O livro, que tem um caráter épico², é considerado um dos romances mais importantes do modernismo brasileiro, foi escrito em 1926 e publicado em 1928.
[...] Assim ele faz de Macunaíma uma rapsódia: uma colagem das lendas, mitos, tradições, religiões, falares, hábitos, comidas, lugares, fauna e flora do Brasil. A grande genialidade da obra foi conseguir unir esses muitos elementos em uma narrativa coesa.
Para isso, Mário de Andrade lança mão de algumas características da composição modernista. O espaço em Macunaíma não segue as regras da verossimilhança dos romances realistas. O herói passa de um lugar distante para o outro em poucos passos [...] O que dá unidade ao espaço no romance não é a distância física entre os lugares e sim suas características. [...]
(Fonte: culturagenial.com / https://bit.ly/2S6R7tL)
Enfrentar o desafio de construir uma obra dessas, com tamanho volume de informações só foi possível graças ao grande conhecimento de Mário de Andrade sobre a cultura e a diversidade do Brasil, que sempre foi um país continental que apresenta uma vasta gama de regionalismos, de uma pluralidade cultural imensa.
Nessa colagem, o autor insere personagens históricos em contextos inusitados, ressignifica símbolos nacionais e mistura lendas indígenas com inovações tecnólogicas da época.
Um aspecto importante desta obra é o emprego que o escritor faz de uma linguagem muito próxima da oralidade e que é um mix de falares regionais, estrangeirismos e termos indígenas. Portanto, "Macunaíma, o herói sem caráter" representa essa o povo brasileiro que está em busca dessa unidade nacional e vai se adaptando a cada situação diferente conforme elas surgem pelo caminho.
E isso é assustador de imediato. Eu me lembro da primeira vez que li, por obrigatoriedade essa obra. Quis chorar, pois era adepta ao “politicamente correto”, com o português formal, com termos provindos de países europeus. Conhecia a mitologia grega de cabo a rabo, mas nada sabia sobre nosso folclore. [...]
(Fonte: cladoslivros.com.br / https://bit.ly/3x3LvPD)
CURIOSIDADES SOBRE MACUNAÍMA
- Mário de Andrade disse que escreveu Macunaíma em 6 dias, deitado na rede de uma chácara em Araraquara, São Paulo.
Nos dicionários, “macunaíma” significa: 1. entidade mitológica ameríndia criadora de de todas as coisas; 2. indivíduo preguiçoso e que tenta enganar os outros
Em 1969, foi lançado um filme de nome Macunaíma, baseado na obra de Mário de Andrade. Trata-se de uma comédia escrita e dirigida pelo cineasta brasileiro Joaquim Pedro de Andrade (1932-1988).
Mário de Andrade e Araraquara
O escritor esteve várias vezes na Chácara Sapucaia que hoje abriga o centro cultural. Em algumas, para se recuperar de crises emocionais, como a perda de seu irmão Renato em 1913, e em outras, para passar férias, como em 1926, quando redigiu a rapsódia transformada no livro Macunaíma. Ao completar 40 anos, Mário sofreu séria crise de depressão. Com fases mais brandas ou profundas, a doença acompanhou-o até o fim de sua vida. Enfermo, sempre recorreu às temporadas em Sapucaia.
Foi membro ativo de uma renovação estética e ideológica, buscava na mudança e na transição argumentos destacáveis para sua eterna luta: a da recuperação do sentido de ‘ser brasileiro’. Sua figura representa, até hoje, o grande questionador da cultura e da arte que estavam alimentando o Brasil do início do século 20. Com Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral, Mário foi um dos mais fortes defensores da cultura do povo brasileiro e de seu resgate, enfatizando o retorno às origens, sem perder de vista as influências estrangeiras.
(Fonte: UNESP: Berço de Macunaíma é preservado como Centro Cultural em Araraquara, publicado em 21/01/2004. Disponível em: saopaulo.sp.gov.br / https://bit.ly/3v1LTwF)
Pio Lourenço Corrêa foi, além de parente, amigo e correspondente de Mário de Andrade durante muitos anos.
A fazenda Sapucaia, que era o antigo nome do local onde hoje fica a chácara doada por Heleieth Saffioti à Unesp no dia 7 de dezembro, pertencia a Pio Lourenço Corrêa, um intelectual autodidata, que, entre outras coisas, estudou tupi para buscar a origem da palavra "Araraquara", comprando uma briga com os filólogos da época. Pio contestou a vertente que defendia, como muitos defendem até hoje, que "Araraquara" significava algo próximo a "ninho das araras". Para Pio Lourenço Corrêa, a palavra que dá nome à cidade do interior paulista deveria ser traduzida como "morada do sol". É uma das histórias que Renato Corrêa Rocha conta a respeito de Pio Lourenço Corrêa. Rocha é fazendeiro, vive em Araraquara e herdou a propriedade de Lourenço Corrêa, de quem é sobrinho, em 1961, e a vendeu para o casal Saffioti em 1973.
- Macunaíma, o herói sem nenhum caráter (bonslivrosparaler.com.br / https://bit.ly/2T3MkJx)
- Macunaíma (todoestudo.com.br / https://bit.ly/3gdiqdT)
- (Resenha) Macunaíma O Herói Sem Nenhum Caráter @ciadasletras (cladoslivros.com.br / https://bit.ly/3x3LvPD)
- Modernismo no Brasil (todamateria.com.br / https://bit.ly/3g08W6X)
- A Linguagem do Modernismo (todamateria.com.br / https://bit.ly/3cptpzw)
Teve contato pela primeira vez
com o modernismo na exposição de arte de Anita Malfatti. Ao conhecer Oswald de
Andrade, passou a ser influenciado pelo movimento modernista.
Mário de Andrade se juntou ao
"grupo dos cinco" e passou a fazer parte da vanguarda da arte
brasileira. O ano chave para Mário de Andrade e para a cultura brasileira foi
1922. Naquele ano, ele colaborou com a revista Klaxon, participou da Semana de
Arte Moderna e lançou um dos seus principais livros, o Paulicéia Desvairada,
que se tornou um marco para a literatura brasileira moderna.
Enquanto na Europa nasciam diversas vanguardas artísticas que defendiam a liberdade de criação, no Brasil o parnasianismo era a escola literária mais influente. Os parnasianos pregavam uma poesia metrificada, com rimas ricas e temas que contemplassem o belo.
Mário de Andrade, que era
influenciado pelas vanguardas, se tornou um grande crítico do movimento
parnasiano. Ele não queria apenas copiar o que era feito na Europa, e sim usar
os conceitos das vanguardas europeias para criar uma literatura nacional.
Ele defendeu esta posição no Prefácio
Interessantíssimo, uma espécie de manifesto onde reafirma o uso de versos sem
métrica, sem rima, e uma linguagem mais simples e próxima do português falado
no Brasil. Neste texto, Mário de Andrade também critica as regras rígidas e a
linguagem difícil do parnasianismo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários publicados neste blog são MODERADOS. Portanto, só serão publicados os comentários que estiverem de acordo com nossos termos. Por favor, antes de publicar, leia nossos TERMOS DE USO, abaixo listados.
1. Publique somente comentários relacionados ao conteúdo do artigo.
2. Comentários anônimos não serão publicados bem como aqueles que apresentem palavras e/ou expressões de baixo-calão, ofensas ou qualquer outro tipo de falta de decoro.
3. Os comentários postados não refletem a opinião do autor deste blog.