E. E. Professor Joaquim Pinto Machado Junior BLOG da SALA de LEITURA - eeprofmachadinho.blogspot.com
Neste blog você encontra resenhas de livros de nosso acervo, além de outras seções voltadas às artes em geral, ao entretenimento, à tecnologia, à ciência e outros assuntos.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021
DIVIRTA-SE EM CASA #13: TÔ EM CASA, MAS NÃO TÔ PARADO!
SUPER DICAS #7: CANAIS E SITES PARA VOCÊ APRENDER MAIS!
A seleção abaixo oferece aos estudantes e professores uma lista de sites/canais para complementar o ensino/aprendizagem para a maioria dos componentes curriculares (disciplinas). Aqui, prevalece a criatividade, o bom humor e a diversão enquanto se ensina e se aprende. Gostaria de chamar a atenção para o site PhET que é sensacional, com centenas de simulações interativas, bem como para os canais NERDOLOGIA e MANUAL DO MUNDO. O KHAN ACADEMY dispensa elogios, bem como todos os outros da lista.
1. PTABLE (https://bit.ly/3khRDib) é uma
tabela de elementos químicos interativa que pode ser visualizada através de:
propriedades, elétrons, isótopos e compostos. O site ainda traz vídeos, fotos e
informações sobre propriedades dos elementos e isótopos, entre outras
utilidades de metais, não-metais e semimetais.
2. CIÊNCIA TUBE é um portal de
vídeos didáticos de QUÍMICA e FÍSICA (https://bit.ly/2ZJhFS1)
3. BIOLOGIA TOTAL PROF. JUBILUT
O apresentador do canal se
propõe a ensinar Biologia de forma criativa e divertida, para que você entenda
como a vida funciona. (YouTube: https://bit.ly/2NC5CTR)

5. CIÊNCIA EM SHOW
O objetivo da equipe de
professores/apresentadores do canal é “ensinar e comunicar a ciência de maneira
eficiente, descomplicada e descontraída.” Segundo eles, suas propostas são
fundamentadas em sólidos referenciais teóricos e trazem uma visão atual da
educação, que aproveita espaços diversos para facilitar a aprendizagem.
“Entendemos que a ciência é fundamental
para o desenvolvimento do país e que o cidadão que sabe lidar com conceitos
científicos básicos tem uma melhora significativa na qualidade de vida,
torna-se mais crítico e apto ao empreendedorismo.”
(Site: https://bit.ly/3slUjxY)
6. CINEstoria
O canal onde o cinema se
mistura com a História. Ou será a História que se mistura com o cinema?
CINEstoria - Cinema + História como você nunca viu.
(Site: https://bit.ly/3kjFRnc)
7. MANUAL DO MUNDO
Aqui você encontra entretenimento
educativo, com conteúdos que despertam a curiosidade e criatividade. Esta
produtora de conteúdos faz vídeos educativos e de treinamento para a internet e
produz objetos educacionais digitais para editoras de livros pedagógicos.
Também oferece palestras sobre inovação na educação e o bom uso de recursos
digitais nas escolas. Uma das seções interessantes é a MAKER. (canal YouTube: https://bit.ly/3uuwuWr)
Site: https://bit.ly/3klLbqw
8. NERDOLOGIA é um grande
canal de comunicação científica do Youtube que preza pelo profissionalismo. Os
episódios são roteirizados e narrados por Atila Iamarino – doutor em
microbiologia pela USP, e Filipe Figueiredo, historiador formado na mesma
instituição. Empresascomo Petrobrás, EA Games,
Ubisoft, Universal Pictures, Sony Pictures são apenas algumas das
multinacionais que já patrocinaram diversos episódios que foram ao ar no canal. Com 2,2 milhões de inscritos e
200,3 milhões de visualizações em 30 de novembro de 2018, o Nerdologia foi
criado em 2010 e é atualizado duas vezes por semana, alternando entre temas de ciências
humanas e exatas ou biológicas focalizando, principalmente, em análises científicas de
cultura pop, de forma leve e com embasamento teórico, conversando com o público jovem que se
interessa por temáticas de quadrinhos, animações, videogames, etc. (https://bit.ly/3aMNFLh)
9. PhET – Site de simulações interativas da Universidade do Colorado,
EUA.
Um site voltado ao ensino e
aprendizagem que oferece conteúdos ótimos de: Matemática, Física, Química,
Biologia, Ciências da Terra, Protótipos e Simulações. Por meio de abordagens
inclusivas de design, estamos criando simulações
interativas acessíveis que permitem aos alunos vivenciar as ciências e as
práticas matemáticas de novas maneiras. No processo, estamos enfrentando os
principais desafios no desenvolvimento de software, tecnologia assistiva e
educação científica.
PARA OS
PROFESSORES: As simulações
PhET são ferramentas muito flexíveis
que podem ser usadas de muitas maneiras. Aqui você encontra vídeos e recursos
para aprender sobre formas eficazes de integrar simulações PhET em sua aula. (site: https://bit.ly/2NXqu7Q)
(Fonte: canal Física com Mestre Roger - YouTube / https://bit.ly/3usAwP8)
SUPER DICA #6: CAMPANHA #ARQUIVO NOSSO DE CADA DIA
Estes vídeos fazem parte da campanha #ArquivoNossoDeCadaDia, uma iniciativa do Arquivo Público do Estado de São Paulo, que traz dicas de profissionais da área para ajudar você a cuidar de seus arquivos, impressos ou digitais, além de depoimentos de cidadãos sobre a relação com seus documentos pessoais. Em vídeos curtos, venha aprender com especialistas como organizar, preservar, recuperar e até mesmo gerenciar a produção de documentos do nosso dia-a-dia e coleções pessoais; como fotografias, livros, cds, discos, dvds, vhss, contas pagas, cartas, diários e outros registros de memória familiar.1.
1. APRESENTAÇÃO DA CAMPANHA
Flávio Ricci Arantes, diretor de difusão e apoio à pesquisa do Arquivo Público do Estado de São
Paulo, apresenta a proposta da campanha #ArquivoNossoDeCadaDia no contexto da
pandemia da covid-19, quando grande parte da população está passando a
quarentena em casa e percebendo a quantidade de documentos e coleções
acumulados sem organização em locais nem sempre adequados mas que merecem cuidado,
seja porque podem ser utilizados como prova de direitos ou porque precisam ser
preservados porque registram a memória pessoal ou familiar.
2. COMO ORGANIZAR MEUS DOCUMENTOS EM CASA?
Maria Fernanda Mendes e Freitas, arquivista (Unesp-Marilia) e coordenadora de acervo da Fundação Energia e Saneamento (Museu da Energia), apresenta de uma maneira bem simples, em menos de cinco minutos, algumas dicas de como deixar seus documentos pessoais organizados para acessá-los facilmente sempre que precisar.
(Fonte: canal Arquivo Público do Estado de São Paulo - YouTube / https://bit.ly/37ER0dc)
3. ARQUIVOS PESSOAIS: VOCÊ É SEU ARQUIVO
Elisabete Marin Ribas, que
atua na equipe técnica do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da
Universidade de São Paulo (USP), nos conduz a uma reflexão sobre como nossas
memórias e histórias são únicas e que, somadas aos nossos documentos
convencionais, compõem nosso arquivo pessoal, como lembranças afetivas nos
tornam arquivos vivos e cada arquivo pessoal, único, se entrelaça formando a
beleza da História.
(Fonte: canal Arquivo Público do Estado de São Paulo - YouTube / https://bit.ly/3aF7DHQ)
4. COMO ELIMINAR MEUS DOCUMENTOS SEM MEDO
Ieda Pimenta Bernardes -
historiadora, professora e diretora do Departamento de Gestão do Sistema de
Arquivos do Estado de São Paulo (DG-SAESP) do Arquivo Público do Estado de São
Paulo (APESP) - orienta as pessoas a terem prudência e atenção na hora de
eliminar documentos pessoais. Faz a distinção entre documentos que podem ser
eliminados após o cumprimento de prazos de guarda determinados em leis, códigos
e regulamentos e aqueles que devem ser preservados para a garantia de direitos
e para servir de testemunho.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021
LIVRO DA SEMANA 3: GRANDE SERTÃO: VEREDAS, de João Guimarães Rosa
"O
correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí
afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem."João Guimarães Rosa, em Grande Sertão: Veredas
Considerado não somente sua obra-prima, mas também um dos melhores romances da literatura brasileira, Grande Sertão: Veredas até hoje desafia a crítica, os leitores e os estudiosos de literatura. A história se assemelha a um monólogo (embora não o seja) do começo ao fim, cujo narrador é o personagem principal, o jagunço Riobaldo. Publicado em 1956, o romance chama atenção não somente pelas suas mais de 600 páginas (um "tour de force"¹ para leitores menos experientes) como também por não ser dividido em capítulos. Nesse romance, Guimarães Rosa utilizou elementos do experimentalismo linguístico característico da primeira fase do Modernismo juntamente com a temática regionalista da segunda fase do movimento, criando uma obra única e diferente de todas as outras.
1. "tour de force" é uma expressão francesa utilizada em português que significa "grande esforço"
(Texto: André Luiz Gattás)
Leia abaixo alguns trechos de resenhas sobre Grande Sertão: Veredas (se quiser ler a resenha na íntegra, clique no link em destaque)
[...] Acredito
que quase tudo já tenha sido falado e pesquisado sobre “Grande Sertão Veredas”
e sobre seu autor, João Guimarães Rosa. Confesso que quando resolvi ler “Grande
Sertão: Veredas” me senti entrando em um tipo de atmosfera literária em que eu
teria uma imensa dificuldade em ler. A obra traz uma linguagem da qual não sou muito
íntimo - a linguagem de Guimarães Rosa não é convencional, é irregular,
intimida. Mas tudo isso é passado. Posso dizer, com toda a segurança, que me
senti muito envolvido, muito confortável com a história de Riobaldo, e fascinado com a poesia e a erudição do autor. “Grande
Sertão Veredas” é realmente uma obra fantástica.
Meu único contato com a obra de Guimarães Rosa havia sido através de “A
Terceira Margem”, um conto magistral de seu livro “Primeiras Estórias”, e
só. Mas foi graças a esse conto que resolvi tomar coragem e encarar “Grande
Sertão Veredas”.
Guimarães Rosa, desde criança, era um ouvinte das histórias que lhe eram
contadas. Buscou na fala regional do centro norte de Minas Gerais a matriz do
seu estilo. Como médico, antes de ser diplomata, percorreu toda a região,
atendendo a doentes e ouvindo histórias no reino dos bois, no reino dos
vaqueiros e dos contadores. Seu contato e convívio com os narradores orais,
traz a marca desse universo dos mestres da narração. [...]
(Fonte:
bonslivrosparaler.com.br / https://cutt.ly/alwN302)
[...] Aos 9 anos, João se
mudou para Belo Horizonte com seus avós maternos, apesar de sempre voltar para
Cordisburgo nas férias com a intenção de rever sua cidade-natal, seus amigos e
outros familiares. Seu avô, de quem recebeu muita influência, foi professor, médico,
escritor e filósofo, inclusive envolvendo João em saraus literários semanais
que recebiam em sua residência grandes nomes das letras mineiras.
Desde cedo, João Guimarães
Rosa foi leitor assíduo: frequentava a biblioteca pública de Belo Horizonte por
horas a fio e alguns dizem que ele até levava lanches para não “perder tempo
almoçando”. [...]
(Fonte:
luizacipriani.medium.com / https://cutt.ly/SlqYNd4)
Tem livros para os
quais a gente precisa voltar de vez em quando e Grande sertão: veredas certamente é um deles. Terminei a
primeira releitura nas últimas semanas, mais de 10 anos depois da primeira
jornada, e o resultado? Gostei ainda mais do romance de Guimarães Rosa,
que já era um dos meus preferidos da vida. [...]
O trecho acima é da resenha 5 coisas marcantes em “Grande Sertão: Veredas” que está dividia
assim:
1.
Aquele
começo desconcertante
2.
É
a história de amor mais dolorida da literatura brasileira – quiça, do mundo
3.
Um
sertão bem diferente daquele que você acha que conhece
4.
...
mas também muito parecido em outras coisas.
5.
É
um livro sobre ética e justiça, numa perspectiva filosófica
(Fonte: lombadaquadrada.com / https://cutt.ly/SlqUT7A)
[...] É em meio ao bando de
pistoleiros que o protagonista reencontra Reinaldo, também jagunço do grupo. Riobaldo desenvolve um afeto diferente
por Reinaldo, que posteriormente
revela que seu nome verdadeiro era Diadorim.
[...]
[...] Assim, com a
convivência, Riobaldo e Diadorim se tornam mais próximos e o sentimento em
Riobaldo cresce ainda mais, até que ele aceite e admita que nutre um “amor torto” pelo colega, algo
impossível de se concretizar.
E de repente eu estava gostando dele, num descomum, gostando ainda mais
do que antes, com meu coração nos pés, por pisável; e dele o tempo todo eu
tinha gostado. Amor que amei – daí então acreditei.
(Fonte: culturagenial.com / https://cutt.ly/dlqIVRc)
[...] Nesse romance totalmente
ambíguo, lidamos com os conflitos de um jagunço
reflexivo que: apesar de ter uma noiva, se apaixona por um homem; é
religioso, mas faz um pacto com o diabo. Os conflitos de Riobaldo podem ser
resumidos na disputa entre o bem e o mal. Embora esses valores sejam relativos,
a depender de quem os julga.
Esse é um livro que fica
melhor a partir da segunda leitura,
pois há tantos detalhes para perceber, interpretar e se deliciar que uma
leitura apenas não basta. [...]
(Fonte: oquevidomundo.com / https://cutt.ly/KlqOd8p)
[...] Guimarães Rosa era
mestre das palavras, transitava como poucos entre a prosa e a poesia. Empregou
elementos nunca antes utilizados na prosa brasileira, elementos como metáforas,
aliterações, onomatopeias e ritmo. A força criadora de Rosa inventou uma nova
linguagem, permeada por neologismos e empréstimos linguísticos, resgatou termos
em desuso e explorou novas estruturas sintáticas para recriar a linguagem do
homem simples do interior. Por esse e outros tantos motivos, Grande
Sertão: Veredas é um daqueles livros inesquecíveis, que fazem parte da
bibliografia básica de todo apaixonado pela literatura. [...]
(Fonte: brasilescola.com.br / https://cutt.ly/alwBOHv)
[...] Como já dito, Riobaldo,
o narrador em primeira pessoa do livro, é um jagunço que se dispõe a relatar
sua história de vida para um “doutor” que vem da cidade e resolve o
entrevistar. Em primeira vista, se assemelha muito a um monólogo, apesar de não
o ser, devido à presença de sinais sutis de que há um interlocutor, ainda que
este não se manifeste diretamente. Somente nos é possibilitado conhecer que há
alguém mais ali através de comentários do próprio Riobaldo, já que não há
nenhuma fala direta além das suas. [...]
(Fonte:
luizacipriani.medium.com / https://cutt.ly/blwNUvF)
Em entrevista à TV alemã, em
1962, Guimarães Rosa explica 'Grande Sertão Veredas'. As imagens foram
retiradas do documentário “Outro Sertão”, dirigido por Adriana Jacobsen e
Soraia Vilela e é uma coprodução Galpão Produções/Instituto Marlin Azul.
(Fonte: canal Estadão - YouTube / https://cutt.ly/wlrpVMu)
Nascido em 27 de junho de 1908, na cidade mineira de Cordisburgo que, em uma mistura de latim e alemão significa algo próximo de “a cidade do coração”, de fato assim a foi para João Guimarães Rosa. A paixão pela sua terra natal é ainda hoje preservada através da transformação de sua casa em museu, com o nome do autor, em cuja entrada se lê:
O pai de Guimarães Rosa era
juiz de paz, vereador e comerciante na região. Por isso, seu armazém era um
ponto de encontro de tropeiros e viajantes, que desde cedo entusiasmavam o
menino com suas aventuras e, mesmo sem saber, semeavam o cerne do que viria a
se tornar obras de destaque da literatura nacional.
Aos 9 anos, João se mudou para
Belo Horizonte com seus avós maternos, apesar de sempre voltar para Cordisburgo
nas férias com a intenção de rever sua cidade-natal, seus amigos e outros
familiares. Seu avô, de quem recebeu muita influência, foi professor, médico,
escritor e filósofo, inclusive envolvendo João em saraus literários semanais
que recebiam em sua residência grandes nomes das letras mineiras.
Desde cedo, João Guimarães
Rosa foi leitor assíduo: frequentava a biblioteca pública de Belo Horizonte por
horas a fio e alguns dizem que ele até levava lanches para não “perder tempo
almoçando”.
“O homem nasceu para aprender,
aprender tanto quanto a vida lhe permita.” — João Guimarães Rosa
Mais adiante, Guimarães Rosa
estudou línguas estrangeiras e acabou optando por tomar o rumo da diplomacia.
Para isso, foi morar no Rio de Janeiro e em seguida foi nomeado vice-cônsul em
Hamburgo, na Alemanha. Conta-se que o escritor ajudou inúmeras vítimas do
nazismo a fugirem do Brasil, assinando o visto em seus passaportes.
Desde menino, porém, Joãozito
nutriu verdadeira paixão pelas histórias de jagunços. Apesar de nunca ter
morado no sertão (apenas o visitou 2 vezes), pedia ao seu pai detalhes da vida
nessa região e dizia que “o sertão está na cabeça”, ou seja, ele mesmo o
inventava e o tornava cenário e personagem se suas obras.
“ O sertão é dentro da gente” — João Guimarães Rosa, Grande Sertão:
Veredas
Suas grandiosas obras o levaram a ser escolhido, por unanimidade, para a Academia Brasileira de Letras. Anos depois de ser convocado, decidiu tomar posse em 16 de novembro de 1967, exatos 3 dias antes de falecer subitamente por causa de um infarto.
(Fonte: luizacipriani.medium.com / https://cutt.ly/SlqYNd4)
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021
LIVRO DA SEMANA 2: SAGARANA, de João Guimarães Rosa
[...] porque o sertão é o terreno da eternidade, da solidão (...). No sertão, o homem é o EU que ainda não encontrou um TU; por ali os anjos e o diabo ainda manuseiam a língua" [...]
A
primeira versão de SAGARANA, primeira obra de João Guimarães Rosa, foi escrita em 1938 e participou do concurso
literário “Humberto de Campos” promovido pela livraria José Olympio, a mesma
que publica livros até hoje. Só oito anos depois, em 1946, veio a ser publicada
para o grande público com o título Contos
e sob pseudônimo de Viator.
Nessa
obra, constituída por nove contos (embora alguns classifiquem esse conjunto de textos como novelas), o
autor também revela elementos típicos da fala do sertanejo mineiro, no estilo
“contação de causo”, construindo narrativas bastante alegóricas. O que isso
quer dizer? Quer dizer que o escritor usa a alegoria como recurso literário
quando, ao contar uma história simples sobre qualquer coisa ou fato concreto,
na verdade o que pretende é instigar o leitor a refletir sobre ideias
abstratas, ocultas à uma primeira vista.
Como
já foi mencionado em um artigo anterior sobre este mesmo autor, é através do
emprego de uma linguagem de caráter
representativo que Guimarães Rosa também leva o leitor por um passeio
através do fluxo de sentimentos,
pensamentos, angústias e conflitos que se passam no interior dos personagens
(característica bastante evidente na estética
modernista) através de uma prosa
poética, estilo este que faz uso de todos os recursos da poesia.
(Texto: André Luiz Gattás)
Algumas observações importantes sobre o texto de Guimarães Rosa (se quiser ler o texto na íntegra, clique no link em destaque)
[...]
Voltada para as forças virtuais da
linguagem, a escritura de Guimarães Rosa procede abolindo intencionalmente
as barreiras entre narrativa e lírica, revitalizando recursos da expressão
poética: células rítmicas, aliterações, onomatopeias, rimas internas, elipses,
cortes e deslocamentos sintáticos, vocabulário insólito, com arcaísmos e
neologismos, associações raras, metáforas, anáforas, metonímias, fusão de
estilos [...]
[...] Guimarães
Rosa tinha plena consciência das dificuldades que seus textos apresentam para o
leitor: "Como escritor, não posso
seguir a receita de Hollywood, segundo a qual é preciso sempre orientar-se pelo
limite mais baixo do entendimento. Portanto, torno a repetir: não do ponto de
vista filológico¹
e sim do metafísico², no sertão fala-se a língua de Goethe,
Dostoievski e Flaubert, porque o sertão é o terreno da eternidade, da solidão
(...). No sertão, o homem é o eu que ainda não encontrou um tu; por ali os
anjos e o diabo ainda manuseiam a língua"[...]
(Fonte:
vestibular.uol.com.br - https://bit.ly/3s4Xx95)
1. Filologia:
a.
estudo rigoroso dos documentos escritos antigos e de sua transmissão, para
estabelecer, interpretar e editar esses textos.
b.
estudo científico do desenvolvimento de uma língua ou de famílias de línguas,
baseado em documentos escritos nessas línguas.
2. Metafísica:
a.
no aristotelismo, subdivisão fundamental da filosofia,
caracterizada pela investigação das realidades que transcendem a experiência
sensível, capaz de fornecer um fundamento a todas as ciências particulares, por
meio da reflexão a respeito da natureza primacial do ser; filosofia primeira.
b.
no kantismo, estudo das formas ou leis constitutivas da razão,
fundamento de toda especulação a respeito de realidades suprassensíveis (a
totalidade cósmica, Deus ou a alma humana), e fonte de princípios gerais para o
conhecimento empírico.
c.
por extensão, qualquer sistema
filosófico voltado para uma compreensão ontológica, teológica ou suprassensível
da realidade.
Veja alguns trechos de resenhas sobre SAGARANA (Para ler na íntegra, clique no link em destaque).
[...]
O título Sagarana é um neologismo, fenômeno linguístico muito
presente nas obras de Guimarães. É a junção da palavra "saga" com
"rana", de origem tupi, que significa "semelhante com".
Assim Sagarana é semelhante a uma saga. [...]
(Fonte:
culturagenial.com / https://bit.ly/2OO0DQr)
[...]
Entre as experiências vividas pelo autor estão as viagens pelo sertão brasileiro,
principalmente o mineiro, acompanhadas pelos famosos caderninhos de anotações.
Neles, Guimarães Rosa registrava palavras e expressões do povo brasileiro que,
mais tarde, transformaria em metáforas poéticas. [...]
(Fonte: vestibular.uol.com.br / https://bit.ly/3ashd0l
(Fonte: canal Vá ler um Livro - YouTube / https://cutt.ly/2k6qNu7)
Abaixo você pode conhecer um pouco do enredo de cada conto de SAGARANA
O Burrinho Pedrês
Esse
conto retrata o afogamento de um grupo de vaqueiros e cavalos quando vão
atravessar o Córrego da Fome. Dois dos vaqueiros sobrevivem ao episódio:
Francolim e Badu.
A Volta do Marido Pródigo
O
personagem principal é Lalino, um homem preguiçoso e malandro, que abandona sua
mulher e viaja para o Rio de Janeiro. Quando retorna, sua mulher, Ritinha, está
casada com Ramiro. No final do conto, ele reata com ela.
Sarapalha
Esse
conto revela a história de Ribeiro e Argemiro, que são afetados pela malária. Abandonados
por todos, Argemiro revela a Ribeiro o interesse que ele tinha em sua mulher,
Luísa. Depois da revelação, Ribeiro expulsa Argemiro de suas terras.
O Duelo
A
história se concentra no adultério da mulher de Turíbio, Silvana, com Cassiano.
Diante disso, Turíbio resolve matar seu adversário, mas por engano tira a vida
do irmão dele. Acaba por fugir e sendo morto por Vinte-e-Um, um conhecido de
Cassiano.
Minha Gente
Emílio
vai visitar seu tio e acaba se apaixonando por sua prima: Maria Irma. O amor
não é correspondido pois Maria estava interessada em Ramiro que, por fim,
torna-se seu marido.
São Marcos
José,
mais conhecido como “Izé”, não acredita em feiticeiros e sempre recita a Oração
de São Marcos, como forma de zombar dessa crença. Para se vingar dele, um
feiticeiro consegue um retrato dele e coloca uma venda na região de seus olhos
na foto, deixando-o cego por um tempo.
Corpo Fechado
O
conto revela o interesse de Antonico das Pedras-Águas, o feiticeiro, sobre a
mula pertencente a Manuel Fulô. Com o intuito de conseguir a mula, o feiticeiro
promete “fechar o corpo” de Manuel.
Conversa de Bois
Esse
conto descreve a trajetória de um carro de bois que leva rapadura e o defunto
pai de Tiãozinho. Paralelamente, o boi Brilhante conta a história de outro, enquanto
revela os maus-tratos que os animais sofrem.
A Hora e Vez de Augusto Matraga
Essa
é a história de Augusto Estêves, depois de perder seus bens e seus capangas. Além
disso, sua mulher e filha fogem com Ovídio Moura. Indignado, resolve ir à
propriedade de seu adversário Major Consilva. Ele estava com seus capangas. No
entanto, Augusto é espancado e marcado com ferro. Consegue fugir da propriedade
do Major, sendo encontrado por um casal de pretos, que cuida dele. Mais tarde,
o bando de Joãozinho Bem-Bem, o mais temido jagunço do sertão, chega a cidade
em que estava Augusto. Embora tenham ficado amigos, no momento em que Augusto
fala para Joãozinho não matar uma família, ele resolve revidar. No duelo final,
ambos morrem.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2021
LIVRO DA SEMANA 1: PRIMEIRAS ESTÓRIAS, de João Guimarães Rosa
“Tudo, aliás, é a ponta de um mistério. Inclusive, os fatos. Ou a ausência deles. Duvida? Quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo.” (trecho do conto O Espelho, em Primeiras Estórias, de João Guimarães Rosa)
Esta obra reúne vinte e um contos
desse escritor que tem um cantar em sua prosa, porque resgata, o tempo todo, o
modo de falar do sertanejo mineiro, criando neologismos¹ e fazendo uso de
vocábulos que muitos de nós, cidadãos urbanos, desconhecemos. Então, quando
lemos os livros de Guimarães Rosa, somos
levados a entrar na “vibe”² do som das palavras e do modo que se usa tais
palavras, desse regionalismo linguístico e cultural, num mundo que, em muitos
aspectos, se mostra diferente do nosso. Embora seus textos e seu estilo tenham
sido criticados pelas elites acadêmicas
com alguma frequência, isso não deixou de leva-lo ao topo da classificação de
um dos grandes escritores mundiais, colocando suas obras na categoria de “literatura
universal” e, assim, foi traduzido (tarefa dificílima nesse caso) e publicado em
vários países. Outra coisa interessante diz respeito ao título desse livro.
Vocês devem ter notado a palavra “estória”
ao invés de “história”, como seria o
correto ortograficamente. Isso foi proposital, já que na língua inglesa existe
esta diferença entre “history” (a
história geral, do homem, do mundo, etc.) e “story” (uma narrativa ficcional ou não, uma história que alguém conta).
E porque ele utilizou esse recurso? Para chamar a atenção para as antigas
histórias contadas oralmente pelos sertanejos, os conhecidos “causos” contados ao pé da mesa da cozinha, na varanda das casas das fazendas, em volta da fogueira no
meio da mata quando a tropa descansava durante o jantar. Isso fez e faz parte
do imaginário das pessoas daquela região do Brasil e Guimarães Rosa faz um
resgate dessa cultura com muita arte e criatividade. Um tema recorrente nesses
vinte e um contos é o desejo de imortalidade em contraste com o inevitável encontro
com a morte e todos os aprendizados que a vida oferece ao ser humano antes do
dia da travessia. Os contos narram situações banais, com personagens simples,
mas que demostram a beleza, o amor pela terra e o encantamento com a vida, a
natureza e o mistério que elas guardam.
1. Neologismo:a. emprego de palavras novas, derivadas ou formadas de outras já existentes, na mesma língua ou não.b. atribuição de novos sentidos a palavras já existentes na língua.2. Vibe: é um termo utilizado para falar da energia, seja de alguém ou de alguma coisa. É uma diminuição da palavra vibration (do inglês), que significa vibração, e é muito usada por jovens para descrever pessoas, lugares ou coisas. Mas o termo vibe também pode ser utilizado para falar sobre um momento ou um lugar. (Texto: André Luiz Gattás)
CONHEÇA OS ENREDOS DOS
CONTOS DE “PRIMEIRAS HISTÓRIAS”, de Guimarães Rosa
I - "As margens da
alegria".
Um menino descobre a vida, em
ciclos alternados de alegria (viagem de avião, deslumbramento pela flora, e
fauna) e tristeza (morte do peru e derrubada de uma árvore).
II - "Famigerado".
O jagunço Damázio Siqueira
atormenta-se com um problema vocabular: ouviu a palavra "famigerado"
de um moço do governo e vai procurar o farmacêutico, pessoa letrada do lugar,
para saber se tal termo era um insulto contra ele, jagunço.
III - "Sorôco, sua mãe,
sua filha".
Um trem aguarda a chegada da mãe
e da filha de Sorôco, para conduzi-las ao manicômio de Barbacena. Durante o
trajeto até a estação, levadas por Sorôco, elas começam surpreendentemente a
cantar.
Quando o trem parte, Sorôco volta
para casa cantando a mesma canção, e os amigos da cidadezinha, solidariamente,
cantam junto.
IV - "A menina e
lá".
Nhinhinha possuía dotes
paranormais: seus desejos, por mais estranhos que fossem, sempre se realizavam.
Isolados na roça, seus parentes guardam em segredo o fenômeno, para dele tirar
proveito. As reticentes falas da menina tinham caráter de premonição: por
exemplo, o pai reclamara da impiedosa seca.
Nhinhinha "quis" um
arco-íris, que se fez no céu, depois de alentadora chuva. Quando ela pede um
caixãozinho cor-de-rosa com enfeites brilhantes ninguém percebe que o que ela
queria era morrer...
V - "Os irmão
Dagobé".
O valentão Damastor Dagobé,
depois de muito ridicularizar Liojorge, é morto por ele. No arraial, todos dão
como certa a vingança dos outros Dagobé : Doricão , Dismundo e Derval. A
expectativa da revanche cresce quando Liojorge comunica a intenção de
participar do enterro de Damastor.
Para surpresa de todos, os irmãos
não só concordam, como justificam a atitude de Liojorge, dizendo que Damastor
teve o fim que mereceu.
VI - "A terceira margem
do rio".
Um homem abandona família e
sociedade, para viver à deriva numa canoa, no meio de um grande rio. Com o
tempo, todos, menos o filho primogênito, desistem de apelar para o seu retorno
e se mudam do lugar. O filho, por vínculo de amor, esforça-se para compreender
o gesto paterno: por isso, ali permanece por muitos anos.
Já de cabelos brancos e tomado
por intensa culpa, ele decide substituir o pai na canoa e comunica-lhe sua
decisão. Quando o pai faz menção de se aproximar, o filho se apavora e foge,
para viver o resto de seus dias ruminando seu "falimento" e sua
covardia.
VII -
"Pirlimpsiquice".
Um grupo de colegiais ensaia um
drama para apresentá-lo na festa do colégio. No dia da apresentação, há um
imprevisto, e um dos atores se vê obrigado a faltar. Como não havia mais
possibilidade de se adiar a apresentação, os adolescentes improvisam uma
comédia, que é entusiasticamente bem recebida pela platéia.
VIII - "Nenhum,
nenhuma".
Uma criança, não se sabe se em
sonho ou realidade, passa férias numa fazenda, em companhia de um casal de
noivos, de um homem triste e de uma velha velhíssima, de quem a noiva cuidava.
O casal interrompe o noivado, e o
menino, que conhecera o Amor observando-os, volta para a casa paterna. Lá
chegando, explode sua fúria diante dos pais ao notar que eles se suportavam,
pois tinham transformado seu casamento num desastre confortável.
IX - "Fatalidade".
Zé Centeralfe procura o delegado
de uma cidadezinha, queixando-se de que Herculinão Socó vivia cantando sua
esposa. A situação tornara-se tão insuportável que o casal mudara de arraial.
Não adiantou: o Herculinão foi atrás.
O delegado, misto de filósofo,
justiceiro e poeta, depois de ouvir pacientemente a queixa, procura o
conquistador e, sem a mínima hesitação, mata-o, justificando o fato como
necessário, em nome da paz e do bem-estar do universo.
X - "Seqüência".
Uma vaca fugitiva retorna a sua
fazenda de origem. Decidido a resgatá-la, um vaqueiro persegue-a com incomum
denodo. Ao chegar à fazenda para onde a vaca retornara, o vaqueiro descobre que
havia outro motivo para sua determinação: a filha do fazendeiro, com quem o
rapaz se casa.
XI - "O espelho".
Um sujeito se coloca diante de um
espelho, procurando reeducar seu olhar, apagando as imagens do seu rosto
externo. A progressão desses exercícios lhe permite, daí a algum tempo,
conhecer sua fisionomia mais pura, a que revela a imagem de sua essência.
XII - "Nada e a nossa
condição".
O fazendeiro Tio Man 'Antônio,
com a morte da esposa e o casamento das filhas, sente-se envelhecido e
solitário. Decide vender o gado, distribuindo o dinheiro entre as filhas e
genros.
A seguir, divide sua fazenda em
lotes e os distribui entre os empregados, estipulando em testamento uma
condição que só deveria ser revelada quando morresse. Quando o fato ocorre, os
empregados colocam seu corpo na mesa da sala da casa-grande e incendeiam a
casa: a insólita cerimônia de cremação era seu último desejo.
XIII - "O cavalo que
bebia cerveja".
Giovânio era um velho italiano de
hábitos excêntricos: comia caramujo e dava cerveja para cavalo. Isso o tornara
alvo da atenção do delegado e de funcionários do Consulado, que convocam o
empregado da chácara de "seo Giovânio", Reivalino, para um
interrogatório.
Notando que o empregado ficava
cada vez mais ressabiado e curioso, o italiano resolve então abrir a sua casa
para Reivalino e para o delegado: dentro havia um cavalo branco empalhado.
Passado um tempo, outra surpresa:
Giovânio leva Reivalino até a sala, onde o corpo de seu irmão Josepe,
desfigurado pela guerra, jazia no chão. Reivalino é incumbido de enterrá-lo,
conforme a tradição cristã. Com isso, afeiçoa-se cada vez mais ao patrão, a
ponto de ser nomeado seu herdeiro quando o italiano morre.
XIV - "Um moço muito
branco".
Os habitantes de Serro Frio, numa
noite de novembro de 1872, têm a impressão de que um disco voador atravessou o
espaço, depois de um terremoto. Após esses eventos, aparece na fazenda de
Hilário Cordeiro um moço muito branco, portando roupas maltrapilhas.
Com seu ar angelical, impõe-se
como um ser superior, capaz de prodígios: os negócios de Hilário Cordeiro, o
fazendeiro que o acolheu, têm uma guinada espantosamente positiva. Depois de
fatos igualmente miraculosos, o moço desaparece do memo modo que chegara.
XV - "Luas-de-mel".
Joaquim Norberto e Sa- Maria
Andreza recebem em sua fazenda um casal fugitivo, versão sertaneja de Romeu e
Julieta. Certos de que os capangas do pai da moça virão resgatá-la, todos se
preparam para um enfrentamento: a casa da fazenda transforma-se num castelo
fortificado.
É nesse clima de tensão que se
celebra o casamento dos jovens, a que se segue a lua-de-mel, que acontece em
dose dupla: dos noivos e do velho casal de anfitriões, cujo amor fora reavivado
com o fato. Na manhã seguinte, a expectativa se esvazia com a chegada do irmão
da donzela, que propõe solução satisfatória para o caso.
(Fonte: mundodovestibular.com.br / https://bit.ly/2ZjBZsW)
Abaixo você encontra trechos de resenhas sobre a obra. Caso queira ler a resenha na íntegra, clique o link em destaque.
(...) Em Primeiras Estórias,
parecem existir "leis" desconhecidas que regem as vidas das
personagens, pressupõe-se um "mundo paralelo", metafísico, que
influencia a conduta humana. O contato com essas "forças invisíveis"
depende de uma sensibilidade aguçada. Por isso muitas das personagens dos
contos de Guimarães Rosa são estranhas. "Loucos" (como Darandina ou
Tarantão), crianças extremamente sensíveis (como o Menino, de "As Margens
da Alegria", ou Brejeirinha, de "A Partida do Audaz Navegante"),
apaixonados (como Sionésio, de "Substância"), todos representam seres
especiais, que parecem viver em outra dimensão, demonstrando uma sabedoria inata,
intuitiva. São, enfim, seres iluminados.
Essa iluminação relaciona-se à
teoria platônica da reminiscência. A alma, sendo imortal, teria vivido em
contato com o Mundo Ideal, o plano da Perfeição. Ao encarnar, a alma guardaria
lembranças difusas, inconscientes, desse mundo "bom, belo e
verdadeiro", para o qual deseja profundamente retornar. Algumas
experiências no plano terreno teriam o poder de despertar na alma o gosto da
Perfeição, possibilitando uma "redescoberta" de uma alegria até então
adormecida....
Esses momentos de epifania,
reveladores de uma Verdade oculta, transformam a vida das personagens. Nesse
sentido, o encontro com o belo, o desejo de livrar-se do peso da matéria, o
sentimento amoroso são situações de aprendizado: libertam a alma das impurezas
da vida e levam o ser humano a uma condição "superior", mesmo que não
tenha plena consciência disso. Como se diz em "Nenhum, Nenhuma",
"a gente cresce sempre, sem saber para onde". (...)
(Fonte: vestibular UOL - https://bit.ly/2ZmE9Io)
(...) Porém o autor não se
prendeu a um estilo único, nem a um gênero. Temos histórias com doses de
comédia, outras mais sérias, algumas psicológicas,
autobiográficas e até mesmo certos contos fantásticos. Ao experimentar esse
novo estilo de prosa, Guimarães Rosa também experimentou diversos gêneros
literários, formas variadas de falar sobre o cotidiano da vida no sertão. (...)
(Fonte: anatomiadapalvra.com /
https://bit.ly/3djA0wT)
(...) Afinal, ler Guimarães é ler o interior do Brasil -- e que pode ser que nem exista mais. É sentar numa mesinha de madeira, no fim da tarde, e comer um café coado observando a natureza, a vizinhança, a vida. Ler suas histórias é entender as várias facetas do Brasil profundo e entender quem somos nós, brasileiros. Ainda mais neste potente livro Primeiras Estórias. (...)
(Fonte: esquinadacultura.com.br /
https://bit.ly/2Zjdhc2)
UM POUCO SOBRE GUIMARÃES ROSA
João Guimarães Rosa foi um escritor brasileiro. O romance "Grande Sertão: Veredas" é sua obra prima. Fez parte do terceiro tempo do Modernismo, caracterizado pelo rompimento com as técnicas tradicionais do romance.
Guimarães Rosa nasceu dia 27 de junho de 1908, em
Cordisburgo, interior de Minas Gerais. Era filho de comerciante da região e
realizou seus estudos primários na própria cidade. Em 1918 mudou-se para a casa
de seus avós em Belo Horizonte para continuar os
estudos. Assim formou-se médico na Universidade de Minas Gerais, em 1930.
São dessa época os seus primeiros contos, que foram publicados na revista “O Cruzeiro”. Depois de formado, mudou-se para Itaguara, município de Itaúna, onde permaneceu por dois anos.
Em 1932 voltou para Belo Horizonte para servir como médico
voluntário da Força Pública, durante a Revolução Constitucionalista.
Em 1934, Guimarães Rosa vai para o Rio de Janeiro e presta
concurso para o Itamarati. Culto, sabia falar mais de nove idiomas e conseguiu
aprovação em segundo lugar.
Em 1936 participou de um concurso ao Prêmio de Poesia
da Academia Brasileira de Letras, com a
coletânea de contos "Magma". Conquistou o primeiro lugar, mas não
publicou a obra. Em 1937 iniciou a produção de "Sagarana",
volume de contos que retrata a vida das fazendas mineiras.
Entre os anos de 1938 e 1944, foi nomeado cônsul-adjunto na
cidade de Hamburgo, Alemanha. Nesse período, especificamente no ano de 1942,
Guimarães foi preso quando o Brasil rompeu a aliança com a Alemanha durante
a Segunda Guerra Mundial.
No ano seguinte foi para Bogotá, como Secretário da
Embaixada Brasileira.
De 1946 a 1951, Guimarães Rosa reside em Paris. Em 1952,
realiza excursão ao Estado de Mato Grosso e escreve uma reportagem poética,
"Com o Vaqueiro Mariano", que foi publicada no Correio da Manhã.
Após dez anos de sua estreia literária, o escritor publica
“Corpo de Baile” e "Grandes Sertões: Veredas" em 1956.
Em 1958 Guimarães é promovido a embaixador, mas opta por não
sair do Brasil e permanece no Rio de Janeiro.
Em 1963 é eleito para a Academia Brasileira de Letras, sendo
empossado somente em 1967. Três dias depois do ato, Guimarães Rosa tem um
infarto e falece no Rio de Janeiro, dia 19 de novembro de 1967.
Com uma trajetória de vida dedicada à medicina, diplomacia e
literatura, Guimarães Rosa renovou o romance brasileiro e conquistou leitores
em diversos países.
(Fonte: infoescola.com.br / https://bit.ly/3pmvjox)
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