"A senhora Gamp era velha e gorda, com voz rouca e olhos úmidos, os quais conseguia facilmente revirar e mostrar a parte branca. Tinha pescoço muito curto, de modo que lhe custava muito virar para olhar seus interlocutores... O rosto da senhora Gamp, o nariz especialmente, era vermelho e inchado, de modo que era difícil apreciar sua companhia sem se recordar do cheiro de bebida."
(Texto: André Luiz Gattás)
Abaixo
você pode ler trechos de algumas resenhas sobre este livro ou lê-las na
íntegra, acessando o link em destaque.
“
[...] O que eu mais gosto de ler nos livros clássicos passados nos séculos
XVIII e XIX é a chance de poder observar os costumes, os lugares, os
comportamentos e a vida das pessoas pelos olhos de alguém que viveu muito
daquilo que escreveu. Vocês podem achar minha afirmação um pouco óbvia, mas na
verdade ela não é tão tola assim, pois se vocês prestarem bem atenção nos
livros de escritores do século XX em diante, é possível, sim, você ver os
costumes europeus de antigamente, mas não de forma tão fiel, tão real e tão
prazerosa como acontece quando você lê, por exemplo, Um Conto de Natal, uma
história que se consagrou durante os anos
e que leva o leitor a observar toda a postura que alguns ricos tinham em
relação a pobreza, como alguns deles exploravam as crianças ao fazê-las
realizarem trabalhos infantis e principalmente, como o autor usa a sua própria
experiência de vida para nos contar tudo isso. [...]”
(Fonte:
VITORINO, Isabelle. Resenha Especial: Um
Conto de Natal por Charles Dickens. Disponível em: mundodoslivros.com / https://bit.ly/384uuKp)
"[...]
Um Conto de Natal" do britânico Charles Dickens (1812-1870) é uma das
histórias mais famosas da literatura ocidental. O enredo nos traz a figura de
Ebenezer Scrooge, um avarento homem de negócios londrino, rabugento e
solitário, que não demonstra um pingo de bons sentimentos e compaixão para com
os outros. Scrooge não deixa que ninguém se aproxime e rompa a sua dura
carapaça, preocupando-se apenas com os negócios, o dinheiro e os lucros. No
anoitecer frio da véspera natalina, ele é visitado pelo fantasma de Jacob
Marley (seu antigo sócio comercial, morto há sete anos) que o repreende e
anuncia que Scrooge se prepare, pois será visitado por três espectros do seu
próprio passado, presente e futuro... A história da redenção do velho Scrooge
vêm comovendo adultos e crianças de todas as épocas. [...]”
(Fonte:
VIEIRA, Luiza Helena. Resenha #343: Um Conto de Natal - Charles
Dickens (L&PM). Disponível em: balaiodebabados.com.br / https://bit.ly/38dwMHg)
“[...]
Um conto de Natal (A Christmas Carol) de Dickens evoca elementos inerentes ao
Natal como a solidariedade, gentileza, caridade, perdão e autoconhecimento em
um mundo marcado pelo egoísmo no século XIX, fato presente também na era
contemporânea. Ler Dickens é ressignificar a essência do Natal, partindo de
situações triviais que se tornam primordiais à vida em sociedade. [...]”
(Fonte: Agnes Cássia. {Resenha} Um Conto de Natal (A Christmas Carol) – Charles Dickens. Disponível
em: gotasdeepifania.wordpress.com / https://bit.ly/34gC1Vr)
Assista abaixo à algumas vídeo-resenhas da obra.
(Fonte: canal Ler Antes de Morrer - Isabella Lubrano / YouTube / https://bit.ly/3aew7aR)(Fonte: canal Por Paixão / YouTube / https://bityli.com/ergJl)
Visite o Charles Dickens Museum (dickensmuseum.com)onde foi sua antiga residência em Londres e com muitas coisas interessantes para ver, inclusive um tour interativo virtual!
Charles John Huffam Dickens, conhecido como Charles Dickens, nasceu em Landport, no sul da Inglaterra, no dia 7 de fevereiro de 1812, era filho de Elizabeth Barrow e de John Dickens.
Seu pai era escriturário da Tesouraria da Marinha na cidade de Portsmouth, mas vivia de empréstimos sem conseguir pagá-los. Em 1822 resolve fugir para Londres, levando consigo a família.
Morando em um sótão de uma rua pobre de Londres, em 1924, John é preso por dívidas. Com 12 anos, Charles Dickens passou a trabalhar numa fábrica de graxa, onde permaneceu por vários meses.
Sua servidão termina e ele volta à escola quando sua avó morre e seu pai recebe uma herança, com a qual paga as dívidas e reconquista a liberdade.
Charles Dickens volta a estudar e entra na Wellington House Academy, mas logo teve que deixar a escola e arrumar novo emprego.
Em 1827 emprega-se como aprendiz na casa de um procurador judicial. Aos 20 anos, estenógrafo diplomado, coloca-se no jornal True Sun, para relatar reuniões parlamentares e campanhas eleitorais.
Em 1831 emprega-se como repórter parlamentar. Viajando pelas províncias inglesas, se divertia anotando episódios pitorescos.
Primeiras Crônicas
Em 1833, Charles Dickens envia para o Monthly Magazine uma pequena crônica, sem assinatura. Um mês mais tarde, verifica que seu texto fora publicado e era lido por muita gente.
O sucesso o levou a redigir uma série de crônicas em linguagem leve e fácil, narrando fatos reais e fictícios da classe média londrina.
Assinava-as com o pseudônimo de "Boz", no Morning Chronicle, que era o jornal londrino de maior circulação. Em 1835 publica “Esboço de Boz”, em dois volumes.
Em 1837, “Boz” é convidado para acrescentar textos aos desenhos do artista Seymour, para publicá-las em capítulos mensais.
Dickens aceita e impõe que, ao invés de redigir de acordo com os desenhos, estes ilustrassem os seus textos. Nasce assim “As Aventuras do Sr. Pickwick” (1837), obra publicada em fascículos.
Dickens conseguiu elaborar uma obra de valor, que, de acordo com a mentalidade vitoriana, descrevia com saudosismo uma Inglaterra romântica e irreal.
Criou duas personagens, “Pickwick” e “Sam Weller”, que recordam Dom Quixote e Sancho Pança, do espanhol Cervantes.
O Sucesso de Dickens
O rápido êxito fazia Dickens concluir um livro e iniciar outro, sem interrupção. A vaidade e a ânsia de reconhecimento público não lhe permitiam descansar.
Em 1838 publica “Oliver Twist”, onde relata os infortúnios de um menino órfão que mora em um albergue e trabalha em uma fábrica, de onde foge para conviver com marginais, mas não se corrompe.
A obra é um sombrio melodrama, o mais sinistro de seus romances, considerado um ensaio social, onde descreve os horrores do trabalho nas fábricas.
No romance seguinte, “Nicolas Nickleby” (1839), Dickens associa o cômico ao trágico. A obra é uma condenação dos internatos, dirigidos por professores perversos e ignorantes.
Em 1842 foi aos Estados Unidos. A princípio recebido como ídolo, provocou a antipatia da imprensa local, ao declarar, em um banquete em sua homenagem, que os editores americanos não pagavam os direitos autorais aos romancistas ingleses.
Em 1843, publicou “Contos de Natal”, que é quase um conto de fadas e tornou-se parte integrante da mitologia natalina anglo-saxônica. Ostros livros com o mesmo tema são: “O Carrilhão” e “O Grilo na Lareira”, ambos de 1845.
Em 1844 viaja à Itália, estabelecendo-se em Gênova, de onde só retornaria um ano depois.
Em 1845, Dickens viajou a Paris, onde conheceu os maiores escritores franceses da época: Vitor Hugo, George Sand, Théophile Gautier e Alphonse de Lamartine.
Obra-Prima – David Copperfield
Novamente em Londres, Charles Dickens publica sua obra-prima “David Copperfield” (1850), quase uma autobiografia.
Apesar dos exageros típicos da Era Vitoriana, o livro transmite uma poderosa experiência humana, e mais uma vez combate as instituições inglesas: o mau tratamento dispensado às crianças nas escolas, as condições dos operários e a humilhação do encarceramento por dívidas.
Muitas das criaturas que marcaram a vida do autor estão presentes no romance.
Grandes Esperanças (Great Expectations)
Grandes Esperanças, (1860) foi considerada mais uma das obras-primas de Charles Dickens. O livro conta a história de desilusão e redenção pessoal de Philip Pirrip ou só “Pip”.
Originalmente escrita em folhetim, foi posteriormente publicada em três volumes. A obra foi adaptada para a TV e para o cinema.
Representação Teatral
Charles Dickens ficou famoso e era solicitado como orador. Depois do êxito com a leitura dramática de “Carrilhões, Uma História de Duendes”, apresentou-se numa série de espetáculos semelhantes.
Entusiasmado, pediu ao amigo Wilkie Collins uma peça, que redigiu “Abismo Gelado”. Na estreia, Dickens, suas filhas mais velhas e Collins interpretaram os principais papeis e foram aplaudidos calorosamente.
Família
Em 1836, Charles Dickens casa-se com Catherine Hogarth, filha do redator chefe do Morning Chronicle, com quem teve dez filhos. Depois de vinte anos de casado, se apaixona pela atriz Ellen Ternan.
Com medo de perder a estima dos leitores, publica nos jornais uma longa declaração explicando que estava se separando da esposa pela incompatibilidade de gênios. Embora amasse Ellen até o fim da vida, não foi feliz.
Morte
Charles Dickens faleceu, em consequência de um acidente vascular cerebral, em Higham, Inglaterra, no dia 09 de junho de 1870. Seu corpo foi sepultado na Abadia de Westminster.
Encontra-se escrito em sua lápide: “Apoiante dos pobres, dos que sofrem e dos oprimidos, com sua morte, um dos maiores escritores da Inglaterra desapareceria para o mundo". A casa em que morou foi transformada em museu.
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