segunda-feira, 30 de setembro de 2024

TESTE VOCACIONAL - UMA FERRAMENTA DE AUTOCONHECIMENTO

VOCÊ JÁ FEZ UM TESTE VOCACIONAL?
O teste vocacional é uma ferramenta que pode nos ajudar a fazer uma escolha melhor sobre qual graduação universitária seguir com base na análise de seus resultados. Existem vários tipos de testes vocacionais, disponíveis online, gratuitos e pagos. Muitos psicólogos e orientadores educacionais se utilizam dessa ferramenta para que seus pacientes/alunos/clientes possam fazer escolhas acadêmicas e profissionais mais adequadas de acordo com suas características pessoais.    Alguns  testes mesclam 8 áreas de conhecimento em suas questões, sendo elas: 

  • Linguística: aborda a habilidade de comunicação oral, escrita e gestual;
  • Lógico-Matemática: destaca se a pessoa tem facilidade para solucionar problemas matemáticos e raciocínio lógico;
  • Espacial: verifica se a pessoa é detalhista e tem uma boa interpretação visual de situações e objetos ao redor;
  • Musical: interpreta se a pessoa tem interesse e habilidades musicais;
  • Corporal-Cinestésica: se a pessoa tem habilidade motora para expressar ideias e sentimentos;
  • Intrapessoal: se a pessoa avaliada tem ou busca o autoconhecimento;
  • Interpessoal: avalia a capacidade de interação com outras pessoas e se as habilidades interpessoais, como a empatia;
  • Naturalista: verifica se a pessoa gosta de temas que envolve ciências naturais tais como geografia e animais.
O ideal é que esse teste seja interpretado com a ajuda de um profissional, psicólogo ou orientador educacional, para que ele lhe ajude a desenvolver seu autoconhecimento e também a escolher a melhor opção de carreira acadêmica e profissional de acordo com suas habilidades e necessidades.

QUAL É A DIFERENÇA ENTRE UM TESTE VOCACIONAL E UMA PROVA?
Em um teste vocacional não existem respostas certas ou erradas, mas as mais adequadas à sua personalidade, ao seu momento de vida e, por isso, é muito importante que ele seja realizado com o máximo de sinceridade. Esse tipo de teste, portanto, pode mudar sua visão sobre quais carreiras profissionais podem ser as mais adequadas à você.

Nos links abaixo você pode realizar um teste vocacional:
- Site Educa + Brasil: https://bit.ly/4gHaXlC
- Site Quero Bolsa: https://bit.ly/3NrIhzT

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Livro da Semana: CAMPO GERAL, de Guimarães Rosa

“Campo Geral” é um caminho sem volta para o leitor de Guimarães Rosa

O professor da USP Luiz Roncari recomenda ao vestibulando ler a obra sem pressa e com a imaginação aberta



“Um certo Miguilim morava com sua mãe, seu pai e seus irmãos, longe, longe daqui, muito depois da Vereda-do-Frango-d'Água e de outras veredas sem nome ou pouco conhecidas, em ponto remoto, no Mutúm. No meio dos Campos Gerais, mas num covoão em trecho de matas, terra preta, pé de serra. Miguilim tinha oito anos.”

Campo Geral começa assim, no aconchego familiar. Guimarães Rosa vai guiando o leitor pelo cenário encantado das matas. Se o leitor se deixar levar pelas descobertas de Miguilim, vai perceber que a leitura é uma oportunidade de conhecer o melhor da literatura brasileira. O livro integra a lista de leituras exigidas para o vestibular da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular), que seleciona os candidatos a ingressar nos cursos da USP.

Prof. Luiz Roncari (FFLCH/USP) - Foto: Reprodução 
“O que mais recomendo para o leitor de Guimarães Rosa é atenção, como todos os livros dele. Essa novela deve ser lida com todo cuidado, sem pressa e, junto ao entendimento, com a imaginação aberta”, orienta o professor Luiz Dagobert de Aguirra Roncari, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. “Por isso ela parece mágica. É que muitos sentidos outros, inesperados, se revelam com aqueles dados à primeira vista, como se abríssemos uma caixa de bolachas e ela nos trouxesse bombons e outras surpresas que satisfazem muito a nossa inteligência. É esse o milagre.”

O professor explica que, em Guimarães Rosa, cada palavra é pensada e tem a sua devida importância. “O autor usa as palavras e as explora em todas as suas possíveis conotações, étimos perdidos e outros possíveis ainda não explorados. Ele é um escritor culto e recusa a escrita fácil, aquela que pretende só passar um recado; para ele a escrita tem também que ser saboreada, como uma fruta. É um momento de gosto, reflexão e descobertas.”

Se o vestibulando sentir dificuldade na leitura do texto, o professor observa que é preciso deixar a escrita aparentemente obscura se revelar no seu tempo e com os caprichos que o autor lhe embutiu. “Quando a sua escrita parece obscura, se temos o cuidado de deixar que se nos revele no seu tempo e com todos os caprichos que o autor lhe embutiu, ela se torna uma coisa viva, que pode nos dar muita alegria intelectual e satisfação.”

A leitura de 'Campo Geral' nos permite apreciar nos seus liames mais cerrados os afetos e as agonias da família média brasileira, que procura imitar o modelo, com seus preconceitos e vícios, da nossa família patriarcal.”"

Importante lembrar que Campo Geral, segundo análise de Roncari, é a primeira das novelas incluídas em Corpo de Baile, um dos livros mais importantes de Guimarães Rosa e da literatura brasileira, daí justificar a sua leitura para o vestibular da Fuvest. “Na primeira edição, de 1956, em dois volumes, o autor as chamava ainda de poemas, e depois passou a considerá-las todas as novelas. Cada uma delas, ao mesmo tempo em que tem a sua autonomia, pode ser lida separadamente e não depende das demais para o seu entendimento, compõe com as outras um todo com certa organicidade. Enquanto tal é que esse livro precisa ainda ser mais estudado, no seu todo. Existem muitos trabalhos sobre cada uma das estórias, mas ainda ficam muitas dúvidas sobre as suas articulações, do que temos só algumas pistas.”

Máquina de datilografar de Guimarães Rosa/Foto: Atillio Avancini
Para integrar o estudante na literatura de Guimarães, o professor faz uma breve síntese de outras estórias. “É possível ver no livro um movimento que reproduz o ciclo de um dia, da manhã à noite. Campo Geral faria parte das estórias matinais, que teriam seu ápice com outras mais solares, como A Estória de Lélio e Lina, que seria o pico do meio-dia, e fecharia com a noturna, Buriti, a novela das noites eróticas entre Lalinha e Iô Liodoro, passando pelas crepusculares Lão-dalalão (Dão-lalalão) e Cara-de-Bronze. Os fios tênues que amarram o conjunto delas são algumas personagens de Campo Geral que voltam a aparecer em outras, como a principal delas, o menino Miguilim, que ressurge na última, Buriti, agora já adulto, como Miguel, para dar-lhe um final radioso, simbolizando o ressurgimento de uma família que havia se desagregado e traz a promessa de ressurreição.”

Na avaliação de Roncari, “a leitura de Campo Geral permite apreciar nos seus liames mais cerrados os afetos e as agonias da família média brasileira, que procura imitar o modelo, com seus preconceitos e vícios, da nossa família patriarcal”.

“O autor, falando de uma família particular, a de Miguilim, no ninho de afetos e rancores do Mutum, capta as ameaças e riscos que, de certa forma, ela vive na sua generalidade”, observa o professor.

"O narrador acompanha muito de perto o menino Miguilim, as suas dores, alegrias e descobertas do mundo.”

Campo Geral revela para o leitor muitas emoções sensíveis e intelectuais. “O narrador acompanha muito de perto o menino Miguilim, as suas dores, alegrias e descobertas do mundo. Por isso ela é também uma novela de formação, de um menino vivendo, sofrendo e descobrindo o mundo e os homens, mas também reagindo a eles”, esclarece Roncari.

Apesar da inocência, da ingenuidade, Miguilim não é passivo. “Por isso, o final da novela tem um sentido alegórico: quando o médico percebe que ele é míope e lhe empresta os seus óculos e o herói descobre um outro mundo, mais claro e definido do que tinha percebido até o momento, o vê agora nas suas verdades ou pelo menos que ele era muito diferente do que tinha visto. Significa que ele mudou, cresceu ou houve para ele um ganho na percepção do mundo. Esse esclarecimento da visão tem também o significado de que ele aprendeu, não apenas sofreu o mundo, mas deu um passo além no seu conhecimento do que viveu.”

Difícil resumir Campo Geral para uma rápida leitura. O leitor, como bem diz Roncari, terá que ser atencioso. “De uma literatura como a de Guimarães, por tudo o que já disse, é muito difícil de fazer uma síntese. Seria quase a sua negação, já que a sua verdade maior está mais, como ele próprio diz, na sua travessia, quer dizer, na passagem de cada uma das suas palavras, frases e acontecimentos, do que na chegada ao final. Este é quase nada sem passar por elas, o como é tão ou mais importante do que disse. Isso já é um lugar comum sobre a escrita do autor.”

Difícil resumir Campo Geral para uma rápida leitura. O leitor, como bem diz Roncari, terá que ser atencioso. “De uma literatura como a de Guimarães, por tudo o que já disse, é muito difícil de fazer uma síntese. Seria quase a sua negação, já que a sua verdade maior está mais, como ele próprio diz, na sua travessia, quer dizer, na passagem de cada uma das suas palavras, frases e acontecimentos, do que na chegada ao final. Este é quase nada sem passar por elas, o como é tão ou mais importante do que disse. Isso já é um lugar comum sobre a escrita do autor.”

“O sítio era um ninho de afetos e recalques familiares vivendo as suas ameaças: externas, simbolizadas pela selvageria dos macacos e antas; e internas, simbolizadas pelos porcos do Patori.”

Certo é que o leitor vai se deixar envolver pela imaginação infantil. “A estória é sobre uma família camponesa média, de pequenos arrendatários de terras, endividados, sendo eles próprios que trabalhavam com alguns ajudantes, no Mutum. Ele ficava na fronteira entre o conhecido e o desconhecido, tanto que os lugares próximos ainda não eram nem nominados”, conta o professor. “O sítio era um ninho de afetos e recalques familiares vivendo as suas ameaças: externas, simbolizadas pela selvageria dos macacos e antas; e internas, simbolizadas pelos porcos do Patori. Elas eram as possibilidades de traição, como as da mãe com o tio Terêz e o Luisaltino, e do incesto, como a inclinação de Miguilim, que dizia a si mesmo que ‘era ele quem ia se casar com a Drelina’, uma de suas irmãs. Era contra essas ameaças que a Vovó Izidra, na verdade uma tia-avó da mãe, uma espécie de portadora da ordem familiar patriarcal, como Hera, irmã de Zeus, praguejava e lutava. Ela temia que a mãe, Nhanina, seguisse os impulsos desorganizadores da sua mãe, Vó Benvinda, que tinha sido, como dizia um vaqueiro, ‘quando moça mulher-à-toa’. O curso da novela são os episódios vividos por Miguilim, das suas perdas, como a expulsão do lugar de tio Terêz, a da cachorrinha Pingo-de-ouro, a morte do irmão mais próximo, Dito, que ele ouvia muito, lhe ensinava coisas sábias sobre a vida e de quem ele gostava tanto, o assassinato de Luisaltino pelo pai e o seu suicídio.”


A novela de João Guimarães Rosa é ilustrada com desenhos de grande apelo visual de Djanira, desenhista acolhida pela comunidade artística brasileira entre as décadas de 1950 e 1980 – Foto: Ilustrações do livro Campo Geral feitas pela artista Djanira

A novela de João Guimarães Rosa é ilustrada com desenhos de grande apelo visual de Djanira, desenhista acolhida pela comunidade artística brasileira entre as décadas de 1950 e 1980

Segundo o professor, “tudo se passa a partir do ângulo de visão de Miguilim, que o narrador acompanha de muito perto, como pelas costas, mas todos têm também um significado extra, mítico-simbólico – tio Terêz, vó Izidra, Mãetina, Nhanina, Dito, o Patori, seo Aristeu –, acrescido pelo autor, que faz o narrador combiná-lo com as percepções agudas dos sentimentos do menino. Por isso, cada personagem tem um composto empírico, dado pela sua experiência com o herói, Miguilim, e um elemento simbólico, que só o autor com sua intervenção poderia acrescentar à exposição do narrador, aquele sujeito invisível que nos conta a estória”.

O professor afirma que “é importante o leitor saber distinguir o que é da experiência do herói, o menino no seu embate com o mundo e os homens, o que é do autor, senhor de um conhecimento que só um sujeito muito culto poderia ter e sutilmente acrescentar, e o que é do narrador, aquele que reúne os saberes dos mais diferentes campos, coisas do sertão e dos livros, e conta tudo para nós”.

Para os interessados em saber mais detalhes ou pesquisar a obra de Guimarães Rosa, há dois livros escritos pelo professor Luiz Roncari: O Brasil de Rosa: o Amor e o Poder e Lutas e Auroras: os Avessos do Grande Sertão: Veredas, ambos publicados pela Editora da Unesp.

(Fonte: KYOMURA, Leila. “Campo Geral” é um caminho sem volta para o leitor de Guimarães Rosa Disponível em: Jornal da USP - Livros FUVEST / https://bit.ly/3TDoUar)

OUTRAS RESENHAS  SOBRE CAMPO GERAL

- ZINDACTA, Vitor. Resenha: Campo Geral de Guimarães Rosa. Disponível em: postliteral.com.br / https://bit.ly/3zuJh2I

- ILHÉU, Taís. Campo geral: resumo e análise da obra. Disponível em: Guia do Estudante / https://bit.ly/3TIJru2

- QUINELATO, Rosangela. Análise do livro Campo Geral. Disponível em: Vestibulando  https://bit.ly/4eUEgj9

VÍDEO-RESENHAS  SOBRE CAMPO GERAL

(Fonte: canal LíteraBrasil - YouTube / https://bit.ly/3TECudy)

(Fonte: canal O Magriço Cibernético - YouTube / https://bit.ly/47F3Fe0)

(Fonte: canal Leio, Logo Escrevo - YouTube / https://bit.ly/4eVlyIb)

(Fonte: canal Brail Escola Oficial - YouTube / https://bit.ly/3zzlVZS)

(Fonte: canal Professor Henrique Landim - YouTube / https://bit.ly/3ZzP6GN)

(Fonte: canal Literatura com Alencar - YouTube / https://bit.ly/3Bj4LjC)

QUEM FOI GUIMARÃES ROSA?

João Guimarães Rosa, mais conhecido por Guimarães Rosa, nasceu no dia 27 de junho de 1908, na cidade de Cordisburgo, Minas Gerais. Viveu nessa região interiorana, onde o pai era juiz de paz, vereador e comerciante, até 1918, período que cursou os estudos primários. Posteriormente, aos 9 anos de idade, mudou-se para a casa de seus avós maternos, situada em Belo Horizonte. Nesse novo lar, teve a forte influência de seu avô, que era médico, escritor, filósofo e professor, o que contribuiu para que o então menino se encantasse pelas letras e pelo conhecimento.

Na capital mineira, cursou Medicina na Faculdade de Minas Gerais (atual UFMG), formando-se em 1930. Nessa fase, foram publicados seus primeiros contos na revista O Cruzeiro. Depois de formado, exerceu a profissão em Itaguara, município de Itaúna, interior mineiro, onde permaneceu por dois anos, sendo motivo de apreço na região, pois atendia seus doentes a cavalo pelas fazendas e sítios da zona rural.

Falante fluente de várias línguas, Guimarães Rosa tornou-se diplomata.

Durante a Revolução Constitucionalista, em 1932, voltou a Belo Horizonte para servir como médico voluntário da Força Pública. Em seguida, atuou como oficial médico no 9º Batalhão de Infantaria na cidade de Barbacena.

Enquanto exercia a medicina, iniciou o processo de escrita literária, sendo agraciado em 1936 com o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras pela coletânea de poemas Magma. Essa obra, que ganhou a premiação em primeiro lugar, só foi publicada postumamente, em 1997.

Guimarães Rosa, em razão do enorme apreço que tinha por línguas estrangeiras, o que lhe conferiu o domínio de nove idiomas, deixou a medicina e optou pela carreira diplomática, o que também lhe proporcionou maior contato com o mundo das letras. Em 1934, foi morar no Rio de Janeiro e, em seguida, foi nomeado vice-cônsul em Hamburgo, na Alemanha. Nesse período, como o país germânico estava sob o domínio nazista, Rosa, exercendo sua influência como diplomata, ajudou, como evidenciam documentos históricos, inúmeras vítimas do nazismo a fugirem, assinando, como vice-cônsul, o visto em seus passaportes. Em 1942, quando o Brasil rompeu aliança com a Alemanha, Guimarães Rosa foi preso, assim como outros brasileiros que viviam naquele país.

Após ser liberto da prisão, o que ocorreu no fim de 1942, foi nomeado secretário da Embaixada Brasileira em Bogotá, na Colômbia. Posteriormente, entre 1946 e 1951, residiu em Paris, onde consolidou sua carreira diplomática. Faleceu em 19 de novembro de 1967, na cidade do Rio de Janeiro.

(Fonte: portugues.com.br / https://bit.ly/3BrTTjx)

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Livro da Semana: ANGÚSTIA, de Graciliano Ramos

“ANGÚSTIA”, DE GRACILIANO RAMOS, UNE INTROSPECÇÃO E CRÍTICA SOCIAL

Obra faz amálgama entre tomada de consciência do País nos anos 30 e subjetivismo do escritor

Apesar de Vidas Secas (1938) ser considerada a obra emblemática do escritor alagoano Graciliano Ramos, o romance Angústia é uma de suas obras-primas, mesmo que ignorado pela crítica na época de sua publicação, em 1936. Lançado pela José Olympio Editora, com ilustrações de Santa Rosa, o livro está atualmente na 77ª edição pela Record. Segundo o professor Fabio Cesar Alves, do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, Angústia é o terceiro romance do autor – os dois anteriores são Caetés (1933) e São Bernardo (1934) – e foi lançado quando Graciliano Ramos ainda se encontrava preso, sem processo nem acusação formal, pela polícia política de Getúlio Vargas.

Angústia integra a lista de leituras exigidas para o vestibular da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular), que seleciona os candidatos a ingressar nos cursos da USP.

“A contragosto do próprio Graciliano, o romance sai com ele ainda na prisão. Inclusive os companheiros de cela fazem uma festa para comemorar dentro do presídio a publicação de Angústia, e ele autografa vários exemplares para seus companheiros, que eram pessoas como Eneida de Moraes, Olga Benário e Aparício Torelly”, conta o professor. “De certo modo é um livro que vem à tona num momento muito crítico da vida brasileira”, acrescenta.

Segundo Alves, “a questão fundamental é que nesse romance, em particular, Graciliano Ramos, que já é autor de uma obra bastante introspectiva, consegue unir essa introspecção à crítica social, que é própria da geração de 30”. Para o professor, Angústia é um romance que promove uma espécie de amálgama entre a tomada de consciência do País nos anos 30 e a introspecção e o subjetivismo próprios dos romances anteriores.

“Penso que esse livro dá conta dessas contradições que estavam em jogo nos anos 30 e, ao mesmo tempo, mostra uma espécie de falta de horizonte do Brasil e desse personagem-narrador, que é o Luís da Silva, funcionário público de 35 anos, solitário, desgostoso da vida, num momento de modernização acelerada do País.” E nesse sentido, segundo o professor, é bastante atual, porque procura mostrar também o que permanece de patriarcal, de escravista e de atrasado na nossa estrutura e na nossa vida social. “O saldo é extremamente amargo. É uma denúncia daquilo que permanece insuperável.”

(...)

(Fonte: COSTA, Cláudia. “ANGÚSTIA”, DE GRACILIANO RAMOS, UNE INTROSPECÇÃO E CRÍTICA SOCIAL. Disponível em: Jornal da USP/publicado em 2019 e atualizado em 2023 / https://bit.ly/47AhcUc)

(...)
Angústia é o substantivo que define a vida de Luís da Silva. Funcionário público, vive de aluguel, tem uma empregada e reclama diariamente da vida. Na verdade, ele reclama de tudo. Ele não consegue ver mais alegria em nada do que faz, é aquele tipo que empurra a vida e vive por viver. Apesar de inteligente, ele sempre acha ruim de não ter nada e não ter conquistado nada, mas o incrível é que você nunca o vê lutando para conseguir alguma coisa. Parece que tudo o que ele faz é somente para “passar o tempo” e não ter de pensar em si mesmo. Vive seguindo uma rotina, se culpa muito por isso e acaba sendo um homem angustiado (olha o título de novo).
(...)
(Fonte: RUBIA, Priscilla. [Resenha] Angústia do Graciliano Ramos. Disponível em: Leitor Cabuloso /         https://bit.ly/3MV12ve

OUTRAS RESENHAS SOBRE "ANGÚSTIA"

- BRANDINO, Luiza. Angústia: romance de Graciliano Ramos. Disponível em: Brasil Escola UOL / https://bit.ly/3zoZFSk)

- Angustia - Graciliano Ramos. Disponível em: Blog Roendo Livros /  https://bit.ly/3XTYDHt

VÍDEO-RESENHAS SOBRE "ANGÚSTIA"

(Fonte: canal Ler Antes de Morrer - YouTube / https://bit.ly/3XRTeR5)

(Fonte: canal tatianagfeltrin - YouTube / https://bit.ly/3ZD61YT)

(Fonte: canal LíteraBrasil - YouTube / https://bit.ly/4dl3upo)

(Fonte: canal Literature-se - YouTube / https://bit.ly/4gzQoYg)

(Fonte: canal Literatura com Alencar - YouTube / https://bit.ly/3ZSnCMP)

(Fonte: canal Leia para Viver / Rodrigo Villela - YouTube / https://bit.ly/4eyL0Tr)

(Fonte: canal O Magriço Cibernético - YouTube / https://bit.ly/4eBKiVH)

QUEM FOI GRACILIANO RAMOS

Membro do Modernismo, livros do escritor são alguns dos principais assuntos do ENEM e de outros vestibulares (Foto: Arquivo público do estado de São Paulo)

Graciliano Ramos de Oliveira nasceu em 27 de outubro de 1892, no município de Quebrangulo, no Alagoas. Filho de comerciantes, ele teve uma vida confortável durante a infância e pôde se dedicar aos estudos. Não por acaso, seu assunto de maior interesse eram as línguas — principalmente a portuguesa.

Ramos começou a escrever cedo e chegou a publicar seu primeiro conto aos 11 anos. Anos depois, ele passaria a produzir textos para periódicos brasileiros, os quais assinava com o pseudônimo Feliciano Olivença devido à sua pouca idade. Na juventude, trabalhou em jornais e publicações literárias. Além disso, fez parte do Exército, ajudou seus pais na loja da família e deu aulas de português.

Anos depois, o rapaz se fixou na cidade de Palmeira dos Índios, a cerca de 136 quilômetros de Maceió. Por lá, se envolveu com política e acabou se tornando o prefeito da cidade, em 1927. Alguns especialistas contam que, por conta de seus dotes literários, Ramos impressionava outros profissionais com seus relatórios bem escritos.

Mas, mesmo com o reconhecimento pelos “belos” documentos redigidos, esse mundo não era para o alagoano. Para ele a política era conturbada, pois envolvia muitos conflitos de interesse e burocracias. Isso fez com que ele renunciasse do cargo dois anos após a posse.

A política, contudo, não desapareceu de sua vida. Até sua morte, em março de 1953, Ramos atuou em diversos outros cargos públicos, principalmente em posições que envolviam assuntos ligados à educação.

O escritor Graciliano Ramos (Foto: Reprodução)

Mesmo com todas essas funções, Ramos encontrou tempo para se casar duas vezes, ter oito filhos e, é claro, escrever. Ele foi um dos principais expoentes da segunda fase do Modernismo e, por seus mais de dez livros publicados, ganhou diversos prêmios e se consagrou um dos maiores autores do Brasil.

Contexto histórico e literário
Na época em que Graciliano Ramos começou a escrever, o país fervilhava com mudanças, tanto no campo da arte, quanto na política e economia. O movimento literário conhecido como Modernismo se consolidava, reforçando a formação de uma identidade artística nacionalista.

Modernismo foi fundado por grandes nomes da arte brasileira, como Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral, durante a Semana de Arte Moderna de 1922, realizada no Theatro Municipal de São Paulo. Inicialmente, o movimento focou na ruptura da arte do Brasil com as influências do exterior, principalmente às produções europeias. A ideia dos artistas era o de criar uma identidade brasileira de forma quase ufanista e revolucionária. Quando Ramos começou a publicar suas obras, esse estilo já havia mudado.

Participantes da Semana da Arte Moderna, de 1922 (Foto: Reprodução)

Agora, os artistas já haviam amadurecido os ideais do movimento e podiam focar em outros temas, como o regionalismo, a mistura de diversos tipos de arte e a construção de algo totalmente brasileiro. Graciliano Ramos, é claro, se enquadra em todas essas classificações.

Mas, à época, essas ideias nacionalistas não permeavam apenas as artes. A segunda fase do Modernismo durou de 1930 até 1945, período em que ocorreu a Revolução de 1930, que colocou o país sob o comando do gaúcho Getúlio Vargas, responsável por formular reformas trabalhistas e econômicas para modernizar o Estado brasileiro. Contudo, em 1937 o presidente aplicou um "autogolpe" que instaurou uma ditadura até 1945 — e rendeu 11 meses de prisão a Ramos.

Em tempos de política anticomunista ditada por Vargas, as obras e as amizades de Ramos não eram bem vistas. “Ele tinha um lado político velado, mas, que se analisarmos, está muito presente em sua obra”, afirmou Celso Cavicchia, professor de literatura formado em letras pela USP, em entrevista à GALILEU.

O especialista ressalta ainda que o partidarismo de Graciliano Ramos é perceptível apenas para quem realmente presta atenção em seus escritos. “Quando você lê as obras, o comunismo está explícito se você quiser entender. Entretanto, para quem não quer, resta apenas a narrativa, que faz pensar 'coitadinho dos pobres e miseráveis' e só isso”, explicou.

Ramos foi preso apenas três anos após a publicação de São Bernardo (1934), que conta a história de amor de um dono de terras com uma mulher de ideias mais humanistas. “Nessa obra temos um capitalista explorando o trabalho do povo. Quando conto essa história para meus alunos, ele percebe o quanto a obra ainda é atual”, disse Cavicchia.

Depois de passar meses encarcerado pelo governo, Graciliano Ramos foi liberado em 1937. Não muito tempo depois, em 1938, o escritor publicou o livro que talvez seja sua obra mais famosa: Vidas Secas. Confira abaixo um resumo de suas principais obras.

(...)

(Fonte: VIGIANNO, Giuliana. Conheça vida e obra de Graciliano Ramos, autor de 'Vidas Secas' e 'Angústia'. Disponível em: revista Galileu / http://glo.bo/4eABQGe)

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Livro da Semana: A RELÍQUIA, de Eça de Queiroz (Plataforma LEIA/VESTIBULAR/ENSINO MÉDIO)

Teodorico, ou Raposão, como era conhecido, era um jovem que ficou órfão de pai e mãe no primeiro ano de vida e foi criado por uma tia, D. Patrocínio das Neves, irmã de sua mãe, solteirona, muito rica e extremamente carola, uma religiosa fanática, cheia de preconceitos e aversão ao sexo e aos prazeres da vida, que em sua mente distorcida eram sinônimos de pecado e deviam ser evitados a todo custo. Raposão vivia aparentemente dentro dos princípios religiosos impostos por sua tia, mas, em verdade, também levava uma vida amoral e promíscua longe dos olhos da família, tendo inúmeras aventuras sexuais e amorosas, com prostitutas e outras mulheres - uma vida dupla, portanto. Tudo o que queria era formar-se na faculdade, receber sua herança e livrar-se de sua tia, da Igreja, de Portugal, indo viver em Paris, na “cidade luz”, considerada como o centro do mundo no século XIX. É nessa atmosfera social e familiar em que Eça de Queiroz, o representante do movimento Realista em Portugal, usa de muita ironia e sarcasmo através das falas e reflexões de Raposão, para criticar a sociedade portuguesa da época que estava totalmente manipulada pela Igreja Católica. Portugal era considerado como um país periférico, pobre e atrasado em relação aos países ricos da Europa, como França e Inglaterra, onde outros hábitos e modos de viver se desenvolviam, e onde, também, a influência da Igreja com suas prisões mentais e sociais já não se fazia tão forte e presente na vida das pessoas. Essa é uma história muito divertida que através dos recursos estilísticos da ironia e do sarcasmo levam o leitor, através do personagem principal, a refletir sobre a sociedade portuguesa daquela época e a sociedade brasileira atual. Qualquer semelhança NÃO é mera coincidência! "Mas, e a tal relíquia? Do que se trata?"  você deve estar se perguntando. Bem... Aí, você terá que ler o livro para saber tudo!  (Texto: Prof. André Luiz Gattás)

OBSERVAÇÃOIRONIA e SARCASMO são recursos estilísticos da língua.
Ironia
É uma figura de linguagem que consiste em afirmar o oposto do que se pensa, utilizando palavras com sentido oposto para dar ênfase ao discurso. Pode ser mais leve ou menos óbvia, e mais sutil no tom de deboche.
Sarcasmo
É um recurso estilístico semelhante à ironia, mas é mais agressivo e provocador, muitas vezes zombando de algo ou de alguém. Pode ser classificado como maldoso, ferino, malicioso.

A ironia e o sarcasmo são utilizados para dar maior expressividade ao discurso, em textos orais ou escritos. A diferença entre eles está no modo como cada um é utilizado, dependendo do contexto empregado.
A palavra ironia tem origem grega (euroneia) e significa dissimulação, fingimento. Já o sarcasmo vem de sarkasmós, que significa zombaria e escárnio.

RESENHAS

(...)
Eça de Queirós mostra, através da hipocrisia de Teodorico, bem como através da própria hipocrisia de Dona Patrocínio das Neves e de outros personagens, representantes do clero católico, que o discurso irônico tem a função não só de sátira e galhofa, mas de lançar uma crítica mais profunda a determinados costumes, valores e práticas da sociedade portuguesas do século XIX. Portanto, a leitura dessa obra requer uma atenção da narração irônica que abrange a religiosidade medíocre e fanática. A teologia cristã dará passagem à teologia do riso.
Pode ficar tranquilo que você, leitor, encontrará bons motivos para dar boas risadas, mas vou logo avisando que não são risadas fáceis. Ao contrário, é o humor como uma forma de reflexão. Raposão imprime um tom sério, quase científico às suas reflexões, e, ao fazê-lo, acaba sendo cômico, burlesco. Suas representações são excessivas e o leitor só será enganado se quiser.
O final é simplesmente o máximo. Querem saber qual a relíquia santa trazida por Teodoro de Jerusalém para sua tia? Uma coroa de espinhos de Jesus Cristo para conquistar de vez o coração de sua tia? Ou alguma lembrança de Maria Madalena? Não deixem de ler essa obra-prima. Um livro que merece um lugar especial na sua estante.
(Fonte: bonslivrosparaler.com.br /  https://bit.ly/4e30i2U

(...)
Contexto Histórico
O contexto dessa obra se dá no século XIX. Para Eça de Queirós, era fundamental utilizar a arte como forma de denunciar certos comportamentos nocivos que permeavam a sociedade.
Ou seja: essa foi a maneira encontrada pelo autor de mostrar ao mundo algumas das características da sociedade portuguesa daquele período, marcado pelo início de uma marcante crise na monarquia e no sistema colonial.
(...)
(Fonte: blog.stoodi.com.br / https://bit.ly/3ZmYsWe

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Lançado em 1887, o livro foi publicado na cidade do Porto, em Portugal. “É sem dúvida uma obra muito importante do autor, mas gerou uma grande polêmica, quando a Academia Real de Ciências de Lisboa abriu um concurso literário no qual o texto de Eça foi preterido”, conta Garmes. “Grande parte da crítica literária considera que A Relíquia foge um pouco ao gênero do romance realista, sobretudo por conta do episódio fantástico que ocorre no meio do livro, quando Teodorico, em sua viagem para Jerusalém, vive uma espécie de retorno para o passado e assiste pessoalmente a todo o sofrimento de Jesus Cristo, descobrindo que não ressuscitou, e sim morreu de fato.”
O episódio, no entanto, instiga e passa. “O restante da trama do romance é marcado por uma linguagem e ações realistas, com críticas severas à Igreja, à corrupção, à manipulação da boa-fé dos indivíduos, à desfaçatez do homem capitalista do século 19, que não valoriza mais nada além de dinheiro e prestígio social, sem qualquer princípio ético. O autor narra em um tom muito leve e divertido, que ganha facilmente a simpatia do leitor.”.
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O professor destaca que o estudante verá a realidade brasileira refletida na história de Eça. “Tem relação direta com temas como as fakes news, os processos de corrupção que temos visto ocorrer no Brasil, onde cada um procura provar sua verdade, deixando de lado qualquer princípio ético, além do crescimento exponencial de religiões que manipulam seus fiéis da forma mais abjeta.”
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(Fonte: KIYOMURA, Leila. Livro da Fuvest, “A Relíquia” desnuda a construção de verdades. Disponível em: Jornal da USP - publicado em 25/09/2018 e atualizado em 17/01/2022 /  https://bit.ly/3MP3QtC)

VÍDEO-RESENHAS SOBRE O LIVRO "A RELÍQUIA"


(Fonte: Ler Antes de Morrer - YouTube / https://bit.ly/4dakPBe)


(Fonte: canal USP - YouTube / https://bit.ly/3TySPAi)


(Fonte: canal Leio, Logo Escrevo - YouTube / https://bit.ly/3MPU76h)


(Fonte: canal Pablo Jamilk - YouTube / https://bit.ly/3MP3YJH)


QUEM FOI EÇA DE QUEIROZ

Eça de Queirós nasceu em 25 de novembro de 1845, em Póvoa do Varzim, cidade portuguesa. Ele era filho de José Maria de Almeida Teixeira de Queirós (1820–1901). O pai do escritor não era casado com sua mãe, a portuguesa Carolina Augusta Pereira de Eça (1826–1908).

Assim, sua criação foi responsabilidade de sua ama de leite e madrinha, Ana Joaquina Leal de Barros. Em 1855, Eça de Queirós passou a estudar no colégio da Lapa, na cidade do Porto. Em 1861, ingressou na faculdade de Direito, em Coimbra. Quando terminou o curso universitário, em 1866, decidiu morar em Lisboa, na casa dos pais, que se casaram quatro anos depois do nascimento do escritor.

Em 1866, passou a escrever para o jornal Gazeta de Portugal e, no fim do ano, foi para Évora, onde atuou como advogado e dirigiu o jornal Distrito de Évora. Mas, em 1867, regressou a Lisboa. Dois anos depois, conheceu a Palestina, Síria e Egito. Em 1870, recebeu nomeação para o cargo de administrador do concelho de Leiria.

No ano de 1872, tomou posse do cargo de cônsul em Havana. No ano seguinte, viajou ao Canadá, Estados Unidos e América Central, após pedir uma licença ao Ministério dos Negócios Estrangeiros. Mas, em 1874, passou a atuar no consulado de Newcastle upon Tyne, na Inglaterra, e, em 1878, no consulado de Bristol. No ano de 1880, começou a escrever para o jornal Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro.

Três anos depois, em 1883, se tornou sócio-correspondente da Academia Real das Ciências. Já em 1885, ficou noivo de Emília de Castro (1857–1934), e os dois se casaram no ano seguinte. Dois anos depois, foram morar na França, pois Eça foi nomeado cônsul em Paris.

Mas o autor continuou escrevendo e publicando seus textos. Até que, em 1897, por ordem médica, passou um tempo em Plombières. Mais tarde, em 1900, foi para o sul da França, também por motivo de saúde. O escritor morreu em 16 de agosto de 1900, em Paris.

(Fonte: portugues.com.br / https://bit.ly/3Xtazi0)

terça-feira, 10 de setembro de 2024

CARDÁPIO DO MÊS - SETEMBRO/2024

O projeto CARDÁPIO DO MÊS tem por objetivo chamar a atenção dos usuários da Sala de Leitura para determinadas obras que a cada mês são selecionadas por diferentes critérios, tais como: gênero literário, escola literária, temas, datas temáticas etc. Esse display fica exposto no revisteiro da SL, logo à entrada da sala. 

Neste mês damos destaque aos títulos literários para o Ensino Médio presentes na plataforma LEIA SP  e que estão direcionados ao lazer e ao vestibular. Venha conhecê-los!






ANO 2024 - Bem-vindos!

CARDÁPIO DO MÊS - Abril 2024

O projeto CARDÁPIO DO MÊS tem por objetivo chamar a atenção dos usuários da Sala de Leitura para determinadas obras que a cada mês são sel...