, mostra a força
do seu romance psicológico, explorando os cantos mais obscuros do coração e da
mente humana."
[...]
(Fonte: gotasdeepifania.wordpress.com / https://snip.ly/abnbwo)
Outras Resenhas Sobre "PERTO DO CORAÇÃO SELVAGEM"
- HOLANDA, Gabriela. Perto do Coração Selvagem:
Clarice, Joana e a sede de liberdade. Disponível em: Delirium Nerd (25/06/2020) /
- NASCIMENTO, Adriana R. do. Perto do Coração Selvagem - Clarice Lispector. Disponível em: Leitor Cabuloso (17/06/2019) / https://snip.ly/iojdlp
- BENGOZI, Bruna. Cem anos de Clarice Lispector: estamos perto do coração selvagem da vida? Disponível em: Livro&Café / https://snip.ly/krotjg
- ZASSO, Bianca. Perto do Coração Selvagem - Somos Todas Joanas! Disponível em: Formiga Elétrica (30/07/2019) / https://snip.ly/9spt6e
[...]
Infância e Adolescência
Clarice Lispector nasceu na
aldeia de Tchetchelnik, na Ucrânia, no dia 10 de dezembro de 1920. Era filha de
Pinkouss e Mania Lispector, casal de origem judaica que fugiu de seu país
diante da perseguição aos judeus durante a Guerra Civil Russa.
Ao chegarem ao Brasil, fixaram
residência em Maceió, Alagoas, onde morava Zaina, irmã de sua mãe. Clarice
tinha apenas dois meses de idade. Por iniciativa de seu pai, todos mudaram o
nome. Nascida Haya Pinkhasovna Lispector, passou a se chamar Clarice.
Depois, a família mudou-se
para a cidade do Recife, onde Clarice passou sua infância no Bairro da Boa
Vista. Aprendeu a ler e escrever muito nova e logo começou a escrever pequenos
contos.
Foi aluna do grupo escolar
João Barbalho, onde fez o curso primário. Estudou inglês e francês e cresceu
ouvindo o idioma dos seus pais, o iídiche. Ingressou no Ginásio Pernambucano, o
melhor colégio público da cidade.
Com 12 anos, Clarice mudou-se
com a família para o Rio de Janeiro indo morar no Bairro da Tijuca. Ingressou
no Colégio Sílvio Leite onde terminou o ginasial. Era frequentadora assídua da
biblioteca.
Em 1941, Clarice ingressou na
Faculdade Nacional de Direito e empregou-se como redatora da "Agência
Nacional". Depois, passou para o jornal "A Noite". Em 1943
casou-se com o amigo de turma, Maury Gurgel Valente. Em 1944 formou-se em
direito.
Primeiro livro
Em 1944, Clarice publicou seu
primeiro romance, Perto do Coração Selvagem, que retrata uma visão
interiorizada do mundo da adolescência, que abriu uma nova tendência na
literatura brasileira.
O romance provocou verdadeiro
espanto na crítica e no público da época. Sua narrativa quebra a sequência de
começo, meio e fim, assim como a ordem cronológica, e funde a prosa à poesia.
A obra Perto do Coração
Selvagem teve calorosa acolhida da crítica e, no mesmo ano, recebeu o Prêmio
Graça Aranha.
Viagens e novas publicaçõe

Clarice Lispetcor e seu marido,o diplomata Maury Gurgel Valente, em Berna, Suíça, 1946(Foto: acervo Clarice Lispector / Instituto Moreira Salles)
Ainda em 1944, Clarice
Lispector acompanhou seu marido – diplomata de carreira, em viagens fora do
Brasil. Sua primeira viagem foi para Nápoles, na Itália. Com a Europa em
guerra, Clarice ingressou, como voluntária, na equipe de assistentes de enfermagem
do hospital da Força Expedicionária Brasileira.Em 1946, morando em Berna,
Suíça, publicou O Lustre. Em 1949 publicou A Cidade Sitiada. Nesse mesmo ano,
nasceu seu primeiro filho, Pedro. Dedicou-se a escrever contos e em 1952 lançou
Alguns Contos.Depois de seis meses na
Inglaterra, em 1954, o casal foi para Washington, Estados Unidos, onde nasceu
seu segundo filho, Paulo. Nesse mesmo ano, seu livro Perto do Coração é
publicado em francês.
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Clarice Lispetcor e seu marido, o diplomata Maury Gurgel Valente, em Berna, Suíça, 1946 (Foto: acervo Clarice Lispector / Instituto Moreira Salles) |
Jornalismo e Literatura
Infantil
Em 1959, Clarice se separou do
marido e retornou ao Rio de Janeiro, acompanhada de seus dois filhos. Logo
começou a trabalhar no "Jornal Correio da Manhã", assumindo a coluna
"Correio Feminino".
Em 1960 trabalhou no
"Diário da Noite" com a coluna "Só Para Mulheres" e nesse
mesmo ano lançou Laços de Família, um livro de contos que recebeu o Prêmio
Jabuti da Câmara Brasileira do Livro.
Em 1967 publicou O Mistério do
Coelhinho Pensante, seu primeiro livro infantil, que recebeu o Prêmio Calunga,
da Campanha Nacional da Criança.
Nesse mesmo ano, ao dormir com
um cigarro aceso, Clarice Lispector sofreu várias queimaduras no corpo e na mão
direita. Passou por várias cirurgias e viveu isolada, sempre escrevendo. No ano
seguinte publicou crônicas no Jornal do Brasil.
Clarice passou a integrar o
Conselho Consultivo do Instituto Nacional do Livro. Era considerada uma “pessoa
difícil”. Em 1976, pelo conjunto de sua obra, Clarice ganhou o primeiro prêmio
do X Concurso Literário Nacional de Brasília.
A versão cinematográfica desse romance, dirigida por Suzana Amaral em 1985, conquistou os maiores prêmios do festival de cinema de Brasília e deu à atriz Marcélia Cartaxo, que fez o papel principal, o troféu Urso de Prata em Berlim em 1986.
Em 1977, Clarice Lispector escreveu Hora da Estrela, sua última obra publicada em vida, no qual conta a história de Macabéa, uma moça do interior em busca de sobreviver na cidade grande.
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