terça-feira, 15 de dezembro de 2020

LIVRO DA SEMANA 1: UM CONTO DE NATAL ou UMA CANÇÃO DE NATAL, de Charles Dickens

Essa é uma das histórias mais adaptadas que já existiram, em forma de filmes, teatro, musicais, filmes para a televisão, animações, etc. Segundo consta, Charles Dickens a escreveu às pressas, semanas antes do Natal, para poder pagar dívidas que se acumulavam há meses. Mas, como todo grande autor, acabou escrevendo um clássico, uma obra prima! A personagem principal dessa narrativa, Ebenezer Scrooge, é um velho solitário, rabugento, egoísta e pão duro, que carrega consigo mais de uma dezena de adjetivos negativos relativos à alma humana, mas que ao longo da história vai se transformando. As personagens criadas por Dickens são sempre do tipo caricatural, com suas características negativas ou positivas bem acentuadas e no final da história sempre há uma lição a ser aprendida. Alguns críticos e professores de literatura atribuem às descrições bem detalhadas das personagens, em vários aspectos, a razão por sua obra se prestar tão bem às adaptações para a dramaturgia, seja para o cinema, o teatro ou para a televisão. No trecho abaixo, podemos ter uma ideia sobre isso:

"A senhora Gamp era velha e gorda, com voz rouca e olhos úmidos, os quais conseguia facilmente revirar e mostrar a parte branca. Tinha pescoço muito curto, de modo que lhe custava muito virar para olhar seus interlocutores... O rosto da senhora Gamp, o nariz especialmente, era vermelho e inchado, de modo que era difícil apreciar sua companhia sem se recordar do cheiro de bebida."

Dickens tem mais de uma centena de personagens muito populares, conhecidos no mundo todo, assim como sua obra.
(Texto: André Luiz Gattás)

Abaixo você pode ler trechos de algumas resenhas sobre este livro ou lê-las na íntegra, acessando o link em destaque.

“ [...] O que eu mais gosto de ler nos livros clássicos passados nos séculos XVIII e XIX é a chance de poder observar os costumes, os lugares, os comportamentos e a vida das pessoas pelos olhos de alguém que viveu muito daquilo que escreveu. Vocês podem achar minha afirmação um pouco óbvia, mas na verdade ela não é tão tola assim, pois se vocês prestarem bem atenção nos livros de escritores do século XX em diante, é possível, sim, você ver os costumes europeus de antigamente, mas não de forma tão fiel, tão real e tão prazerosa como acontece quando você lê, por exemplo, Um Conto de Natal, uma história que se consagrou durante  os anos e que leva o leitor a observar toda a postura que alguns ricos tinham em relação a pobreza, como alguns deles exploravam as crianças ao fazê-las realizarem trabalhos infantis e principalmente, como o autor usa a sua própria experiência de vida para nos contar tudo isso. [...]”
(Fonte: VITORINO, Isabelle. Resenha Especial: Um Conto de Natal por Charles Dickens. Disponível em: mundodoslivros.com / https://bit.ly/384uuKp)

"[...] Um Conto de Natal" do britânico Charles Dickens (1812-1870) é uma das histórias mais famosas da literatura ocidental. O enredo nos traz a figura de Ebenezer Scrooge, um avarento homem de negócios londrino, rabugento e solitário, que não demonstra um pingo de bons sentimentos e compaixão para com os outros. Scrooge não deixa que ninguém se aproxime e rompa a sua dura carapaça, preocupando-se apenas com os negócios, o dinheiro e os lucros. No anoitecer frio da véspera natalina, ele é visitado pelo fantasma de Jacob Marley (seu antigo sócio comercial, morto há sete anos) que o repreende e anuncia que Scrooge se prepare, pois será visitado por três espectros do seu próprio passado, presente e futuro... A história da redenção do velho Scrooge vêm comovendo adultos e crianças de todas as épocas. [...]”
(Fonte: VIEIRA, Luiza Helena.  Resenha #343: Um Conto de Natal - Charles Dickens (L&PM). Disponível em: balaiodebabados.com.br /  https://bit.ly/38dwMHg)

“[...] Um conto de Natal (A Christmas Carol) de Dickens evoca elementos inerentes ao Natal como a solidariedade, gentileza, caridade, perdão e autoconhecimento em um mundo marcado pelo egoísmo no século XIX, fato presente também na era contemporânea. Ler Dickens é ressignificar a essência do Natal, partindo de situações triviais que se tornam primordiais à vida em sociedade. [...]”
(Fonte: Agnes Cássia. {Resenha} Um Conto de Natal (A Christmas Carol) – Charles Dickens. Disponível em: gotasdeepifania.wordpress.com / https://bit.ly/34gC1Vr

Assista abaixo à algumas vídeo-resenhas da obra.

(Fonte: canal Ler Antes de Morrer - Isabella Lubrano / YouTube / https://bit.ly/3aew7aR)


(Fonte: canal Michas Reads - Michelle Borges / YouTube / https://bityli.com/2eNMX)

(Fonte: canal Por Paixão / YouTube / https://bityli.com/ergJl)

Leia também:
NASCIMENTO, Henrique. As Adaptações de “Um Conto de Natal”, de Charles Dickens. Disponível em: médium.com / https://bit.ly/3gRRRuC

Aqui, uma das versões filmadas como um musical.
(Fonte: canal Tiago Mazzini / YouTube / Ebenezer SCROOGE 1970 - O Adorável Avarento / legendado e dublado em português / https://bit.ly/2WmmvCI)


Visite o
Charles Dickens Museum (dickensmuseum.com)onde foi sua antiga residência em Londres e com muitas coisas interessantes para ver, inclusive um tour interativo virtual!





QUEM FOI CHARLES DICKENS?

Charles Dickens (1812-1870) foi um escritor inglês, autor dos romances “David Copperfield”, “Oliver Twist”, “Christmas Carol”, entre outros. Foi o mais popular e humano dos romancistas ingleses.
Mestre do suspense, do humor satírico e do horror, retrata a Londres de sua época. Foi recebido pela Rainha Vitória como um grande representante das letras inglesas.
Infância e Juventude
Charles John Huffam Dickens, conhecido como Charles Dickens, nasceu em Landport, no sul da Inglaterra, no dia 7 de fevereiro de 1812, era filho de Elizabeth Barrow e de John Dickens.
Seu pai era escriturário da Tesouraria da Marinha na cidade de Portsmouth, mas vivia de empréstimos sem conseguir pagá-los. Em 1822 resolve fugir para Londres, levando consigo a família.
Morando em um sótão de uma rua pobre de Londres, em 1924, John é preso por dívidas. Com 12 anos, Charles Dickens passou a trabalhar numa fábrica de graxa, onde permaneceu por vários meses.
Sua servidão termina e ele volta à escola quando sua avó morre e seu pai recebe uma herança, com a qual paga as dívidas e reconquista a liberdade.
Charles Dickens volta a estudar e entra na Wellington House Academy, mas logo teve que deixar a escola e arrumar novo emprego.
Em 1827 emprega-se como aprendiz na casa de um procurador judicial. Aos 20 anos, estenógrafo diplomado, coloca-se no jornal True Sun, para relatar reuniões parlamentares e campanhas eleitorais.
Em 1831 emprega-se como repórter parlamentar. Viajando pelas províncias inglesas, se divertia anotando episódios pitorescos.
Primeiras Crônicas
Em 1833, Charles Dickens envia para o Monthly Magazine uma pequena crônica, sem assinatura. Um mês mais tarde, verifica que seu texto fora publicado e era lido por muita gente.
O sucesso o levou a redigir uma série de crônicas em linguagem leve e fácil, narrando fatos reais e fictícios da classe média londrina.
Assinava-as com o pseudônimo de "Boz", no Morning Chronicle, que era o jornal londrino de maior circulação. Em 1835 publica “Esboço de Boz”, em dois volumes.
Em 1837, “Boz” é convidado para acrescentar textos aos desenhos do artista Seymour, para publicá-las em capítulos mensais.
Dickens aceita e impõe que, ao invés de redigir de acordo com os desenhos, estes ilustrassem os seus textos. Nasce assim “As Aventuras do Sr. Pickwick” (1837), obra publicada em fascículos.
Dickens conseguiu elaborar uma obra de valor, que, de acordo com a mentalidade vitoriana, descrevia com saudosismo uma Inglaterra romântica e irreal.
Criou duas personagens, “Pickwick” e “Sam Weller”, que recordam Dom Quixote e Sancho Pança, do espanhol Cervantes.
O Sucesso de Dickens
O rápido êxito fazia Dickens concluir um livro e iniciar outro, sem interrupção. A vaidade e a ânsia de reconhecimento público não lhe permitiam descansar.
Em 1838 publica “Oliver Twist”, onde relata os infortúnios de um menino órfão que mora em um albergue e trabalha em uma fábrica, de onde foge para conviver com marginais, mas não se corrompe.
A obra é um sombrio melodrama, o mais sinistro de seus romances, considerado um ensaio social, onde descreve os horrores do trabalho nas fábricas.
No romance seguinte, “Nicolas Nickleby” (1839), Dickens associa o cômico ao trágico. A obra é uma condenação dos internatos, dirigidos por professores perversos e ignorantes.
Em 1842 foi aos Estados Unidos. A princípio recebido como ídolo, provocou a antipatia da imprensa local, ao declarar, em um banquete em sua homenagem, que os editores americanos não pagavam os direitos autorais aos romancistas ingleses.
Em 1843, publicou “Contos de Natal”, que é quase um conto de fadas e tornou-se parte integrante da mitologia natalina anglo-saxônica. Ostros livros com o mesmo tema são: “O Carrilhão” e “O Grilo na Lareira”, ambos de 1845.
Em 1844 viaja à Itália, estabelecendo-se em Gênova, de onde só retornaria um ano depois.
Em 1845, Dickens viajou a Paris, onde conheceu os maiores escritores franceses da época: Vitor Hugo, George Sand, Théophile Gautier e Alphonse de Lamartine.
Obra-Prima – David Copperfield
Novamente em Londres, Charles Dickens publica sua obra-prima “David Copperfield” (1850), quase uma autobiografia.
Apesar dos exageros típicos da Era Vitoriana, o livro transmite uma poderosa experiência humana, e mais uma vez combate as instituições inglesas: o mau tratamento dispensado às crianças nas escolas, as condições dos operários e a humilhação do encarceramento por dívidas.
Muitas das criaturas que marcaram a vida do autor estão presentes no romance.
Grandes Esperanças (Great Expectations)
Grandes Esperanças, (1860) foi considerada mais uma das obras-primas de Charles Dickens. O livro conta a história de desilusão e redenção pessoal de Philip Pirrip ou só “Pip”.
Originalmente escrita em folhetim, foi posteriormente publicada em três volumes. A obra foi adaptada para a TV e para o cinema.
Representação Teatral
Charles Dickens ficou famoso e era solicitado como orador. Depois do êxito com a leitura dramática de “Carrilhões, Uma História de Duendes”, apresentou-se numa série de espetáculos semelhantes.
Entusiasmado, pediu ao amigo Wilkie Collins uma peça, que redigiu “Abismo Gelado”. Na estreia, Dickens, suas filhas mais velhas e Collins interpretaram os principais papeis e foram aplaudidos calorosamente.
Família
Em 1836, Charles Dickens casa-se com Catherine Hogarth, filha do redator chefe do Morning Chronicle, com quem teve dez filhos. Depois de vinte anos de casado, se apaixona pela atriz Ellen Ternan.
Com medo de perder a estima dos leitores, publica nos jornais uma longa declaração explicando que estava se separando da esposa pela incompatibilidade de gênios. Embora amasse Ellen até o fim da vida, não foi feliz.
Morte
Charles Dickens faleceu, em consequência de um acidente vascular cerebral, em Higham, Inglaterra, no dia 09 de junho de 1870. Seu corpo foi sepultado na Abadia de Westminster.
Encontra-se escrito em sua lápide: “Apoiante dos pobres, dos que sofrem e dos oprimidos, com sua morte, um dos maiores escritores da Inglaterra desapareceria para o mundo". A casa em que morou foi transformada em museu.

(Fonte: FRAZÃO, Dilva. Charles Dickens - Escritor inglês. Disponível em: ebiografia.com / https://bit.ly/2WgCdPN)

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