É uma figura de linguagem que consiste em afirmar o oposto do que se pensa, utilizando palavras com sentido oposto para dar ênfase ao discurso. Pode ser mais leve ou menos óbvia, e mais sutil no tom de deboche.
É um recurso estilístico semelhante à ironia, mas é mais agressivo e provocador, muitas vezes zombando de algo ou de alguém. Pode ser classificado como maldoso, ferino, malicioso.
A palavra ironia tem origem grega (euroneia) e significa dissimulação, fingimento. Já o sarcasmo vem de sarkasmós, que significa zombaria e escárnio.
(...)
Eça de Queirós mostra, através da
hipocrisia de Teodorico, bem como através da própria hipocrisia de Dona
Patrocínio das Neves e de outros personagens, representantes do clero católico,
que o discurso irônico tem a função não só de sátira e galhofa, mas de lançar
uma crítica mais profunda a determinados costumes, valores e práticas da
sociedade portuguesas do século XIX. Portanto, a leitura dessa obra requer uma
atenção da narração irônica que abrange a religiosidade medíocre e fanática. A
teologia cristã dará passagem à teologia do riso.
Pode ficar tranquilo que você,
leitor, encontrará bons motivos para dar boas risadas, mas vou logo avisando
que não são risadas fáceis. Ao contrário, é o humor como uma forma de reflexão.
Raposão imprime um tom sério, quase científico às suas reflexões, e, ao
fazê-lo, acaba sendo cômico, burlesco. Suas representações são excessivas e o
leitor só será enganado se quiser.
O final é simplesmente o máximo.
Querem saber qual a relíquia santa trazida por Teodoro de Jerusalém para sua
tia? Uma coroa de espinhos de Jesus Cristo para conquistar de vez o coração de
sua tia? Ou alguma lembrança de Maria Madalena? Não deixem de ler essa
obra-prima. Um livro que merece um lugar especial na sua estante.
(Fonte: bonslivrosparaler.com.br
/ https://bit.ly/4e30i2U)
Contexto Histórico
O contexto dessa obra se dá no século XIX. Para Eça de Queirós, era fundamental utilizar a arte como forma de denunciar certos comportamentos nocivos que permeavam a sociedade.
Ou seja: essa foi a maneira encontrada pelo autor de mostrar ao mundo algumas das características da sociedade portuguesa daquele período, marcado pelo início de uma marcante crise na monarquia e no sistema colonial.
(...)
(Fonte: blog.stoodi.com.br / https://bit.ly/3ZmYsWe)
(...)
Lançado em 1887, o livro foi
publicado na cidade do Porto, em Portugal. “É sem dúvida uma obra muito
importante do autor, mas gerou uma grande polêmica, quando a Academia Real de
Ciências de Lisboa abriu um concurso literário no qual o texto de Eça foi preterido”,
conta Garmes. “Grande parte da crítica literária considera que A Relíquia foge
um pouco ao gênero do romance realista, sobretudo por conta do episódio
fantástico que ocorre no meio do livro, quando Teodorico, em sua viagem para
Jerusalém, vive uma espécie de retorno para o passado e assiste pessoalmente a
todo o sofrimento de Jesus Cristo, descobrindo que não ressuscitou, e sim
morreu de fato.”
O episódio, no entanto,
instiga e passa. “O restante da trama do romance é marcado por uma linguagem
e ações realistas, com críticas severas à Igreja, à corrupção, à
manipulação da boa-fé dos indivíduos, à desfaçatez do homem capitalista do
século 19, que não valoriza mais nada além de dinheiro e prestígio social,
sem qualquer princípio ético. O autor narra em um tom muito leve e divertido,
que ganha facilmente a simpatia do leitor.”.
(...)
O professor destaca que o
estudante verá a realidade brasileira refletida na história de Eça. “Tem
relação direta com temas como as fakes news, os processos de
corrupção que temos visto ocorrer no Brasil, onde cada um procura provar
sua verdade, deixando de lado qualquer princípio ético, além do crescimento
exponencial de religiões que manipulam seus fiéis da forma mais abjeta.”
(...)
(Fonte: KIYOMURA, Leila. Livro da Fuvest, “A
Relíquia” desnuda a construção de verdades. Disponível em: Jornal da USP - publicado
em 25/09/2018 e atualizado em 17/01/2022 / https://bit.ly/3MP3QtC)
Eça de Queirós nasceu em 25 de novembro de 1845, em Póvoa do Varzim, cidade portuguesa. Ele era filho de José Maria de Almeida Teixeira de Queirós (1820–1901). O pai do escritor não era casado com sua mãe, a portuguesa Carolina Augusta Pereira de Eça (1826–1908).
Assim, sua criação foi
responsabilidade de sua ama de leite e madrinha, Ana Joaquina Leal de Barros.
Em 1855, Eça de Queirós passou a estudar no colégio da Lapa, na cidade do
Porto. Em 1861, ingressou na faculdade de Direito, em Coimbra. Quando terminou o
curso universitário, em 1866, decidiu morar em Lisboa, na casa dos pais, que se
casaram quatro anos depois do nascimento do escritor.
Em 1866, passou a escrever para o
jornal Gazeta de Portugal e, no fim do ano, foi para Évora,
onde atuou como advogado e dirigiu o jornal Distrito de Évora.
Mas, em 1867, regressou a Lisboa. Dois anos depois, conheceu a Palestina, Síria
e Egito. Em 1870, recebeu nomeação para o cargo de administrador do concelho de
Leiria.
No ano de 1872, tomou posse do cargo de cônsul em Havana. No ano seguinte, viajou ao Canadá, Estados Unidos e América Central, após pedir uma licença ao Ministério dos Negócios Estrangeiros. Mas, em 1874, passou a atuar no consulado de Newcastle upon Tyne, na Inglaterra, e, em 1878, no consulado de Bristol. No ano de 1880, começou a escrever para o jornal Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro.
Três anos depois, em 1883, se
tornou sócio-correspondente da Academia Real das Ciências. Já em 1885, ficou
noivo de Emília de Castro (1857–1934), e os dois se casaram no ano seguinte.
Dois anos depois, foram morar na França, pois Eça foi nomeado cônsul em
Paris.
Mas o autor continuou escrevendo
e publicando seus textos. Até que, em 1897, por ordem médica, passou um tempo
em Plombières. Mais tarde, em 1900, foi para o sul da França, também por motivo
de saúde. O escritor morreu em 16 de agosto de 1900, em Paris.
(Fonte: portugues.com.br / https://bit.ly/3Xtazi0)
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