A Máquina do Tempo (1895), de H. G. Wells
Esta obra literária escrita pelo inglês H. G. Wells, surge, coincidentemente, na mesma época
em que os irmãos Lumière davam os primeiros passos na França com sua invenção
genial, o cinema. Estávamos, então, no final do século XIX, num momento em que se apresentava um panorama
histórico no qual se percebia o desejo dos seres humanos por poder manipular o Tempo para
frente e para trás, aumentando ou diminuindo sua velocidade; enfim, manipulá-lo a seu bel prazer.
“(...) A história da ficção
científica considera ao livro de Wells um marco pelo fato de pela primeira vez
a viagem no Tempo deixar de depender dos recursos fantasistas clássicos (um
sonho, uma visão, uma poção mágica, uma hibernação prolongada, um transporte
involuntário por meios desconhecidos para instituir, modernistamente, a
possibilidade de um mecanismo controlado pelo passageiro, que pode assim
deslocar-se na direção que quiser, parando onde bem entender, e retornando ao
ponto de partida quando lhe for conveniente. Um automóvel para viajar no Tempo,
em outras palavras. Relendo a obra, no entanto, constatamos que seu caráter
inovador repousa menos no hardware (a máquina em si, cujo modo de funcionamento
não é explicado em momento algum) do que no software: a cuidadosa (e em certa
medida falaciosa) argumentação do Viajante no Tempo sobre as quatro dimensões e
a possibilidade de alguém se deslocar na quarta com a mesma facilidade com que
se desloca nas outra três. (...)”
“(...) A literatura utópica
do século XIX geralmente projetava um indivíduo numa sociedade futura ou
distante, e lhe apresentava um habitante local para servir-lhe de guia. Este
recurso conferia à obra um caráter didático, explicativo. A aventura que havia
era uma aventura peripatética, uma aula de História ao longo de um passeio
ilustrativo. Wells despreza esse recurso e joga seu Viajante num futuro
desconhecido e cheio de ameaças, entregue aos seus próprios recursos e contando
apenas consigo mesmo para interpretar o que vê. Com A Máquina do Tempo, a
literatura utópica e futurista foi se transferindo do âmbito dos diálogos
filosóficos para o dos romances de aventuras. (...)”
(Fonte: TAVARES, Bráulio.
Prefácio de “A Máquina do Tempo”, de H. G. Wells. Editora Alfaguara, 2010, Rio
de Janeiro)
RESENHAS SOBRE A OBRA:
Não sei vocês, mas eu gosto muito de ler livros antigos e perceber coisas desse tipo: H. G. Wells colocou o espaço quadridimensional (comprimento, largura, altura e tempo) em sua história, quando Einstein ainda era adolescente. Somente dez anos depois da publicação de A Máquina do Tempo, o físico publicou seus trabalhos sobre a teoria da relatividade, em que é utilizada a ideia das quatro dimensões na geometria do espaço-tempo, substituindo os dois conceitos utilizados de forma independente na teoria de Newton.
(...)
(Fonte: MANTOVANI, Michelle. A Máquina do Tempo – Resenha. Disponível em: deviante.com.br, em 25/09/2020 - https://bit.ly/3FI3j8k)
A Máquina do Tempo foi a
primeira obra de ficção científica a retratar a viagem do tempo na ficção.
Depois de tantas obras já utilizarem este recurso na narrativa, saiba qual a
utilidade de conhecer o livro pioneiro nesta resenha. (...)
(Fonte: ARAUJO, Diego. Resenha:
"A Máquina do Tempo" de H.G. Wells. Disponível em:
ficcoeshumanas.com.br, https://bit.ly/3waJHH7)
(Fonte: canal Projeto Nocente / YouTube / https://bit.ly/3l64qW0)
Herbert George Wells, mais
conhecido como H. G. Wells, nasceu em um distrito da grande Londres, a 21 de setembro
de 1866.
Na juventude foi aprendiz de
negociante de panos, porém esta experiência só foi bem-sucedida no sentido de
colher experiências para uma de suas futuras obras.
Em 1883 começou a lecionar na
Midhurst Grammar School, até conseguir uma bolsa para estudar biologia com T.
H. Huxley, na Escola Normal de Ciências em Londres.
Wells tornou-se conhecido por
seus “romances de ficção”, carregados de suas visões políticas e que
antecipavam inúmeras situações vividas pela sociedade posteriormente.
Mesmo escrevendo sobre outros
tempos, lugares, e até mesmo formas de vida, jamais deixou de se referir à
própria realidade. Escreveu sobre luta de classes, questionou a ética da
ciência, e anteviu bombardeios.
Em seus romances que não
possuíam cunho científico, menos conhecidos pelo grande público, fazia críticas
sociais ainda mais consistentes. Os costumes, dilemas e a ruína da baixa
burguesia vitoriana, por exemplo, estiveram em várias de suas obras. Chegou a
escrever, até mesmo, sobre os direitos das mulheres.
Suas narrativas abordavam, com
fascínio e desconfiança, a aplicação de tecnologias, sejam elas do futuro real
ou ficcional. Alguns estudiosos atribuem a qualidade científica de suas ficções
aos oito anos em que foi professor de ciências e zoologia.
Sua carreira de escritor teve
início com artigos científicos, que na realidade não alcançaram tanta
repercussão.
Fez parte da Sociedade
Fabiana, que tinha como propósito transformar, de forma gradual, a sociedade da
Inglaterra, orientada pelo socialismo. Passa, então, a enxergar o nacionalismo
como causa principal das catástrofes que acometiam a humanidade. Acaba por
deixar a sociedade, e passa a dedicar-se a ideia de um Estado Universal,
descrito em uma de suas obras.
Com o avançar da idade, seu
pessimismo em relação ao futuro da humanidade foi aumentando, e esse sentimento
pode ser claramente identificado em seu último livro, onde mais do que contar
uma história, Wells pregava acontecimentos posteriores. Não mais utilizava de
sua inicial capacidade inventiva, apenas fazia constatações sobre um futuro não
muito distante.
H. G. Wells faleceu no dia 13
de agosto de 1946, em Londres.
Principais obras:
A Guerra dos Mundos
A Máquina do Tempo
A Porta no Muro
Kipps
Ann Veronica
(Fonte: RAMOS, Thaciane Rollemberg. H. G. Wells. Disponível em infoescola.com / https://bit.ly/3xO5YKa)
A Guerra dos Mundos
A Máquina do Tempo
A Porta no Muro
Kipps
Ann Veronica
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