quinta-feira, 29 de outubro de 2020

CULTURA ONLINE #1: PINACOTECAS, MUSEUS E CENTROS CULTURAIS DA CIDADE DE SÃO PAULO

Vários espaços culturais como museus¹, pinacotecas², centros culturais e outros afins, já vinham oferecendo uma programação online como possibilidade de visitação sem sair de casa. Agora, isso se tornou regra e podemos fazer vários tours virtuais pelas exposições e tours 360° pelos espaços desses lugares, enquanto a volta ao normal não chega. Isso também é uma grande possibilidade para aqueles que vivem distantes dos grandes centros, onde a grande maioria desses espaços de cultura e arte estão concentrados. Vamos então conhecer semanalmente esses lugares que nos colocam em contato com a arte, o lazer e a informação presentes na capital de nosso estado.
1.  Museus abrigam coleções dos mais variados objetos de arte. São instituições permanentes, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento e abertos ao público, que adquirem, conservam, pesquisam e exibem, para finalidades do estudo, da educação e da apreciação, evidência material dos povos e seu ambiente. 
2Pinacotecas são lugares onde são exibidas e conservadas coleções de pinturas, abertas ao público de modo permanente e estável.

PINACOTECAS - MUSEUS - CENTROS CULTURAIS / SÃO PAULO - SP

1. Museu de Artes de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP

O maior museu da América Latina é também um dos destaques absolutos da Avenida Paulista, tornando-se um verdadeiro cartão postal de São Paulo. O MASP (Museu de Arte de São Paulo) foi o primeiro museu moderno do país, fundado em 1947 por Assis Chateaubriand, e cujo prédio atual (desde 1968) foi assinado por Lina Bo Bardi, é considerado um marco da arquitetura brasileira.

O acervo riquíssimo tem em torno em torno de 8 mil peças, incluindo obras de mestres como Portinari, Van Gogh, Renoir, Rodin, Picasso e Monet. Não é à toa que uma visita ao MASP funciona basicamente como uma aula de história da arte.

O icônico prédio também tem outros encantos. O vão livre do MASP recebe frequentemente eventos e shows musicais gratuitos. E a feira de antiguidades nos domingos pela manhã também é imperdível.

Onde fica: Avenida Paulista, 1578 (Estação Trianon-MASP)

Funcionamento: de terça a domingo, das 10h às 17h30; quinta das 10h às 19h30

Ingresso: R$ 30 (inteira), R$ 15 (meia), grátis às terças (dia todo) e quintas (a partir das 17h)

Telefone: (11) 3149-5959

Sitehttps://masp.org.br/

2. Pinacoteca – Praça da Luz

Visitar a Pinacoteca do Estado de São Paulo é daqueles programas culturais obrigatórios para quem gosta de arte. Sem falar que o prédio em si é um dos mais bonitos do centro da cidade, cercado pelo Parque da Luz e junto à estação de metrô homônima.

Trata-se do museu mais antigo da cidade, fundado em 1905 e projetado pelo arquiteto Ramos de Azevedo. O mais importante da produção brasileira de artes visuais do século 19 aos dias de hoje está lá.

As 11 salas da Pinacoteca reúnem 500 obras – entre pinturas, esculturas, desenhos, gravuras e fotografias – que ilustram a constituição de um sistema de arte no Brasil do período colonial até meados dos anos 1930. É possível ver trabalhos de nomes como Debret, Taunay, Facchinetti, Almeida Junior, Candido Portinari e Lasar Segall.

Aproveite ainda para tomar um café ao ar livre em meio ao belo espaço da Pina.

Onde fica: Praça da Luz, 2 (Estação Luz)

Funcionamento: de quarta a segunda, das 10h às 17h30

Ingresso: R$ 10 (inteira), R$ 5 (estudante), grátis aos sábados

Telefone: (11) 3324-1000

Sitehttp://pinacoteca.org.br/

3. Museu do Futebol – Estádio do Pacaembu

Situado logo abaixo das arquibancadas do estádio do Pacaembu, o Museu do Futebol é um dos espaços culturais mais interativos e interessantes de São Paulo, e costuma agradar até mesmo quem não é fã do esporte.

Distribuído em 15 salas que ocupam uma área de 6 mil metros quadrados, o acervo do Museu reúne imagens históricas, itens de torcedores, gravações originais de partidas do tempo do rádio, depoimentos de técnicos e jogadores e muito mais.

Além das exposições fixas, mostras temporárias abordam temas como Copas do Mundo, Jogos Olímpicos e a cultura futebolística em geral. Há ainda várias atividades interativas, como a possibilidade bater um pênalti e checar a velocidade do seu chute. As crianças, em especial, vão adorar.

Onde fica: Praça Charles Miller s/n (Estação Clínicas)

Funcionamento: de terça a domingo das 9h às 17h

Ingresso: R$ 15 (inteira), R$ 7,50 (meia), grátis às terças feiras

Telefone: (11) 3664-3848

Sitehttps://www.museudofutebol.org.br/


4. Museu da Imagem e do Som (MIS) – Av. Europa / Jardins

Há quem diga que o MIS – o Museu da Imagem e do Som – é o museu mais pop de São Paulo hoje em dia. A depender das enormes filas que o acompanham cada vez que uma mostra especial é anunciada, é verdade. Afinal, quem resiste a ver uma exposição caprichada sobre nomes como David Bowie, Stanley Kubrick, Tim Burton, Renato Russo, Silvio Santos ou mesmo o nostálgico “Castelo Rá-Tim-Bum”?

Além de grandes exposições, o MIS também abriga mostras de fotografia, cinema e dança e oferece cursos ligados a estas áreas. A cada temporada, o museu se renova ajustando sua estrutura para abrigar cenários imersivos para as exposições que fogem do padrão tradicional da arte.

Além das grandes exposições pop, o MIS oferece uma grande variedade de programas culturais, com eventos de cinema, dança, música, vídeo e fotografia.

Onde fica: Avenida Europa, 158 (estações Consolação, Faria Lima e Fradique Coutinho)

Funcionamento: de terça a sábado das 10h às 20h, domingos e feriados das 10h às 19h

Ingresso: gratuito (exposições no térreo), preço a conferir (exposições temporárias)

Telefone: (11) 2117-4777

Sitehttps://www.mis-sp.org.br/


5. Museu Catavento – Palácio das Indústrias / Parque Dom Pedro II

Dentre as tantas opções de cultura e entretenimento em São Paulo, o Museu Catavento se tornou um das preferidas de crianças e adolescentes. Instalado no belíssimo e histórico Palácio das Indústrias, o museu conta com 12 mil metros quadrados e 250 instalações que encantam e divertem os visitantes de todas as idades.

É, na verdade, um espaço interativo de artes, ciência e conhecimento. Lá é possível debater e vivenciar de tudo um pouco – do Sistema Solar aos maiores animais da Terra, das leis da física à preservação ambiental, tudo apresentado de forma lúdica e divertida.

Entre os espaços mais populares, estão o lindo borboletário, um estúdio de TV e a “casa maluca”. Há ainda monitores organizando jogos e demonstrações diversas.

Onde fica: Palácio das Indústrias – Praça Cívica Ulisses Guimarães, s/n (estação Pedro II)

Funcionamento: de terça a domingo, das 9h às 16h

Ingresso: R$ 10 (inteira), R$ 5 (meia), grátis às terças-feiras

Telefone: (11) 3315-0051

Site: http://www.cataventocultural.org.br/

(Fonte: kayak.com.br)

Dicas:

- 10 exposições online imperdíveis para conferir em outubroLista conta com mostra sobre Leonardo da Vinci, do Castelo Rá Tim Bum, do Basquiat, de fotografia e muito mais! Acesse https://bit.ly/31V6Tcy (guiadasemana.com.br)

- Agenda SP: seu guia de eventos para ficar em casa - outubro 2020
Nestes meses de quarentena, quem não está em SP também pode curtir os shows, exposições, museus, filmes, peças de teatro e cursos que separamos na nossa agenda. Não faltam eventos para manter a mente sadia em casa. Acesse https://bit.ly/3mEILmr (coisosonthego.com)

ARTE E CULTURA: FAVELAGRAFIA 2.0

FAVELAGRAFIA 2.0 

(favelagrafia.com.br)

(instagram.com/favelagrafia)

(facebook.com/favelagrafia)

O Projeto Favelagrafia chega em sua segunda edição mantendo o objetivo de trazer um novo olhar sobre as favelas cariocas, a partir de quem mais entende delas: seus moradores. Nove fotógrafos, cheios de talentos e sonhos, apaixonados pela arte da fotografia e, principalmente, pelas comunidades onde moram.

Nessa segunda fase do Favelagrafia, os fotógrafos do projeto retratam os talentos das favelas cariocas ligados à música, dança, artes plásticas, performance, moda, esportes… O que não falta nas favelas da Cidade são talentos potentes e histórias de arte e de vida que merecem ser contadas. Histórias que já foram representadas em forma de fotografia e, nesta segunda fase, em foto e vídeo.

Lançado em 2016, o objetivo do projeto é recriar o olhar da cidade sobre a favela, mostrando que ela não é sinônimo de tráfico, arma e perigo. É potência, talento, arte e criatividade.

                                    (Foto: Anderson Valentin, FAVELAGRAFIA)

LIVRO DA SEMANA: LAÇOS DE FAMÍLIA, de Clarice Lispector

Essa poderia ser mais uma coletânea de contos de um escritor qualquer, como tantas outras, mas, em se tratando de Clarice Lispector, isso está longe de acontecer. Esta escritora é conhecida pela intensidade que coloca nas palavras, pelos inúmeros momentos de epifania[i] que ocorrem com seus personagens, e por suscitar discussões dos mais variados temas, como a família, o papel da mulher na sociedade e os relacionamentos, em decorrência do aprofundamento psicológico imposto a seus personagens. Segundo alguns críticos, este é o melhor livro para começarmos a ler, gostar e entender a obra de Clarice Lispector. É uma coletânea de treze contos que relatam momentos do cotidiano, aparentemente banais, mas só aparentemente! E, embora muitos desses contos tenham sido escritos há oitenta anos atrás (1940), isso não faz a menor diferença, pois continuam perfeitamente plausíveis para o nosso tempo atual. Isso se chama “atemporalidade” e é uma característica de uma obra clássica, aquela que o tempo não consegue destruir ou torna-la inadequada, fora da realidade. Também é interessante notar que dos treze contos reunidos nessa coletânea, apenas um (O Jantar) é narrado em primeira pessoa, enquanto todos os outros são narrados em terceira pessoa. Oito, dos treze contos (Devaneio e Embriaguez de uma Rapariga, Amor, A Imitação da Rosa, Os Laços de Família, Feliz Aniversário, Preciosidade, Mistério em São Cristóvão e O Bufálo) tratam da condição feminina no contexto familiar. Nos quatro restantes (Uma Galinha, A Menor Mulher do Mundo, Começos de uma Fortuna e O Crime do Professor de Matemática) estão também relacionados ao universo familiar, porém agora privilegiando outros membros da família.

[i] Epifania é um sentimento que expressa uma súbita sensação de entendimento ou compreensão da essência de algo. Também pode ser um termo usado para a realização de um sonho com difícil realização.

Relatos de Leitura de "Laços de Família" 

(...) Confesso que senti medo antes de começar. Pensei ser um daqueles livros curtos que passamos meses lendo, por ser cansativo ou muito rebuscado. Eu não poderia estar mais errado. A leitura de “Laços de Família”, exceto pelo primeiro conto (“Devaneio e embriaguez duma rapariga“) que é deveras complicado de ler, é simples.

A dificuldade vem simplesmente da profundidade das emoções exploradas no texto.

Existem partes em que é preciso ler e reler para entender exatamente o que a autora queria dizer, mas uma vez que você está imerso na história e conhece os personagens, tudo fica mais fácil. Sério. Sensibilidade é a palavra de ordem.

Aliás, algo que devo apontar: li o livro de ontem para hoje. Alguns podem dizer que não absorvi a leitura, ou que fui superficial. Garanto que não é o caso. Essa ressaca literária vai me acompanhar por semanas.

Melhores partes: Eu sofro de ansiedade, então foi fácil ter empatia com os personagens de Clarice. Todos eles sofrem desse mal, de uma forma ou de outra. Isso tornou todos os contos muito importantes para mim. Talvez por isso eu tenha conseguido fazer uma leitura tão rápida.(...)

HENDRICK, Alvaro. Resenha: “Laços de Família”, de Clarice Lispector. Disponível em: Portal Gatilho / https://bit.ly/2HO93U8

Assista a alguns vídeos com mais informações sobre Laços de Família

(Fonte: canal Ler Antes de Morrer - Isabela Lubrano / YouTube - https://bit.ly/3oJGoB1) 

(Fonte: canal Literatura Fora da Escola - Prof. Lucas Limberti / YouTube / https://bit.ly/37KVyjg)

                       (Fonte: canal Ana Lis Soares / YouTube / https://bit.ly/34CAkSP) 
 
            (Fonte: canal TV Oficina - Prof. André / YouTube / https://bit.ly/35HRMEG) 

Outras resenhas de Laços de Família para você ler:
- MANS, Matheus. Resenha: "Laços de Família" é livro poderoso de Clarice Lispector. Disponível em: Esquina da Cultura / https://bit.ly/37WcuU9 
- ZAMBONI, Isabela. Resenha: Laços de Família - Clarice Lispector. Disponível em: Resenhas à la Carte / https://bit.ly/3mBrz19 

QUEM FOI CLARICE LISPECTOR?

Clarice Lispector foi uma das mais destacadas escritoras da terceira fase do modernismo brasileiro, chamada de "Geração de 45".

Haya Pinkhasovna Lispector nasceu no dia 10 de dezembro de 1920 na cidade ucraniana de Tchetchelnik.
Descendente de judeus, seus pais Pinkhas Lispector e Mania Krimgold Lispector, passaram os primeiros momentos de vida de Clarice fugindo da perseguição aos judeus durante a Guerra Civil Russa (1918-1920).
Diante disso, chegam ao Brasil em 1921 e vivem nas cidades de Maceió, Recife e Rio de Janeiro onde passaram algumas dificuldades financeiras.
Desde pequena, Clarice estudou várias línguas (português, francês, hebraico, inglês, iídiche) e teve aulas de piano. Era boa aluna na escola e gostava de escrever poemas.
Após a morte de sua mãe em 1930, Clarice termina o terceiro ano primário no Collegio Hebreo-Idisch-Brasileiro.
Mais tarde, sua família vai viver no Rio de Janeiro. Em 1939, com 19 anos, ingressa na Escola de Direito da Universidade do Brasil e começa a dedicar-se totalmente à sua grande paixão: a literatura.
Fez cursos de antropologia e psicologia e, em 1940, publica seu primeiro conto, intitulado “Triunfo”.
Após a morte de seu pai, em 1940, Clarice começa sua carreira de jornalista. Nos anos seguintes, trabalha como redatora e repórter na Agência Nacional, no Correio da Manhã e no Diário da Noite.
Em 1943, casa-se com o Diplomata Maury Gurgel Valente, com quem teve dois filhos. Seu primogênito, Pedro, foi diagnosticado com esquizofrenia. Seu segundo filho, Paulo, foi afilhado do escritor Érico Veríssimo.
Devido à profissão de seu marido, Clarice viveu em muitos países do mundo, desde Itália, Inglaterra, Suíça e Estados Unidos. O relacionamento durou até 1959, e quando resolveram se separar, Clarice retornou ao Rio com seus filhos.
A escritora foi naturalizada brasileira e se declarava pernambucana. Seu nome, Clarice, foi uma das formas que seu pai encontrou de esconder toda sua família quando chegaram ao Brasil.
Clarice falece no dia 09 de dezembro de 1977, véspera de seu aniversário de 57 anos, na cidade do Rio de Janeiro, vítima de câncer de ovário.

  • Clarice se apaixonou por quem viria a ser seu grande amigo confidente, o escritor Lúcio Cardoso (1912-1968), contudo, não ficaram juntos porque Lúcio era homossexual.
  • Um episódio marcante de sua vida foi o incêndio que ocorreu em sua casa, em 1966, provocado por um cigarro. Como consequência, ficou hospitalizada durantes meses e quase teve de amputar sua mão. 
(Fonte: todamateria.com.br / https://bit.ly/3myjsmg) 






sexta-feira, 23 de outubro de 2020

LIVRO DA SEMANA 2: ALICE ATRAVÉS DO ESPELHO, de Lewis Carroll

Este livro é a sequência de Alice No País Das Maravilhas, resenhado anteriormente neste blog. Alice, agora, ao entrar nesse mundo absurdo e fantástico através do espelho que fica sobre a lareira da sala, torna-se peça viva de um jogo de xadrez onde os percursos são feitos de trem e cada parada exige estratégias diferentes. Se ela conseguir vencer o jogo terá seu sonho de tornar-se rainha realizado. Será? Nessa história, Lewis Carroll capricha nos enigmas, charadas e na crítica social relativa ao contexto histórico e social daquela época, em seu país, a Inglaterra.

Capítulo I: A Casa do Espelho

"Pode-se ver uma portinha do corredor da Casa do Espelho, se deixarmos bem aberta a nossa sala de visita: e é igualzinho ao nosso corredor até onde se vê, só que mais adiante, você sabe, pode ser completamente diferente. Oh, Kitty, que bom seria atravessar para dentro da Casa do Espelho!"

Resenha
“Em um dia entediante, sentada no sofá e observando sua gatinha brincar com um novelo de lã, Alice fica intrigada ao olhar-se em um espelho e notar que ele refletia sua casa ao contrário. Ela entra no espelho e mergulha em um universo repleto de novas aventuras, onde o tempo corre de trás para frente e onde ela reencontra personagens já conhecidos, como a Rainha Vermelha e os gêmeos Tweedledum e Tweedledee (de Alice no País das Maravilhas), e conhece novas criaturas estranhas e cativantes. Em Alice no País dos Espelhos, sonho e realidade se misturam para criar uma narrativa cheia de elementos fantásticos e ao mesmo tempo reais, parodiando os costumes rígidos do período vitoriano inglês em que a obra foi escrita. O livro é um prato cheio para curiosos de todos os tipos, que serão surpreendidos a cada virar de página, sem saber quais situações absurdas ou personagens estranhos aparecerão depois. Mergulhe na literatura fantástica de Carroll e se prepare para desvendar mais uma vez um mundo completamente maluco e nonsense.”
(Fonte: martinclaret.com.br / https://bit.ly/31AgYvw)
 
Outras resenhas sobre Através do Espelho, de Lewis Carroll:
- site Ju Cirqueira / https://bit.ly/31By8c4 
- site Mundo dos Livros / https://bit.ly/3jphXVl 

Abaixo você pode assistir a três vídeos que trazem mais informações sobre este livro.

    (Fonte: canal Ler Antes de Morrer - Isabella Lubrano / YouTube / 
https://bit.ly/3menRum)

                               (Fonte: canal Ju Cirqueira / YouTube / 
https://bit.ly/2TjILMd) 

                            (Fonte: canal Mundo de Sophia / YouTube / https://bit.ly/2Thlmek) 

Quer saber sobre as adaptações para a telona? Leia o artigo Alice no País do Longa Metragem, no site darkside.blog.br / https://bit.ly/3m8ANSy

Observação: Para saber mais sobre Lewis Carroll e sua obra leia o artigo anterior a este Livro da Semana: Alice no País das Maravilhas

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

LIVRO DA SEMANA 1: ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS, de Lewis Carroll

Os dois livros de Lewis Carroll, escritos para crianças, Alice No País Das Maravilhas (Alice’s Adventures in Wonderland) e a sequência do primeiro, Alice Através Do Espelho (Through the Looking Glass) são fonte de muitos elogios e ótimas críticas desde sempre, mas algumas práticas mantidas pelo autor em sua vida privada, como o hobby de tirar fotos de meninas seminuas e o de trocar correspondência com as mesmas, sempre suscitaram polêmica e acusações relacionadas à pedofilia e a um sério desvio de caráter.
Após ler vários artigos de acadêmicos de literatura, de blogs de literatura e biografias sobre Lewis Carroll no intuito de esclarecer mais esses fatos para poder escrever este artigo sobre este grande autor e sua obra, entendi que não devemos formar uma opinião sobre nada nem ninguém antes de compreendermos o contexto onde os fatos se desenvolveram. Li vários textos tendenciosos, de cunho religioso, demonizando a figura de Lewis Carroll, mas ao ler, por exemplo, o trecho abaixo, pude entender como e porque aquelas fotos aconteciam e que destino tiveram.

(...) Uma de suas maiores polêmicas seria a sua fascinação por fotografar crianças seminuas. Segundo o ex-diretor da Lewis Carroll Society, Wakeling, na época, era comum esta prática como forma de eternizar a pureza infantil. "A mortalidade na época era alta. Pais queriam ter registros dos filhos, por conta disso. Querendo retratá-los como anjos, eles geralmente apareciam nus. Ele tirou cerca de 30 destas, mas sugerir que foram centenas, por interesse próprio, é errado", disse Wakeling em entrevista ao Guardian. (...)  (aventurasnahistoria.uol.com.br / https://bit.ly/2ThiUo3)

(...) Uma de suas frases mais marcantes era "Gosto de crianças (exceto meninos)" Quando tinha oportunidade gostava de desenhar ou fotografar meninas seminuas, com a permissão da mãe. "Se eu tivesse a criança mais linda do mundo para desenhar e fotografar", escreveu, "e descobrisse nela um ligeiro acanhamento (por mais ligeiro e facilmente superável que fosse) de ser retratada nua, eu sentia ser um dever solene para com Deus abandonar por completo a solicitação".

Por temor que estas imagens desnudas criassem embaraços para as meninas mais tarde, pediu que após a sua morte fossem destruídas ou devolvidas às crianças ou a seus pais. (...) (laaanaminhaestante.blogspot.com / https://bit.ly/35m9m0R)

 ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS

Esse livro foi escrito na era vitoriana da história da Inglaterra, onde a Igreja Cristã da Inglaterra (Christ Church of England) tinha grande poder e, portanto, estabelecia os padrões éticos e morais da sociedade inglesa. Consequentemente, os tabus, as censuras, a repressão sexual e as perseguições àqueles que não seguiam tais padrões eram uma constante no governo da Rainha Vitória, no século XIX. Como sempre acontece em épocas de repressão política, artistas, professores e pensadores acabam arrumando um jeito de se expressarem, de criticarem o establishment e de denunciarem aquilo que não vai bem ou está errado na sociedade. Lewis Carroll, com toda sua inteligência, escreveu textos classificados em literatura como pertencendo ao estilo “absurdo literário” (literaty nonsense). Se é absurdo, não pode ser levado a sério, e assim, não pode ser censurado nem perseguido. Very clever, Sir!

 A história de Alice no País das Maravilhas originou-se em 1862, quando Carroll fazia um passeio de barco no rio Tâmisa com sua amiga Alice Pleasance Liddell, com 10 anos na época, e as suas duas irmãs, sendo as três filhas do reitor da Christ Church (Igreja Cristã). Ele começou a contar uma história que deu origem à atual, sobre uma menina chamada Alice que ia parar em um mundo fantástico após cair numa toca de um coelho. A Alice da vida real gostou tanto da história que pediu que Carroll a escrevesse.
 (...) Alice no País das Maravilhas possui inúmeras adaptações e traduções, sendo encenado para o cinema e o teatro. Devido a isto, é possível adequá-la para o tempo atual.
Contudo, é um livro infantil escrito para crianças inglesas do final do século 19. Isto é, as referências e brincadeiras presentes na versão original podem não ser entendidas por uma criança do século 21.
E, mesmo assim, a obra conquistou e conquista muitos leitores de diferentes idades e gerações.  Mesmo sendo cheia de referências ligadas à cultura da época.
Alice no País das Maravilhas conta a história de uma garotinha chamada Alice que cai em um mundo alucinante em que as leis da física e da lógica não funcionam. Em um mundo em que não há limite entre o sonho e a realidade. (...) 
(guiaestudo.com.br / https://bit.ly/34lmDrb
)

Além de poeta e romancista, Lewis Carroll foi matemático, formado na Universidade de Oxford e depois tornou-se professor do Christ College na mesma instituição, a qual é muito renomada até os dias de hoje. Também se interessava por espiritismo, paganismo, psiquismo, assuntos que em sua época eram chamados de "artes ocultas". Com todos esses interesses, fica plausível que tenha introduzido em seus textos os assuntos dos quais mais gostava ou que mais lhe instigavam, como podemos ver no trecho abaixo.

 (...) Em 1865 são lançados: “Alice no País das Maravilhas” e a sequência “Alice Através do Espelho”.
As obras têm como pano de fundo um país povoado por seres antropomórficos em um contexto da lógica do absurdo. Repleto de poemas, problemas matemáticos, enigmas, filosofia. Os desenhos de John Tenniel contribuíram muito para trazer uma amostra do universo de Alice para os leitores, além de se tornar referência a futuros ilustradores e desenhistas. (...)
(Fonte: roadiecrew.com / https://bit.ly/2IQ5X2A)

                        Análise da obra

Em uma história totalmente “nonsense” (que não faz sentido, absurda), Lewis brinca com poemas e canções infantis da época, uma forma de criticar o sistema educacional da Inglaterra.
Não é apenas uma história para crianças, mas também para adultos. O livro aborda temas como literaturapintura, psicologia, filosofia, matemática, etc.
Assim como o estilo de vida britânica: o chá da tarde, a presença de monarquia, jogo de crochê, entre outros.
Os personagens são bem construídos e cada um representa algo dentro da narrativa.
·     Alice:  simboliza a curiosidade, possibilidade de imaginação e fantasia presentes na infância.
·  O Coelho Branco: pela pressa e permanente aflição, simboliza a passagem imparável do tempo.  
·     A Lagarta: um animal de metamorfose, representa a capacidade de transformações ao longo da vida e da aceitação.  
·     O Gato de Cheshire: representa  o poder da magia, uma dose de insanidade contra a lógica.
·    O Chapeleiro Louco: simboliza a rebeldia contra as normas sociais e o modo de vida dos ingleses.
·   A Rainha de Copas: simboliza a injustiça da monarquia, da tirania e do abuso de poder.
(Fonte: guiaestudo.com.br / https://bit.ly/34lmDrb)

Vamos conhecer mais sobre esta obra e seu autor assistindo aos vídeos abaixo.

               (Fonte: canal Ler Antes de Morrer - Isabella Lubrano / YouTube / https://bit.ly/3oc0xz8) 

                         Polêmicas e Drogas em Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll                            (Fonte: canal Literature-se / YouTube / https://bit.ly/34mndoD)

       Programa Literatura Fundamental / entrevistada: Profa. Sandra Vasconcellos
     (Fonte: canal UNIVESP / YouTube / https://bit.ly/3ktmVly) 

"Alice no País das Maravilhas e Matrix" - Prof. Mário Sérgio Cortella
(Fonte: Canal do Cortella / YouTube / https://bit.ly/31PRMS3) 

QUEM FOI LEWIS CARROLL?

Nome real: Charles Lutwidge Dodgson (1832-1898)

Lewis Carroll foi um acadêmico inglês, matemático e diácono anglicano. Ele é mais conhecido por dois livros, Alice's Adventures in Wonderland e sua sequência, Through the Looking-Glass . Ele é conhecido por seu brilhante jogo de palavras, lógica sem sentido e fantasia. Ele inventou o gênero do absurdo literário.
 Os livros são infantis e muito vitorianos em sua natureza. Nos tempos modernos, há recordes de autores infantis de best-sellers como JC Rowling, mas cento e cinquenta anos após a publicação de Alice, nenhum outro autor infantil britânico o igualou em vendas ou fama. Na verdade, o nome 'Lewis Carroll' é provavelmente o nome literário inglês mais reconhecível depois de Shakespeare.
 Uma das coisas que fez Carroll se classificar entre os maiores escritores do mundo é a capacidade de seus livros, mesmo depois de um século e meio, de confundir os críticos e outros especialistas em sua busca para decodificar seus vários quebra-cabeças, problemas matemáticos e enigmas. Alice se origina como uma história simples contada às três filhas de um dos amigos de Carroll, mas é um quebra-cabeça sofisticado elaborado por um escritor excepcionalmente inteligente com um grau excepcional de criatividade e inventividade.
Por mais de um século, a ambigüidade e complexidade de Alice no País das Maravilhas inspirou cineastas e diretores de teatro, designers de moda, dançarinos, fotógrafos e outros artistas a fazer suas próprias interpretações da história. Walt Disney e Tim Burton fizeram adaptações para o cinema de Alice e Através do Espelho, e novas versões cinematográficas são produzidas a cada dois anos. A modelo russa Natalia Vodianova posou como Alice para a Vogue, e a estátua de bronze dela do escultor José de Creeft está no Central Park, em Nova York. Os outros personagens, A Rainha de Copas, o Chapeleiro Maluco, o gato sorridente de Cheshire, o neurótico Coelho Branco, Tweedledee e Tweedledum, e outros personagens, são personagens cult, entre os mais famosos em toda a literatura, mais famosos ainda do que aqueles de Charles Dickens .
O poema de Carroll, Jabberwocky, de Through the Looking-Glass , é o poema sem sentido mais famoso da literaturaEle transmite suas emoções e ações de forma eficaz, sem que nenhuma das palavras tenha qualquer significado. Algumas das palavras que ele inventou, como 'chortle' e 'galumphing', entraram na língua inglesa. 

(Fonte: nosweatshakespeare.com / https://bit.ly/2HqFh7W) 

Outras biografias interessantes de Lewis Carroll
- wikipedia.org / https://bit.ly/3mf2Obe 
- britannica.com (em inglês) / https://bit.ly/3miB9Gl

Um artigo muito interessante para se ler é Lewis Carroll e sua Alice, publicado no site Roadie Crew - Heavy Metal & Classic Rock (https://bit.ly/2IQ5X2A) onde listam várias músicas que citam ou fazem alusões aos livros de Lewis Carroll e seus personagens.

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

LIVRO DA SEMANA 2: O BEIJO NA PAREDE, de Jeferson Tenorio

Esta narrativa tem muito a ver com o livro da resenha anterior, O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger. Coincidentemente, o autor de O Beijo na Parede, Jeferson Tenorio, esteve ontem no programa Conversa com Bial, da Rede Globo, falando sobre literatura negra. As sincronicidades estão sempre se apresentando para nós, não é mesmo? Então, vamos à resenha para sabermos o que essas duas obras tem em comum.

(...) O tom do relato lembra o de Holden Caulfield, do Apanhador no Campo de Centeio, o clássico de J. D. Salinger, em que um adolescente de classe média toma a palavra para contar sua história desviante. O livro virou um clássico em parte pela voz mesmo, pela força com que soube representar o ponto de vista e a linguagem daquele jovem.
Mas o livro do Jeferson tem como protagonista o João, com seus inacreditáveis 11 anos e uma vida de privações inimagináveis para Caulfield. Nascido no Rio, de mãe negra e pai branco (este, gaúcho de origem), ele perde a mãe no Rio e o pai quando já mora em Porto Alegre. O que vem pela frente é pura dureza: será mais ou menos adotado por uma prostituta (que apanha do cafetão), convive com um travesti e com dois velhos muito próximos da morte num cortiço imprecisamente localizado entre a Voluntários e a Farrapos, e compartilha a vida na rua com amigos de história parecida com a sua, o Pouca Força e o Breno. 
A sucessão dos episódios – entre o cortiço, um terreiro, a rua da Praia, um súper, o boteco do seu Joaquim – obedece à força do acaso, que rege a vida de quem nada tem e depende mesmo da sorte. Por isso mesmo, não há um enredo progressivo, mas uma vida estacionada ou em decadência, embora o clima da narrativa se adense no terço final, alcançando um desfecho significativo, que não cabe comentar aqui para não estragar o gosto do leitor que vier chegando. (...)


FISCHER, L. A. O BEIJO NA PAREDE. Site: Matinal Jornalismo - Parêntese/Resenha, janeiro 31/2020. Disponível em: https://bit.ly/2H5oZS7

(...) Como foi criar a voz narrativa de um menino de 11 anos?
Atuei durante sete anos como professor de escola pública, com alunos dessa faixa etária. Aprendi neste período que as crianças tem um lirismo muito poderoso e desconcertante, tão profundo quanto a de um filósofo. Mas passar isso para uma narrativa é outra coisa. Sustentar um discurso infantil durante toda a história foi difícil porque eu precisava dar verossimilhança a este discurso. Experimentei muitas formas de narrar até encontrar este tom entre a crueza, o lirismo e a espontaneidade. Neste sentido fui bastante influenciado pelo personagem Riobaldo, do Grande sertão veredas. Sempre me chamou atenção a capacidade lírica e filosófica oriunda de um homem aparentemente simples. (...)

AMABILE, L. R. O ROMANCE DE ESTREIA DE JEFERSON TENORIO. Site: Biblioteca PUC RS / Curiosidades Literárias, outubro 16/2020. Disponível em: https://bit.ly/31dVCUK

Assista a esta resenha feita em vídeo por alunos do Ensino Médio de uma escola pública do Rio Grande do Sul.
                                               (Fonte: canal YouTube IFSul Campus Gravataí / encurtador.com.br/gsGX0) 

Assista a este vídeo do próprio autor, Jeferson Tenorio, falando sobre sua biblioteca particular.
                                                             (Fonte: canal YouTube Editorial J / https://bit.ly/3lR84S3) 

Este artigo é para aqueles que tem interesse em saber como é a rotina de um escritor, seu processo criativo: MINHA ROTINA - JEFERSON TENORIO (https://bit.ly/2FzgU7s)

QUEM É JEFERSON TENÓRIO

Com apenas 13 anos o carioca Jeferson Tenório mudou-se para Porto Alegre. Fez sua graduação e mestrado na UFRGS, com uma dissertação sobre o moçambicano Mia Couto. Atualmente, é doutorando em Letras na PUCRS e professor de português e literatura na rede pública de ensino de Porto Alegre. 
Além do recém-lançado O Avesso da Pele (Companhia das Letras), Tenório também escreveu Estela Sem Deus (Zouk, 2018) e O Beijo na Parede (Sulina, 2013). Tem textos adaptados para o teatro e contos traduzidos para outros idiomas. 
Foi o escritor anfitrião da FestiPoa Literária de 2019 e já conquistou diversos prêmios de literatura, como: Menção honrosa no 19º Concurso de contos Paulo Leminski, pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná; 15º Concurso Poemas no ônibus e 3º Concurso Poemas no trem, da Prefeitura de Porto Alegre; além do prêmio de Livro do Ano, pela Associação Gaúcha de Escritores. 
(Fonte: pucrs.b/cultura/janeiro 10/2020 - https://bit.ly/2FFyU08)

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