Neste blog você encontra resenhas de livros de nosso acervo, além de outras seções voltadas às artes em geral, ao entretenimento, à tecnologia, à ciência e outros assuntos.
Existem várias
vertentes do movimento realista na literatura. Essa estética literária teve sua
origem na França do século XIX e durou até o início do século XX, surgindo como
uma reação contrária ao Romantismo cujas obras eram consideradas exóticas
demais e acabavam perdendo o contato com a vida real, e à ascensão da burguesia
na Europa. Durante certo tempo romantismo e realismo caminharam paralelamente
mas, por fim, o último sobrepujou o primeiro.
Na França, os escritores realistas publicavam suas obras em
forma de romances ou de séries (novelas) em jornais. Entre os mais famosos
escritores franceses, podemos citar Honoré
de Balzac, que criou personagens complexos com observações detalhadas sobre
a sociedade da época. É preciso citar o principal conjunto de sua obra, A Comédia Humana (La Comédie Humaine)
que representa um dos mais complexos e estarrecedores feitos da literatura
realista, composta por 88 romances
que revelam, em detalhes vívidos e sórdidos, a vida na França urbana e
provinciana após a queda de Napoleão Bonaparte. Essas obras lidam com temas
como amor, política e convenções sociais, com inúmeros personagens recorrentes.
Outros importantes escritores franceses do realismo são Gustave Flaubert, que estabeleceu a narração realista como a
conhecemos hoje, e Émile Zola, com
seu romance Germinal.
Dentre os vários tipos de realismo existentes,
tais como o realismo mágico, o social, o
psicológico, o naturalismo e outros mais específicos de alguns países como
Reino Unido (realismo de pia de cozinha) e União Soviética (realismo
socialista), a narrativa do romance O
Cortiço (publicado em 1890), de Aluísio
de Azevedo, pode ser classificada como pertencente
ao naturalismo, vertente mais extrema do realismo, influenciado pela teoria da evolução das espécies, de
Charles Darwin e fundado por Émile Zola. O naturalismo tem como premissa
principal a crença de que a ciência pode explicar todos os fenômenos sociais e
ambientais, e apresenta um texto impregnado de determinismo, uma certa
fatalidade com relação ao destino dos personagens. Esse movimento literário
geralmente retrata as camadas mais pobres da população, expondo com crueza os
instintos humanos, seus vícios e defeitos, muitas vezes exercendo o papel de
crítica social.
"A
infelicidade tem isso de bom: faz-nos conhecer os verdadeiros
amigos."
“Ele
andava à roda no seu desejo como o preso no cárcere.”
Gustave Flaubert
"Para
se ter talento é necessário estarmos convencidos de que o temos."
“A
igualdade é a escravatura. É por isso que amo a arte. Aí, pelo menos, tudo é
liberdade neste mundo de ficções.”
Émile Zola
“Os
governos suspeitam da literatura porque é uma força que lhes escapa.”
"O
sofrimento é o melhor remédio para acordar o espírito."
Aluísio de Azevedo
"Para que uma língua não seja obscura e sim ilustre, não lhe basta ser falada por muita gente, tem que ser igualmente lida."
"O professor sempre se impacienta quando tem de explicar qualquer coisa mais de uma vez. O livro não. O livro exige apenas a boa vontade de quem estuda."
"O desejo de ser amada prova que se tem muito amor próprio; o desejo de amar prova que se tem muita sensibilidade."
Muitas pessoas ao lerem esse
livro pela primeira vez não gostam, alegando várias razões para isso, como a
feiura e pobreza nele descritos, o vocabulário, muitas vezes de mal gosto, e
até mesmo baixo, os instintos dos personagens predominando sobre a razão, a
força da influência genética agindo tanto sobre o comportamento como sobre a personalidade das
pessoas e a influência do meio ambiente ao redor. Aluísio de Azevedo seguiu à
risca as regras pregadas por Émile Zola para se construir um romance
naturalista, e foi muito bem-sucedido nessa tarefa em seus romances com essa estética literária importada da
França.
Alguns Relatos Sobre a Leitura de "O Cortiço"
"A primeira vez que li “O
Cortiço”, assim como muitas pessoas que leram a obra, foi por ser um dos livros
da lista de leitura para o vestibular. Ou seja, li por livre e espontânea
pressão.
Confesso que não me identifiquei
em nada com a história, não gostei da maioria dos personagens e muito menos das
atitudes e decisões tomadas por muitos deles. Porém, entretanto e todavia, alguns
anos depois, tomada por um desejo sadomasoquista, resolvi reler o livro e
gostaria muitíssimo de dizer que algo em mim bateu mais forte e que percebi o
quanto me enganei por não ter gostado da leitura na primeira vez, mas isso não
aconteceu.
Porém, ao reler o livro, e dessa vez sem a pressão do vestibular,
pude me concentrar nas inúmeras mensagens indiretas e críticas feitas por
Aluísio Azevedo.”(Genice Santos in “Resenha: O Cortiço, de Aluísio Azevedo”,
no site Arena Literária, publicado em 23/09/2018 - https://bit.ly/2FC7SGF)
“O que me fez ler O Cortiço, já
adulta, foi a insistência do meu filho Isaac, que ama ler clássicos (ama
mesmo!!). Eu li a versão digital, que pode ser encontrada disponível
gratuitamente em vários sites.
Foi uma leitura difícil confesso,
como li pelo Kindle recorri ao dicionário em diversos trechos, pois algumas
palavras e expressões no livro já não são tão utilizadas nos dias de hoje.
No começo a narrativa é lenta,
pois tudo é muito detalhado. O enredo da história envolve muitos personagens,
então às vezes pode ser difícil ligar um nome a um personagem que já foi descrito anteriormente, mas no decorrer da história vamos nos apegando aos personagens, e logo identificando cada qual com seu lugar e trejeitos. Os personagens são estereotipados, com alguns exageros em suas características -
um dos pontos do naturalismo.
Demorei para me acostumar com a
narrativa, mas depois de um tempo a leitura passou a fluir bem, e passei a
gostar da história, (acho que poder discutir com o Isaac durante a leitura
ajudou bastante).
Não sei porque temos tanto medo
de nos aventurar com livros clássicos, talvez seja o medo de não entender e se
sentir menos inteligente, ou por sempre ouvir que é chato, mas seja qual for o
motivo, deixe de lado e leia sem medo.
Eu adorei O Cortiço de um jeito
que não achei que gostaria; acabei me divertindo com a história depois de
insistir bastante na leitura.”(Bel Líbera in “Resenha: O Cortiço - Aluísio
Azevedo”, no site livrosdeelite.com.br, publicado em 06/01/2020 - https://bit.ly/2CB3wON)
Para ler resenhas completas sobre
O Cortiço, de Aluísio de Azevedo, clique em:
Assista ao vídeo abaixo com mais informações sobre o contexto socioeconômico em que se desenvolve a trama de "O Cortiço"
(Fonte: canal Ler Antes de Morrer/YouTube, produzido, editado e apresentado por Isabella Lubrano - https://bit.ly/34bzooB)
Abaixo você pode assistir ao filme baseado nesta obra literária
(Fonte: canal Joel Gonçalves/YouTube / https://bit.ly/3aD403k)
QUEM FOI ALUÍSIO DE AZEVEDO
Aluísio Azevedo (Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo), caricaturista, jornalista, romancista e diplomata, nasceu em São Luís, MA, em 14 de abril de 1857, e faleceu em Buenos Aires, Argentina, em 21 de janeiro de 1913.
Era filho do vice-cônsul português David Gonçalves de Azevedo e de D. Emília Amália Pinto de Magalhães e irmão mais moço do comediógrafo Artur Azevedo. Sua mãe havia casado, aos 17 anos, com um comerciante português. O temperamento brutal do marido determinou o fim do casamento. Emília refugiou-se em casa de amigos, até conhecer o vice-cônsul de Portugal, o jovem viúvo David. Os dois passaram a viver juntos, sem contraírem segundas núpcias, o que à época foi considerado um escândalo na sociedade maranhense.
Da infância à adolescência, Aluísio estudou em São Luís e trabalhou como caixeiro e guarda-livros. Desde cedo revelou grande interesse pelo desenho e pela pintura, o que certamente o auxiliou na aquisição da técnica que empregará mais tarde ao caracterizar os personagens de seus romances. Em 1876, embarcou para o Rio de Janeiro, onde já se encontrava o irmão mais velho, Artur. Matriculou-se na Imperial Academia de Belas Artes, hoje Escola Nacional de Belas Artes. Para manter-se fazia caricaturas para os jornais da época, como O Fígaro, O Mequetrefe, Zig-Zag e A Semana Ilustrada. A partir desses “bonecos”, que conservava sobre a mesa de trabalho, escrevia cenas de romances.
A morte do pai, em 1878, obrigou-o a voltar a São Luís, para tomar conta da família. Ali começou a carreira de escritor, com a publicação, em 1879, do romance Uma lágrima de mulher, típico dramalhão romântico. Ajuda a lançar e colabora com o jornal anticlerical O Pensador, que defendia a abolição da escravatura, enquanto os padres mostravam-se contrários a ela. Em 1881, Aluísio lança O mulato, romance que causou escândalo entre a sociedade maranhense pela crua linguagem naturalista e pelo assunto tratado: o preconceito racial. O romance teve grande sucesso, foi bem recebido na Corte como exemplo de Naturalismo, e Aluísio pôde retornar para o Rio de Janeiro, embarcando em 7 de setembro de 1881, decidido a ganhar a vida como escritor.
Quase todos os jornais da época tinham folhetins, e foi num deles que Aluísio passou a publicar seus romances. A princípio, eram obras menores, escritas apenas para garantir a sua sobrevivência. Depois, surgiu nova preocupação no universo de Aluísio: a observação e análise dos agrupamentos humanos, a degradação das casas de pensão e sua exploração pelo imigrante, principalmente o português. Dessa preocupação resultariam duas de suas melhores obras: Casa de pensão (1884) e O cortiço (1890). De 1882 a 1895 escreveu sem interrupção romances, contos e crônicas, além de peças de teatro em colaboração com Artur de Azevedo e Emílio Rouède.
Em 1895 ingressou na diplomacia, momento em que praticamente cessa sua atividade literária. O primeiro posto foi em Vigo, na Espanha. Depois serviu no Japão, na Argentina, na Inglaterra e na Itália. Passara a viver em companhia de D. Pastora Luquez, de nacionalidade argentina, junto com os dois filhos, Pastor e Zulema, por ele adotados. Em 1910, foi nomeado cônsul de 1ª. classe, sendo removido para Assunção. Buenos Aires foi seu último posto. Ali faleceu, aos 56 anos. Foi enterrado naquela cidade. Seis anos depois, por uma iniciativa de Coelho Neto, a urna funerária de Aluísio Azevedo chegou a São Luís, onde o escritor foi sepultado. (Fonte: academia.org.br / https://bit.ly/2Q8uXCB)
Outras fontes para biografia completa:wikipedia.org / https://bit.ly/329W1XB
O Modernismo brasileiro é tradicionalmente dividido em três
diferentes fases: a primeira conhecida como fase heroica; a segunda, como fase
modernista, representada pela poesia e pelo romance de 1930, e a terceira (alguns
críticos literários consideram os escritores da última fase como pós-modernos),
conhecida como a geração de 45.
Graças a nomes como Manuel Bandeira,
Mário e Oswald de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Graciliano Ramos, Guimarães
Rosa, Cecília Meireles, Murilo Mendes, Clarice Lispector, João Cabral de Melo
Neto, Lygia Fagundes Telles, Augusto de Campos, Dalton Trevisan, Rachel de Queiroz, José Lins do Rego, Jorge Amado, Fernando Sabino, Érico Veríssimo e Mário de Andrade.entre outros, a literatura brasileira pôde, finalmente,
estabelecer-se como uma manifestação artística genuinamente brasileira, contribuindo,
assim, para a formação de nossa identidade cultural.
Abaixo você poderá acessar dois vídeos que falam sobre esse movimento literário no Brasil. O primeiro apresenta uma explanação geral sobre as três fases do Modernismo e o segundo se concentra especificamente sobre a 2ª fase, a qual pertence Jorge Amado, autor do livro Capitães da Areia e sobre o qual estamos falando esta semana.
Vídeo 1: As três fases do movimento modernista no Brasil
(Fonte: canal Descomplica / YouTube / link https://bitlybr.com/8a0RrAo)
Vídeo 2: A 2ª fase do movimento modernista no Brasil
(Fonte: canal Professor Noslen / YouTube / https://bit.ly/3aoBkLv)
Aqui você tem um pdf com o mapa mental do Modernismo brasileiro e suas fases: https://bitlybr.com/z0BlKZ8
Vivemos em um país de muitos contrastes sociais e econômicos,
como todos sabem, os quais causam, há séculos, uma infinidade de
problemas de todas as ordens, brecando o desenvolvimento de nossa sociedade
como um todo. A atual pandemia mundial acabou por revelar, tanto aqui como em
outros países do terceiro mundo ou em desenvolvimento, essas brechas sociais,
chamando a atenção das pessoas para o quão importante é para os cidadãos, seja
em grandes ou pequenas cidades, um sistema de saneamento básico (água encanada
e esgoto tratado) que contemple a todos
e uma renda mínima para que se possa viver com dignidade, com acesso à
educação, aos padrões básicos de higiene e limpeza, à boa alimentação, à uma
boa moradia. Também, revelou como é importante termos um sistema de saúde
público que seja unificado no país todo e preparado para atender a todas as
circunstâncias que se apresentem, já que um país desta dimensão geográfica e
populacional exige muito mais investimento em profissionais, equipamentos e
setor logístico do que em países pequenos. Se fossem desenvolvidas políticas públicas que contemplassem condições dignas para toda a população e fossem mantidas pelos diversos governos e governantes que passam pelos cargos
eletivos a cada quatro anos, aí sim teríamos crianças e jovens vivendo em
condições ideais para frequentar uma escola e/ou fazer trabalho remoto quando necessário (desde que tivessem um acesso barato ou grátis à uma internet com um bom sinal e a aparelhos com uma
boa configuração, fossem eles computadores, smartphones ou tablets).
Incrivelmente
(ou não tão incrivelmente assim, se pensarmos na história política brasileira),
no Brasil de hoje, muitas pessoas das classes socioeconômicas mais baixas
enfrentam os mesmos problemas sociais relatados e expostos no livro de Jorge Amado, Os Capitães da Areia, publicado pela primeira vez em 1937, quando foi censurado e proibido e o escritor preso duas vezes pela ditadura da era Vargas, que o considerava um "revolucionário" (ditadores não gostam de ver, ler ou ouvir verdades que incomodem e atrapalhem seus planos)! Ou seja,
há 83 anos atrás! A trama gira em torno de meninos pobres que vivem na rua,
fazendo furtos, revelando uma sociedade cheia de contrastes e enormes brechas
entre ricos, remediados e pobres. Para saber mais sobre esse livro que sempre
recebeu muitos elogios de seus leitores, leia a resenha e assista ao vídeo abaixo.
Neste vídeo, a apresentadora relata que após ler Capitães da Areia, recomendado por sua avó baiana, fez com que ela mudasse de ideia a respeito dos livros de Jorge Amado.
Jorge Amado, um dos representantes do ciclo do romance baiano, nasceu em Itabuna, Bahia, em 10 de agosto de 1912. É considerado um dos principais representantes do romance regionalista da Bahia. Também escreveu biografias, poesias, textos para teatro e até memórias. Além de escritor, atuou também como político e jornalista. É considerado um dos grandes nomes do Modernismo na Literatura Brasileira.
Este romancista brasileiro é um dos mais lidos no Brasil e no mundo. Com livros traduzidos para diversos idiomas, suas obras refletem a realidade dos temas, paisagens, dramas humanos, secas e migração. Escritor desde a adolescência, Jorge Amado segue o estilo literário do romance moderno. Em seus livros existe o domínio do físico sobre a consciência. Suas personagens geralmente são plantadores de cacau, pescadores, artesãos e gente que vive próximo ao cais, em Salvador, capital da Bahia.
Morreu em Salvador (Bahia), no dia 6 de Agosto de 2001, quatro dias antes de completar 89 anos de idade.
Estilo literário - principais características
O estilo deste autor também é conhecido como romance da terra e seus livros possuem uma linguagem agradável e de fácil compreensão. Suas obras literárias conquistaram não só os falantes da língua portuguesa como de outros idiomas: inglês, espanhol, francês, italiano, alemão, entre outras.
Curiosidade:
- Muitas de suas obras foram adptadas para a televisão (principalmente novelas), teatro e cinema. Na TV, fez muito sucesso a adaptação de Gabriela Cravo e Canela e Tieta do Agreste. Já no cinema, fez sucesso o filme Dona Flor e seus dois maridos (1976).
Jane Austen viveu de 1775 a 1817 e nesses 42 de vida, entre os séculos XVII e XIX, presenciou muitas mudanças sociais por conta do Iluminismo, movimento surgido na França no século XVII mas que tomou força no século XVIII, que ficou conhecido como o século das luzes. Esse movimento intelectual foi o propulsor de várias transformações sociais e influenciador de vários movimentos separatistas e mudanças políticas mundo afora, como a Revolução Industrial (1760), Independência dos EUA (1776), a Revolução Francesa (1789), a Inconfidência Mineira (1789) e a Conjuração Baiana (1798).
O século XIX também é de grande importância para a História, uma vez que as transformações ocorridas naquela época são vividas até hoje por nós.
Nos vídeos abaixo, você tem duas aulas excelentes sobre esses dois séculos e o contexto histórico naquele momento.
(Fonte: Canal Parabólica - YouTube, Aprendendo a História do Século XVIII)
(Fonte: Canal Parabólica - YouTube, Aprendendo a História do Século XIX)
Um grupo de pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, realizou um estudo para verificar uma possível conexão entre leitura, atenção e distração.
Para isso, a equipe, composta por neurobiólogos, radiologistas e especialistas da área de humanas, fez com que os participantes da pesquisa lessem trechos da obra “Mansfield Park”, de Jane Austen, enquanto estavam na máquina de ressonância magnética.
Segundo Natalie Phillips, a principal autora do estudo, esse foi “um dos primeiros experimentos a estudar como nossos cérebros respondem a literatura”.
O experimento foi conduzido da seguinte forma: os participantes (todos candidatos a um PhD em literatura inglesa em Stanford) tinham que ler um capítulo do livro de Austen projetado em um espelho dentro máquina de ressonância magnética. De tempos em tempos, os pesquisadores pediam que os voluntários alterassem seus ritmos entre o de uma leitura relaxada e o de uma mais atenta.
Com a máquina de ressonância magnética, foi possível que os pesquisadores tivessem uma visão do fluxo de sangue dentro dos cérebros dos participantes. “Percebemos que só a mudança de atenção já mostra um grande impacto no padrão de atividade durante a leitura”, diz o neurocientista Bob Dougherty.
Por fim, ambos os tipos de leitura causaram um aumento no fluxo de sangue no cérebro, porém em áreas diferentes. “Isso serve para nos mostrar que poderíamos ter algum tipo de treinamento cognitivo, nos ensinando como ajustar a nossa concentração e como passar por diferentes formas de atenção”, conclui Phillips. (Fonte: www.revistagalileu.globo.com)
Em nosso acervo podemos encontrar três ou quatro obras de Jane Austen, uma talentosa escritora inglesa que viveu entre os séculos XVIII e XIX. Hoje falaremos sobre PERSUASÃO, último romance por ela escrito.
Nessa obra podemos acompanhar a jornada de autoconhecimento e redenção da personagem principal, Anne Elliot, filha de um importante baronete falido, e que, de repente, se vê obrigada a rever e conviver com um antigo amor de seu passado. Anos antes ela havia aceitado se casar com este homem, Frederick Wentworth, porém, como ele não tinha posses e nem era socialmente influente, foi persuadida por sua família e por uma grande amiga a romper o noivado. Agora, Wentworth volta à cidade com um título de oficial da marinha, rico e o principal: com o objetivo de se casar. Assim, Anne tem de vê-lo cortejar outras moças, mas paira no ar a indagação: será que os dois viverão um grande amor novamente?
Jane Austen, usa a instituição do casamento, centro de um ambiente social machista, ambicioso e opressor das mulheres, para criticar e expor sutilmente essa mesma sociedade, com suas vaidades, superficialidades, arrogâncias e falsa morais. Há quem diga que essa personagem, Anne Elliot, seria o alter-ego de Jane Austen, já que há muitas similaridades entre a vida de ambas. Persuasão tem relação com outro romance da autora intitulado A Abadia de Nortangher, também presente em nosso acervo da Sala de Leitura.
Para uma resenha mais completa acesse o link https://bit.ly/2XvgNjb do site Literalmente Uai (literalmenteuai.com.br)
Para saber mais sobre "Persuasão", assista ao vídeo abaixo.
(Fonte: YouTube, canal Prosas e Algo Mais - Fran Borges, https://bit.ly/2XuIIzD)
Para aqueles que gostam de história e sociologia e queiram se aprofundar mais na época retratada por este e outros romances de Jane Austen, leiam a análise sociológica "O universo feminino nas obras de Jane Austen" (link: https://bit.ly/3gvOzfp), uma monografia escrita por Adriana Sales Zardini, professora de inglês e presidente da JASBRA (Jane Austen Society of Brazil - janeaustenbrasil.com.br) e também autora principal dos posts do blog desta entidade. O artigo divide-se em:
- RESUMO
- INTRODUÇÃO
- A MULHER E A FAMÍLIA
- A MULHER NA SOCIEDADE
- A MULHER E O CASAMENTO
- JANE AUSTEN E O FEMINISMO
- CONCLUSÃO
Biografia de Jane Austen
Jane Austen (1775-1817) foi uma escritora inglesa, considerada uma das maiores romancistas da literatura inglesas do século XIX, autora de clássicos como "Orgulho e Preconceito" e "Razão e Sensibilidade".
Jane Austen nasceu em Steventon, Hampshire, na zona rural da Inglaterra, no dia 16 de dezembro de 1775. Filha de George Austen, um reverendo anglicano, e de Cassandra Austen, era a segunda menina entre sete irmãos.
Cresceu em meio a um pequeno grupo social formado por uma classe abastada e religiosa. Com oito anos de idade, foi mandada para um colégio interno em companhia de sua irmã Cassandra, que se tornou sua melhor amiga por toda a vida.
Ainda na adolescência, já mostrava seu talento para as letras. A biblioteca da família era seu lugar preferido quando regressava do colégio interno.
Com 17 anos escreveu sua primeira obra “Lady Susan”, uma novela onde expõe as relações pessoais dos que viviam naquele tempo.
Em 1797, Jane Austen já havia escrito mais dois romances, “Orgulho e Preconceito” e “Razão e Sensibilidade”. Os textos foram oferecidos por seu pai a um editor, mas foram rejeitados.
Em 1801 a família mudou-se para Bath ponto de encontro da aristocracia britânica. Em 1805, após a morte do pai, Jane, sua irmã e sua mãe se mudaram para a vila inglesa de Chawton, onde um de seus irmãos lhes cedeu uma propriedade.
Suas obras anteriormente recusadas pela editora, só foram publicadas em 1811 e 1813 respectivamente, sob o pseudônimo de “Uma Senhora”. (fonte: www.ebiografia.com)
1. Leia também o artigo: JANE AUSTEN: 11 FATOS QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE A ESCRITORA, acessando o link (https://glo.bo/3kg91U0) / (Fonte: revistagalileu.globo.com)
2. Visite os locais onde se passam as histórias contadas por Jane Austen, bem como outros onde ela viveu ou que foram locações de filmes baseados em seus livros. Acesse https://bit.ly/2PvkErO (site Google Arts&Culture)