Neste blog você encontra resenhas de livros de nosso acervo, além de outras seções voltadas às artes em geral, ao entretenimento, à tecnologia, à ciência e outros assuntos.
William Shakespeare é o rei
dos temas que nunca envelhecem. Em Sonho de Uma Noite de Verão (A MIdsummer
Night’s Dream), uma de suas inúmeras peças teatrais, ele explora o velho, porém muito atual, tema
dos amores não correspondidos, construindo uma trama cheia de peripécias que é
pura diversão e entretenimento. Lisandro, Hérmia, Demétrio e Helena, são quatro jovens que
sofrem de amores não correspondidos e estão prometidos (como era de costume em
sua época) para outras pessoas a quem não amam. Quando se encontram em um bosque, à noite,
fadas, elfos e duendes se aproveitam da situação e deitam e rolam, aprontando
com os quatro e criando muitas confusões! Sabemos que os apaixonados, muitas
vezes, talvez na maioria delas, ficam cegos (daí a expressão “cego de paixão”) e
perdem o bom senso e a noção de realidade. Shakespeare ilustra muito bem esse
tipo de comportamento e
a cilada em que podemos nos meter quando não enxergamos
mais nada além da pessoa amada ou que supomos que amamos. Entretanto, outras
tramas paralelas também ocorrem no desenrolar da peça, como o ensaio de uma encenação de uma peça (metalinguagem) para o casamento do herói grego Teseu com Hipólita (mitologia grega), cujos atores são muito engraçados e dão um sentido muito particular à narrativa.
Enfim, com toda essa mistura de mitologia grega com mitologia celta (seres da
floresta), Shakespeare cria uma aparente confusão mas que na verdade é marcada
pela divisão entre sonho e realidade. As personagens Teseu e Hipólita aparecem
à luz do dia de ambos começo e fim da ação principal da peça e desaparecem
durante toda a duração da ação, que se passa à noite na floresta, onde o mundo
mágico toma vida. Voltam, então, a reaparecer quando o sol começa a nascer
novamente, acabando com a noite mágica. Portanto, essas personagens são
marcadores que pontuam realidade e fantasia.
(Texto: André Luiz Gattás)
Abaixo você tem trechos de algumas resenhas sobre a obra e seu link
para lê-las na íntegra.
“[...] Nesse momento, com os
quatro perdidos pela floresta, é muito fácil se confundir entre quem está
apaixonado por quem, ou fugindo de quem. Além disso, eles se misturam com os habitantes
da floresta, duendes, fadas e elfos divididos em meio à rixa entre seus reis,
Oberon e Titânia. Encontros e desencontros, beijos e desentendimentos, feitiços
e brincadeiras, uma ciranda de amor e ódio. Até o dia amanhecer, muitas
confusões irão acontecer nessa floresta, pois tem muita fantasia reservada para
esta noite de verão. [...]”
(Fonte: BANDEIRA, Ili. Resenha: Sonho de Uma Noite de Verão /
William Shakespeare. Disponível em: O Clube da Meia Noite / https://bit.ly/3r6rJkn)
“[...] Sonho de Uma Noite de
Verão é uma peça um tanto desafiadora para se escrever uma resenha, pois são
diversas histórias, que, de alguma maneira, se entrelaçam. Então, já te peço
licença, porque isso é apenas uma tentativa de resumir a confusão que é essa
obra. Bem, acompanhamos três histórias: a primeira, e principal, é a dos
amantes apaixonados Hérmia, Lisandro, Demétrio e Helena; a segunda, é a de
Oberon, Titânia e Puck, que são seres sagrados da floresta; e, por fim, a
terceira e última (e mais hilária também) é a história dos artesãos que estão
montando uma peça para apresentar no casamento de Teseu e Hipólita, o qual é o ponto
em comum das três narrativas. “[...] Podemos destacar ainda, em Sonho de Uma
Noite de Verão, a crítica que Shakespeare faz sobre a função da arte,
especialmente o teatro, para a alta sociedade através da metalinguagem. Ao
representar atores através de artesãos amadores, mostra como a arte era
encarada, — e infelizmente ainda é -, apenas como puro entretenimento. Pouco se
valoriza o trabalho criativo dos artistas e a função social da arte, que trata
de desvendar os mais profundos sentimentos humanos, além de oferecer outros
pontos de vista para o público, mudando assim a forma de pensar das pessoas e,
como consequência, sua realidade. [...]”
(Fonte: MORAES, Polly. Sonho De Uma Noite De Verão: Uma Ode Ao
Amor Não Correspondido. Disponível em médium.com / https://bit.ly/38fREgY)
“[...] A história de
Shakespeare explora de forma divertida a idolatria amorosa em oposição ao amor
verdadeiro. Se na vida real criaturas mágicas não existem, o mesmo não se pode
dizer das paixões súbitas, tão ardentes como passageiras. Como seus alunos veem
a paixão? Será que concordam com o poeta Vinícius de Moraes, quando ele diz que
o amor é eterno enquanto dura?[...]”
“[...] Em uma das passagens da
peça, Helena lamenta: “as pessoas apaixonadas veem o que imaginam, não o que
seus olhos enxergam e, portanto, o Cupido alado é pintado com vendas nos
olhos”. Como seus alunos entendem esse trecho? É possível relacioná-lo com o
ditado popular que diz que o amor é cego?[...]”
Willian Shakespeare é o maior
poeta e dramaturgo da Inglaterra e um dos maiores de todos os tempos. Suas
obras que permaneceram ao longo dos tempos consistem de 38 peças, 154 sonetos,
dois poemas de narrativa longa, e várias outras poesias. Suas obras são mais
atualizadas do que as de qualquer outro dramaturgo e são consideradas quase
todas obras-primas, dentre as quais citamos: Romeu e Julieta, Hamlet, Ricardo
III, O Rei Lear, Otelo, Macbeth, O Mercador de Veneza, Júlio César, Muito Barulho Por Nada, Antônio e Cleópatra, Coriolano, entre outros.
Nessas obras, Shakespeare
descreveu de maneira admirável os sentimentos e as paixões humanas.
Entre suas obras é impossível
não ressaltar Romeu e Julieta, que se tornou a história de amor por excelência
, representada até hoje em palcos de muitos países do mundo e adaptada para o
cinema e Hamlet, que possui uma das
frases mais conhecidas da língua inglesa: To be or not to be: that's the
question (Ser ou não ser, eis a questão).
Pouco se sabe sobre a vida de
William Shakespeare. Shakespeare nasceu e foi criado em Stratford-upon-Avon.
Aos 18 anos, segundo alguns estudiosos, casou-se com Anne Hathaway, que lhe
concedeu três filhos: Susanna, e os gêmeos Hamnet e Judith Quiney. Entre os
anos 1585 e 1592, William começou uma carreira bem-sucedida em Londres como
ator, dramaturgo e proprietário da companhia de teatro Lord Chamberlain's Men,
mais tarde conhecida como King's Men. Parece que ele reformou a Stratford em
torno de 1613, morrendo três anos depois.
A maioria das informações que se fazem acerca de
William Shakespeare são meras especulações derivadas de estudos, leituras,
interpretações, pontos de vistas, hipóteses, lógicas. A única coisa de que se
tem certeza absoluta é que as peças atribuídas a Shakespeare marcaram
praticamente todos os séculos seguintes, começando pelo tempo em que viveu.
(Fonte: "William Shakespeare" em Só História. Virtuous Tecnologia da Informação, 2009-2020. Disponível na Internet em https://bit.ly/3aoQBhu)
Para ler biografias mais completas sobre William Shakespeare:
- FRAZÃO, Dilva. William Shakespeare - Dramaturgo e poeta inglês. Disponível em: ebiografia.com / https://bit.ly/3p2jrrN
Essa
é uma das histórias mais adaptadas que já existiram, em forma de filmes, teatro,
musicais, filmes para a televisão, animações, etc. Segundo consta, Charles
Dickens a escreveu às pressas, semanas antes do Natal, para poder pagar dívidas
que se acumulavam há meses. Mas, como todo grande autor, acabou escrevendo um
clássico, uma obra prima! A personagem principal dessa narrativa, Ebenezer
Scrooge, é um velho solitário, rabugento, egoísta e pão duro, que carrega consigo
mais de uma dezena de adjetivos negativos relativos à alma humana, mas que ao
longo da história vai se transformando. As personagens criadas por Dickens são
sempre do tipo caricatural, com suas características negativas ou positivas bem
acentuadas e no final da história sempre há uma lição a ser aprendida. Alguns
críticos e professores de literatura atribuem às descrições bem detalhadas das
personagens, em vários aspectos, a razão por sua obra se prestar tão bem às
adaptações para a dramaturgia, seja para o cinema, o teatro ou para a
televisão. No trecho abaixo, podemos ter uma ideia sobre isso:
"A
senhora Gamp era velha e gorda, com voz rouca e olhos úmidos, os quais
conseguia facilmente revirar e mostrar a parte branca. Tinha pescoço muito
curto, de modo que lhe custava muito virar para olhar seus interlocutores... O
rosto da senhora Gamp, o nariz especialmente, era vermelho e inchado, de modo
que era difícil apreciar sua companhia sem se recordar do cheiro
de bebida."
Dickens
tem mais de uma centena de personagens muito populares, conhecidos no mundo todo, assim
como sua obra. (Texto: André Luiz Gattás)
Abaixo
você pode ler trechos de algumas resenhas sobre este livro ou lê-las na
íntegra, acessando o link em destaque.
“
[...] O que eu mais gosto de ler nos livros clássicos passados nos séculos
XVIII e XIX é a chance de poder observar os costumes, os lugares, os
comportamentos e a vida das pessoas pelos olhos de alguém que viveu muito
daquilo que escreveu. Vocês podem achar minha afirmação um pouco óbvia, mas na
verdade ela não é tão tola assim, pois se vocês prestarem bem atenção nos
livros de escritores do século XX em diante, é possível, sim, você ver os
costumes europeus de antigamente, mas não de forma tão fiel, tão real e tão
prazerosa como acontece quando você lê, por exemplo, Um Conto de Natal, uma
história que se consagrou durante os anos
e que leva o leitor a observar toda a postura que alguns ricos tinham em
relação a pobreza, como alguns deles exploravam as crianças ao fazê-las
realizarem trabalhos infantis e principalmente, como o autor usa a sua própria
experiência de vida para nos contar tudo isso. [...]” (Fonte:
VITORINO, Isabelle. Resenha Especial: Um
Conto de Natal por Charles Dickens. Disponível em: mundodoslivros.com / https://bit.ly/384uuKp)
"[...]
Um Conto de Natal" do britânico Charles Dickens (1812-1870) é uma das
histórias mais famosas da literatura ocidental. O enredo nos traz a figura de
Ebenezer Scrooge, um avarento homem de negócios londrino, rabugento e
solitário, que não demonstra um pingo de bons sentimentos e compaixão para com
os outros. Scrooge não deixa que ninguém se aproxime e rompa a sua dura
carapaça, preocupando-se apenas com os negócios, o dinheiro e os lucros. No
anoitecer frio da véspera natalina, ele é visitado pelo fantasma de Jacob
Marley (seu antigo sócio comercial, morto há sete anos) que o repreende e
anuncia que Scrooge se prepare, pois será visitado por três espectros do seu
próprio passado, presente e futuro... A história da redenção do velho Scrooge
vêm comovendo adultos e crianças de todas as épocas. [...]” (Fonte:
VIEIRA, Luiza Helena. Resenha #343: Um Conto de Natal - Charles
Dickens (L&PM). Disponível em: balaiodebabados.com.br / https://bit.ly/38dwMHg)
“[...]
Um conto de Natal (A Christmas Carol) de Dickens evoca elementos inerentes ao
Natal como a solidariedade, gentileza, caridade, perdão e autoconhecimento em
um mundo marcado pelo egoísmo no século XIX, fato presente também na era
contemporânea. Ler Dickens é ressignificar a essência do Natal, partindo de
situações triviais que se tornam primordiais à vida em sociedade. [...]” (Fonte: Agnes Cássia. {Resenha} Um Conto de Natal (A Christmas Carol) – Charles Dickens. Disponível
em: gotasdeepifania.wordpress.com / https://bit.ly/34gC1Vr)
Assista abaixo à algumas vídeo-resenhas da obra.
(Fonte: canal Ler Antes de Morrer - Isabella Lubrano / YouTube / https://bit.ly/3aew7aR)
NASCIMENTO, Henrique. As
Adaptações de “Um Conto de Natal”, de Charles Dickens. Disponível em: médium.com
/ https://bit.ly/3gRRRuC
Aqui, uma das versões filmadas como um musical.
(Fonte: canal Tiago Mazzini / YouTube / Ebenezer
SCROOGE 1970 - O Adorável Avarento / legendado e dublado em português / https://bit.ly/2WmmvCI)
Visite o Charles Dickens Museum (dickensmuseum.com)onde foi sua antiga residência em Londres e com muitas coisas interessantes para ver, inclusive um tour interativo virtual!
QUEM FOI CHARLES DICKENS?
Charles Dickens (1812-1870)
foi um escritor inglês, autor dos romances “David Copperfield”, “Oliver Twist”,
“Christmas Carol”, entre outros. Foi o mais popular e humano dos romancistas
ingleses.
Mestre do suspense, do humor
satírico e do horror, retrata a Londres de sua época. Foi recebido pela Rainha
Vitória como um grande representante das letras inglesas.
Infância e Juventude Charles John Huffam Dickens,
conhecido como Charles Dickens, nasceu em Landport, no sul da Inglaterra, no
dia 7 de fevereiro de 1812, era filho de Elizabeth Barrow e de John Dickens. Seu pai era escriturário da
Tesouraria da Marinha na cidade de Portsmouth, mas vivia de empréstimos sem
conseguir pagá-los. Em 1822 resolve fugir para Londres, levando consigo a
família. Morando em um sótão de uma rua
pobre de Londres, em 1924, John é preso por dívidas. Com 12 anos, Charles
Dickens passou a trabalhar numa fábrica de graxa, onde permaneceu por vários
meses. Sua servidão termina e ele volta
à escola quando sua avó morre e seu pai recebe uma herança, com a qual paga as
dívidas e reconquista a liberdade. Charles Dickens volta a
estudar e entra na Wellington House Academy, mas logo teve que deixar a escola
e arrumar novo emprego. Em 1827 emprega-se como
aprendiz na casa de um procurador judicial. Aos 20 anos, estenógrafo diplomado,
coloca-se no jornal True Sun, para relatar reuniões parlamentares e campanhas
eleitorais. Em 1831 emprega-se como
repórter parlamentar. Viajando pelas províncias inglesas, se divertia anotando
episódios pitorescos. Primeiras Crônicas Em 1833, Charles Dickens envia
para o Monthly Magazine uma pequena crônica, sem assinatura. Um mês mais tarde,
verifica que seu texto fora publicado e era lido por muita gente. O sucesso o levou a redigir
uma série de crônicas em linguagem leve e fácil, narrando fatos reais e
fictícios da classe média londrina. Assinava-as com o pseudônimo
de "Boz", no Morning Chronicle, que era o jornal londrino de maior
circulação. Em 1835 publica “Esboço de Boz”, em dois volumes. Em 1837, “Boz” é convidado
para acrescentar textos aos desenhos do artista Seymour, para publicá-las em
capítulos mensais. Dickens aceita e impõe que, ao
invés de redigir de acordo com os desenhos, estes ilustrassem os seus textos.
Nasce assim “As Aventuras do Sr. Pickwick” (1837), obra publicada em
fascículos. Dickens conseguiu elaborar uma
obra de valor, que, de acordo com a mentalidade vitoriana, descrevia com
saudosismo uma Inglaterra romântica e irreal. Criou duas personagens,
“Pickwick” e “Sam Weller”, que recordam Dom Quixote e Sancho Pança, do espanhol
Cervantes. O Sucesso de Dickens O rápido êxito fazia Dickens
concluir um livro e iniciar outro, sem interrupção. A vaidade e a ânsia de
reconhecimento público não lhe permitiam descansar. Em 1838 publica “Oliver
Twist”, onde relata os infortúnios de um menino órfão que mora em um albergue e
trabalha em uma fábrica, de onde foge para conviver com marginais, mas não se
corrompe. A obra é um sombrio melodrama,
o mais sinistro de seus romances, considerado um ensaio social, onde descreve
os horrores do trabalho nas fábricas. No romance seguinte, “Nicolas
Nickleby” (1839), Dickens associa o cômico ao trágico. A obra é uma condenação
dos internatos, dirigidos por professores perversos e ignorantes. Em 1842 foi aos Estados
Unidos. A princípio recebido como ídolo, provocou a antipatia da imprensa
local, ao declarar, em um banquete em sua homenagem, que os editores americanos
não pagavam os direitos autorais aos romancistas ingleses. Em 1843, publicou “Contos de
Natal”, que é quase um conto de fadas e tornou-se parte integrante da mitologia
natalina anglo-saxônica. Ostros livros com o mesmo tema são: “O Carrilhão” e “O
Grilo na Lareira”, ambos de 1845. Em 1844 viaja à Itália,
estabelecendo-se em Gênova, de onde só retornaria um ano depois. Em 1845, Dickens viajou a
Paris, onde conheceu os maiores escritores franceses da época: Vitor Hugo,
George Sand, Théophile Gautier e Alphonse de Lamartine. Obra-Prima – David Copperfield Novamente em Londres, Charles
Dickens publica sua obra-prima “David Copperfield” (1850), quase uma
autobiografia. Apesar dos exageros típicos da
Era Vitoriana, o livro transmite uma poderosa experiência humana, e mais uma vez
combate as instituições inglesas: o mau tratamento dispensado às crianças nas
escolas, as condições dos operários e a humilhação do encarceramento por
dívidas. Muitas das criaturas que
marcaram a vida do autor estão presentes no romance. Grandes Esperanças (Great Expectations) Grandes Esperanças, (1860) foi
considerada mais uma das obras-primas de Charles Dickens. O livro conta a
história de desilusão e redenção pessoal de Philip Pirrip ou só “Pip”. Originalmente escrita em
folhetim, foi posteriormente publicada em três volumes. A obra foi adaptada
para a TV e para o cinema. Representação Teatral Charles Dickens ficou famoso e
era solicitado como orador. Depois do êxito com a leitura dramática de
“Carrilhões, Uma História de Duendes”, apresentou-se numa série de espetáculos
semelhantes. Entusiasmado, pediu ao amigo
Wilkie Collins uma peça, que redigiu “Abismo Gelado”. Na estreia, Dickens, suas
filhas mais velhas e Collins interpretaram os principais papeis e foram
aplaudidos calorosamente. Família Em 1836, Charles Dickens
casa-se com Catherine Hogarth, filha do redator chefe do Morning Chronicle, com
quem teve dez filhos. Depois de vinte anos de casado, se apaixona pela atriz
Ellen Ternan. Com medo de perder a estima
dos leitores, publica nos jornais uma longa declaração explicando que estava se
separando da esposa pela incompatibilidade de gênios. Embora amasse Ellen até o
fim da vida, não foi feliz. Morte Charles Dickens faleceu, em
consequência de um acidente vascular cerebral, em Higham, Inglaterra, no dia 09
de junho de 1870. Seu corpo foi sepultado na Abadia de Westminster. Encontra-se escrito em sua
lápide: “Apoiante dos pobres, dos que sofrem e dos oprimidos, com sua morte, um
dos maiores escritores da Inglaterra desapareceria para o mundo". A casa
em que morou foi transformada em museu.
A Japan House é uma iniciativa do governo japonês e está estabelecida em três grandes capitais mundiais: Londres, Los Angeles e São Paulo. Cada sede possui espaço para exposições, espaço multiuso com função audiovisual, espaço web, biblioteca, lojas, restaurantes e
cafeteria. A sede de São Paulo está localizada na Av. Paulista e sua fachada, idealizada pelo arquiteto Kengo Kuma, foi feita com cedro com mais de 70 anos e painéis em malha coberta com papel japonês artesanal "washi". A Japan House atua tanto como ponto de difusão da cultura japonesa como de expansão das atividades de intercâmbio na área de negócios e educação, além de outras. No site internacional, que abrange as três sedes mundiais, na seção "matérias", você encontrará reportagens com vídeos e textos muito interessantes relacionados a vida e cultura japonesas, tais como: washi, robótica, a casa, arroz, objetos laqueados, onsen, nihonshu, washoku, embrulhar, cães, a cerâmica japonesa. E no site da sede brasileira,
Endereço: Av. Paulista, 52, Bela Vista, Metrô Brigadeiro
2. INSTITUTO MOREIRA SALLES (IMS) - Av. Paulista, Estação Paulista L4 / Estação Consolação L2
O Instituto Moreira Salles (IMS) está presente em Poços de Caldas - MG, onde nasceu, Rio de Janeiro e São Paulo. Tem um grande acervo fotográfico, com mais de 2 milhões de imagens, mas também tem acervos de
música, literatura e iconografia. Promove exposições de artes plásticas e mostras de cinema. O IMS, também publica catálogos de exposições, livros de fotografia, literatura e música e também publica semestralmente a revista ZUM, sobre fotografia contemporânea nacional e internacional, e a revista Serrote, que é quadrimestral e tem ensaios e ideias em geral. Além do site institucional, o IMS abriga também mais de uma dezena de endereços virtuais, como a Rádio Batuta, com programas especiais e streaming 24h, os sites dedicados a Pixinguinha, Clarice Lispector e Ernesto Nazareth, o Correio IMS, com cartas de personalidades brasileiras, e o Blog do IMS, uma revista digital de cultura com conteúdo exclusivo. As revistas ZUM e serrotetambém contam com sites próprios.
3. INSTITUTO TOMIE OHTAKE - Pinheiros, metrô Faria Lima
O Instituto Tomie Ohtake, inaugurado em novembro de 2001, destaca-se por ser um dos raros espaços da cidade especialmente projetado, arquitetônica e conceitualmente, para realizar mostras nacionais e internacionais de artes plásticas, arquitetura e design.
Como homenageia a artista que lhe dá o nome, o Instituto desenvolve exposições que focalizam os últimos 60 anos do cenário artístico, ou movimentos anteriores que levam a entender melhor o período em que Tomie vem atuando, organizando mostras inéditas no Brasil como Louise Bourgeois, Josef Albers, Yayoi Kusama, Salvador Dalí, Joan Miró, entre outras.
Além de um programa de exposições marcante na cena cultural brasileira e que se desdobra em outras atividades como debates, pesquisa, produção de conteúdo, documentação e edição de publicações, o Instituto Tomie Ohtake desenvolve, desde a sua fundação, ampla pesquisa no ensino da arte contemporânea. Por isso, foi pioneiro na criação de novos processos para a formação de professores e de alunos das redes pública e privada, além de realizar uma série de atividades dirigidas ao público em geral e projetos de estímulo ao desenvolvimento da produção contemporânea. (Fonte: institutotomieohtake.org.br)
Assista aos vídeos abaixo para conhecer melhor o Instituto Tomie Ohtake e a própria artista que deu nome ao instituto.
Endereço: Av. Brigandeiro Faria Lima, 201, Pinheiros (entrada pela Rua Coropés, 88) - Metrô Faria Lima (linha amarela)
Telefone: (11) 2245-1900
4. FUNDAÇÃO MARIA LUISA E OSCAR AMERICANO - Morumbi, em frente ao Palácio dos Bandeirantes.
É um salão, localizado na
antiga residência de um casal que o cedeu para a cidade de São Paulo como um
lugar ao mesmo tempo de lazer e cultura, devido à presença de uma uma extensa
mata que pode ser comparada a um parque, e de uma vasta
diversidade de obras sobre a história do Brasil que podem ser consultadas. O
museu, que está na antiga casa de moradia do casal, conta com um acervo de
pinturas, tapeçarias prataria e também móveis.
Além disso, o espaço mantém uma agenda de concertos de música erudita, um salão de chá, um parque com 75.000 m², com vários exemplares de árvores de nossa flora e considerado uma das mais importantes reservas ecológicas da cidade, onde você pode passear, ler, meditar ou brincar com as crianças em meio à natureza.
Endereço: Av. Morumbi, 4077 -
Morumbi, São Paulo - SP, 05607-200
5. PLANETÁRIO ARISTÓTELES ORSINI - Parque do Ibirapuera o Planetário Aristóteles Orsini
foi o primeiro planetário do Brasil, inaugurado em janeiro de 1957, e é
administrado pela Prefeitura de São Paulo através da Universidade Aberta do
Meio Ambiente. O prédio é importante patrimônio histórico, científico e cultural,
tombado pelo Conselho Municipal de Tombamento e Preservação do Patrimônio
Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) e pelo
Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico
do Estado (Condephaat). No planetário funciona um
projetor ultrapassado do século passado da empresa de lentes alemã Carl Zeiss.
INFORMAÇÕES: Tipo: Planetário Fixo Capacidade máx.: 300 pessoas Diâmetro da Cúpula: 18 metros Marca: Zeiss Modelo: Star Master Instituição: Secretaria
Municipal do Verde e do Meio Ambiente Endereço: Av. Pedro Alvares Cabral - Portão 10, Parque
Ibirapuera E-mail:
agendamentoescolarplanetarioibirapuera@prefeitura.sp.gov.br Website: www.prefeitura.sp.gov.br/planetarios Telefone: (11)
5575 5206
Milton Hatoum, escritor manauara e considerado atualmente um dos maiores escritores contemporâneos, construiu uma história que é narrada por um dos personagens, alguém misterioso que se mostrará lá pelo meio da trama. Esse narrador foi testemunha de muitas histórias dessa família e guardou mudo durante anos os segredos e descalabros que testemunhou naquela casa. Essa história se passa na Manaus dos anos 40, época em que a Segunda Guerra Mundial já estava acontecendo, e nos conta sobre um conflito e a relação tumultuosa que havia entre dois irmãos gêmeos nascidos em uma família libanesa, mas que é tão brasileira quanto qualquer outra, com todos aqueles problemas como traumas, rixas, ciúmes e tensões existentes em todas as famílias, em geral. A obra foi adaptada para a televisão, tornando-se uma minissérie bastante fiel ao texto original, segundo alguns críticos. Ao mesmo tempo que é contada a história da família e das mudanças que vão ocorrendo ao longo da vida (com exceção da rixa entre os irmãos), vão sendo mostradas as mudanças que a cidade de Manaus também sofreu com o passar do tempo. O ciúme é um sentimento recorrente tanto entre os irmãos, já que o "caçula" dos dois (pelo fato de ter nascido apenas alguns minutos após o primeiro bebê), por ter a saúde debilitada, é extremamente paparicado pela mãe, enquanto que o primeiro é negligenciado. O pai também sente um ciúme enorme da esposa em relação aos filhos, os quais ele, na verdade, nunca queria ter tido. Há mais pessoas na casa: uma irmã menor e uma empregada índia e seu filho. Uma youtuber resenhista disse o seguinte: "Se você tem problemas familiares, você se identificará com essa história." Bem... quem não os tem, não é?
(Texto: André Luiz Gattás)
Leia abaixo os trechos de algumas resenhas sobre esta obra ou acesse o link para lê-las na íntegra.
Uma briga entre irmãos que nem a distância Manaus-Líbano é capaz de apaziguar. O escritor Milton Hatoum parte desse conflito para desenvolver um romance que esconde, sob a estrutura aparentemente banal de drama familiar, uma crítica social ainda hoje pertinente. Dois Irmãos já foi publicado em mais de dez países e é considerada uma das melhores obras brasileiras dos últimos quinze anos. [...] (Fonte: DOMINGOS, Mariane. [Resenha] Dois Irmãos. Disponível em: achadoselidos.com.br / https://bit.ly/3lRSjtK)
[...] Assim, é como se Hatoum estivesse seguindo o conselho do romancista russo, Tolstói(1828–1910): “Se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia”. Uma das características que destaca a obra de Hatoum é justamente este retrato de uma cultura que não pertence ao eixo Rio-São Paulo e de influências não eurocêntricas. [...] A narrativa avança e recua no tempo, cabendo ao leitor estabelecer uma cronologia linear. Os problemas vão sendo revelados aos poucos, encadeados para solucionar ou suspender os enigmas da história. Isto ocorre porque quem narra a história, como se verá, também é um personagem que participa dela muito de perto. Aos poucos o livro nos revela quem é este personagem e o que o motivou a contar esta história da qual ele é testemunha (e quando os eventos ocorreram antes de seu nascimento, os responsáveis por lhe contar as histórias da família são Halim e Domingas). [...] (Fonte: DUARTE, Pedro. Resenha do livro Dois Irmãos. Disponível em: medium.com / https://bit.ly/33T3zjg)
Assista abaixo algumas vídeo-resenhas sobre a obra.
Milton Hatoum é um escritor brasileiro, nascido em Manaus-AM em 1952, descendente de libaneses e considerado um dos maiores escritores brasileiros em atividade. Seus livros foram bastante premiados, com destaque para o romance Dois Irmãos, vencedor do prêmio Jabuti no ano de 2001 e traduzido para oito idiomas.
(Fonte: CARVALHO, Tamires de. [Resenha] Dois Irmãos, de Milton Hatoum. Disponível em: tamiresdecarvalho.com / https://bit.ly/3m0BTzf)
Milton Hatoum (Manaus, Amazonas, 1952). Romancista, contista, professor e tradutor. Destaca-se por retratar conflitos pessoais e familiares no contexto geográfico, histórico e sociocultural da Amazônia, inspirando-se em sua vivência como descendente de libaneses e como migrante pelo Brasil.
Muda-se para Brasília em 1967 e lá permanece até 1970, quando vai para São Paulo. Diploma-se arquiteto pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP) e, ainda nesta cidade, trabalha como jornalista e professor.
No início da década de 1980, viaja para a Europa e estuda literatura comparada na Sorbonne Université. De volta ao Brasil, leciona literatura francesa na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), entre 1984 e 1999.
Um dos procedimentos centrais na construção dos romances de Hatoum é a fusão entre o social e o existencial: trata das histórias particulares de certos personagens sem descuidar da observação do contexto social e histórico em que eles vivem. Esse contexto envolve quase sempre o processo de integração dos imigrantes originários do Oriente Médio no Norte do Brasil e as repercussões da ditadura militar brasileira naquela região.
A tendência a incluir acontecimentos históricos na ficção decorre do fato de Hatoum ser um escritor de uma minoria (como os libaneses no Brasil), o que o impele a registrar "a voz dos esquecidos: vozes do passado soterradas em um espaço problemático marcado por tentativas de assimilação".
Estilisticamente, a prosa de Hatoum varia pouco de livro a livro (o que denota a unidade interna de sua obra), sendo construída com base em narradores que optam sempre por um tom informal, fluente e coloquial. Além de "econômico", o estilo de Hatoum é "ao mesmo tempo poético, cheio de figurações e estranhamentos”.
O real e o fantasiado se emaranham na escrita devido à abundância e detalhamento das descrições. Para o autor, "ninguém escreve do nada. As coisas que escrevemos são resultado das nossas experiências. A vivência é importante para a voz do escritor. Não dá para escrever sem a experiência de vida. É por meio dela que os autores encontram sua voz", diz, na mesa da qual participa na Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), em 2016.
Mesclando elementos de suas memórias e experiências pessoais com o contexto sociocultural amazônico, Hatoum constrói narrativas complexas, que promovem reflexão sobre relações familiares e seus conflitos, miscigenação e relação entre culturas, colocando em discussão, por consequência, a tolerância ou intolerância ao outro.
"O estudo das relações entre a literatura e a cartografia merece uma análise além das formas convencionais de investigação diante das discussões recentes sobre espacialidade e mapas na literatura e da influência de novas abordagens nos debates cartográficos que convidam a repensar os mapas. Enquanto escritores mostram um interesse cada vez maior no potencial metafórico do mapa, cartógrafos começaram a investigar a natureza performativa e processual dos mapas e utilizar ferramentas cartográficas para revelar tramas e enredos. Apresento diversas abordagens para fortalecer esse diálogo interdisciplinar entre obras literárias e representações cartográficas. Inspirado em publicações recentes no campo da geografia cultural, argumento que conceitos como “evento”, “narrativa” e “história” podem abrir novos caminhos para o estudo da interface entre estudos literários e a cartografia como práticas socioculturais. Para realizar essa revisão bibliográfica uso uma estratégia inusitada através da qual pretendo questionar e quebrar a estrutura rígida das narrativas em obras literárias e aproximar as produções textuais mais da natureza simultânea e relacional dos mapas. O corpo do texto tem o caráter de um resumo e consiste em menos do que duas páginas, enquanto as notas de fim servem como verdadeiras seções de um artigo que não precisam ser lidas em ordem sequencial." SEERMANN, Jörn. Entre mapas e narrativas: reflexões sobre as cartografias da literatura, a literatura da cartografia e a ordem das coisas. Disponível em: revistas.ufpr.br / Biblioteca Digital de Periódicos / https://bit.ly/37A64If)
O ilustrador Roger Mello tornou-se, em 2014, o primeiro brasileiro a ganhar o prêmio Hans Christian Andersen, a maior honraria do mundo para autores de livros infantojuvenis. Em 2017, estreou na ficção adulta como escritor – mas, ao mesmo tempo, sem abandonar por inteiro o universo do desenho. Ainda que W não tenha um único rabisco, é na obsessão por cores e linhas que sua história toma corpo – uma história, aliás, nada comum na literatura contemporânea, seja pelo tema, seja pela atmosfera que cria.
Abaixo há trechos de uma das melhores resenhas sobre esse livro inusitado e belo.
[...] W é o personagem-narrador, um copista de mapas adotado ainda jovem por um cartógrafo. Embora não haja indicação direta, intui-se que a narrativa se passa principalmente no século XV, quando as grandes navegações estavam a todo o vapor e os mapas que assinalavam terras recém descobertas eram verdadeiros segredos de estado. Quando a história começa, o cartógrafo acaba de ser morto, executado. W permanece no ateliê com Egon, filho dele e seu irmão de criação, cartógrafo como o pai.[..] [..]Como copista, W ameaça trocar nomes de cidades e deixa brechas imperceptíveis nas muralhas das vilas que desenha, para possibilitar invasões imaginárias – um pouco como o revisor em História do cerco deLisboa, que acaba mudando o passado ao acrescentar propositalmente um não ao texto sobre a reconquista da Península Ibérica pelos europeus. Haveria um desejo íntimo de influir sobre a interpretação do passado por parte de quem escreve (ou desenha)? Afinal, o que fica de um fato a não ser a forma como o registramos? [...] [...] A certa altura, Egon parece acusar W por sua dissimulação, e ele se defende: “você fala como seu eu gostasse de esconder coisas entre as palavras”. Não é o que fazem todos os bons escritores? O cartógrafo é o viajante que não sai do lugar, diz em certo ponto. Idem o escritor, um expedicionário imóvel de questões mais amplas e profundas.[...] (Fonte: lombadaquadrada.com / https://bit.ly/33Gu8bd)
QUEM É ROGER MELLO?
Roger Mello nasceu em Brasília, em 20 de novembro de 1965, e atualmente mora no Rio de Janeiro. É formado pela Escola Superior de Desenho Industrial da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. No início de sua carreira, trabalhou ao lado de Ziraldo, na Zappin, e também se dedicou ao desenho animado.
Vem se destacando como ilustrador e autor de livros infantis, sendo um dos nomes mais aclamados pela crítica e pelo público. Suas cores fortes e quentes preenchem traços carregados de dramaticidade e espírito lúdico, emprestando às obras de outros escritores um clima marcadamente brasileiro e alegre.
Esse também é o tempero essencial de muitos de seus livros, escrevendo principalmente recontos de lendas e histórias do folclore, revelando nuanças da alma e dos feitos do povo.
Conquistou diversos prêmios por seus trabalhos como ilustrador, autor de livros de imagem e livros para criança, dramaturgo e produtor visual. Recebeu da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil os prêmios Malba Tahan, Luís Jardim, Ofélia Fontes, Melhor Ilustração e 15 prêmios Altamente Recomendável.
Outros prêmios conquistados foram: Prêmio Jabuti de Ilustração e de Melhor Livro Juvenil; Prêmio Especial Adolfo Aizen; Prêmio pelo Conjunto da Obra da UBE; Prêmio Monteiro Lobato; Prêmio Adolfo Bloch e da Fondation Espace Enfants (Suíça) o Grande Prêmio Internacional. Conquistou duas vezes o selo White Ravens da Biblioteca Internacional de Munique. Em razão dos seus vários trabalhos premiados, tornou-se hors-concours dos prêmios da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). Em 2014, ganhou o Prêmio Hans Christian Andersen, o mais importante prêmio infantojuvenil do mundo.
Se você já encarou a trilogia “O
Senhor dos Anéis”, de J. R. R. Tolkien, deve se lembrar que a “Terra-Média” é um universo
fantástico e fascinante. O universo criado por Tolkien, não se limita à saga de
Frodo, Sam, Aragorn e os outros membros da Sociedade do Anel. A trilogia deixa
claro que a Terra-Média é um mundo antigo com muitas histórias a serem
contadas, e essas histórias estão presentes em sua obra, talvez a melhor delas, O Silmarillion. Este livro consiste em
um conjunto de contos que abrangem as “silmarils”,
objetos de extremo valor, segundo a mitologia criada por Tolkien. Esse escritor tem uma
capacidade impressionante de criar universos complexos, trazendo vida a eles e
ligando personagens e locações com muita coesão e competência. Em O Silmarillion,
conheceremos histórias de eras anteriores às de O Senhor dos Anéis, com
personagens bastante interessantes e que muitas vezes são citados na famosa
trilogia como, por exemplo, Beren e Lúthien.
O Silmarillion é uma espécie de “Velho Testamento” da Terra-Média, e traz uma leitura um pouco mais densa e pesada se
o compararmos a outras obras de Tolkien, como O Hobbit e O Senhor dos Anéis.
Entretanto,
embora este livro tenha um conteúdo muito vasto e um tom mais sério, ele dá a
possibilidade ao leitor de ler os contos na ordem que quiser, sem
ter que seguir a sequência apresentada pelo livro, ou mesmo ler somente aqueles que lhe despertarem o interesse.
Tradução A tradução de um texto
estrangeiro para nossa língua não é tarefa fácil, principalmente quando se
trata de um texto literário, pois aí, então, é preciso atenção e cuidados redobrados.
E você sabe o porquê disso? Porque o tradutor precisa passar a essência da obra
original e também o “tom” desse texto, respeitando as diretrizes dadas pelo
autor e tomando cuidado com diversos
detalhes que não podem passar desapercebidos,
caso contrário o valor estético e artístico da obra seria extremamente
prejudicado. Portanto, um bom tradutor é aquele que é um especialista em
determinado assunto daquela língua, e no caso de literatura, especialista no autor,
além de ter que possuir um amplo conhecimento sobre a língua em questão e a
cultura expressa pela mesma. No caso desse exemplar de O Silmarillion, da Editora
HarperCollins, a tradução feita por Reinaldo José Lopes resultou em um
excelente trabalho, já que ele é literalmente um dos maiores especialistas na
obra de Tolkien. Então, se você já é fã de
Tolkien, este livro é uma ótima escolha, apresentando o emblemático universo da
Terra-Média, tão precioso quanto uma “silmaril”!
(Fonte das ilustrações em desenho: wallpaperaccess.com) / (Texto: André Luiz Gattás)
Abaixo você pode ler alguns trechos de resenhas desta obra literária ou acessá-las na íntegra através do link.
[...] Venho adiando a leitura desse livro há uns 10 anos (um recorde pessoal), mas finalmente decidi me dedicar a essa obra épica do mestre Tolkien. O motivo de tanta demora era que sempre ouvia dizer que O Silmarillion era de leitura difícil e lenta – o que é verdade, mas também é uma experiência maravilhosa para quem ama o universo de O Senhor dos Anéis, e essencial pra quem quer entendê-lo com mais profundidade. [...]
[...] Dificilmente essa obra teria conquistado popularidade e retorno financeiro se fosse lançada antes do megassucesso de O Senhor dos Anéis. Não à toa, a maioria dos críticos e dos fãs da mitologia recomenda que o volume seja apreciado por último, depois de se familiarizar com o universo de Tolkien lendo as obras antecessoras como O Hobbit e a própria saga do anel. [...] Mas exige paciência que muitos podem não ter, especialmente se não for um letrado nesse universo, que naturalmente absorve tudo com ar de curiosidade e fascínio; porque, além de tudo, de conter as qualidades de uma boa estória, é uma excelente expansão do universo que, tirante uma e outra incongruência, harmoniza-se ao que foi primeiramente estabelecido. [...]
[...] O Silmarillion é uma leitura que requer atenção e paciência do leitor, pois aqui Tolkien nos apresenta dezenas de histórias distintas, são novelas e contos sobre Arda, mais conhecida como a Terra Média. Essas histórias começam precisamente com a criação de Arda, passando pela primeira e segunda eras, mas também o começo da terceira era, período em que está ambientada as histórias de O Hobbit e a saga de O Senhor dos Anéis, ou seja, esse livro pode ser considerado o "velho testamento" da Terra Média. [...]
[...] O mais legal de "O Silmarillion" é justamente a quantidade de personagens que fogem dos que conhecemos em "O Hobbit" e "O Senhor dos Anéis", exceto por alguns que possuem passagens importantes ou breves nesse livro, como é o caso de Galadriel e Gandalf. Muitos conhecem a ferocidade de Sauron e o temor que ele inflige na Terra Média, mas quem é ele perto de Morgoth? (uma clara alusão à Lúcifer, o anjo caído). [...]
CASTRO, Yvens. [Resenha #746] O Silmarillion - J. R. R. Tolkien. Disponível em: sagaliteraria.com.br / https://bit.ly/39Lay1H)
(Fonte: canal O Bolseiro / YouTube / https://bit.ly/39Df81E)
QUEM FOI J. R. R. TOLKIEN?
Sir John Ronald Reuel Tolkien, CBE (Commander of the Order of the British Empire), conhecido internacionalmente por J. R. R. Tolkien (nasceu em Bloemfontein, Estado Livre de Orange, em 3 de janeiro de 1892, e faleceu em Bournemouth, Inglaterra, em 2 de setembro de 1973), foi um premiado escritor, professor universitário e filólogo britânico, nascido na África, que recebeu o título de doutor em Letras e Filologia pela Universidade de Liège e Dublin, em 1954, e autor das obras como O Hobbit, O Senhor dos Anéis e O Silmarillion. Em 28 de março de 1972 Tolkien foi nomeado Comandante da Ordem do Império Britânico pela Rainha Elizabeth II.
Tolkien nasceu em Bloemfontein, na República do Estado Livre de Orange, na atual África do Sul, e, aos três anos de idade, com a sua mãe e irmão, passou a viver na Inglaterra, terra natal de seus pais, tendo naturalizando-se britânico. Desde pequeno fascinado pela linguística, fez a licenciatura na faculdade de Letras em Exeter. Participou ativamente da Primeira Guerra Mundial, onde começou a escrever os primeiros rascunhos do que se tornaria o seu "mundo secundário", complexo e cheio de vida, denominado Arda, palco das suas mundialmente famosas obras como “O Hobbit”, “O Senhor dos Anéis” e “O Silmarillion”, esta última, sua maior paixão, postumamente publicada, que é considerada a sua principal obra, embora não a mais famosa.
Tornou-se filólogo e professor universitário, tendo sido professor de anglo-saxão (e considerado um dos maiores especialistas do assunto) na Universidade de Oxford de 1925 a 1945, e de inglês e literatura inglesa na mesma universidade de 1945 a 1959. Mesmo precedido de outros escritores de fantasia, tais como William Morris, Robert E. Howard e E. R. Eddison, devido à grande popularidade do seu trabalho, Tolkien ficou conhecido como o "pai da moderna literatura fantástica". A suas obras foram traduzidas para mais de 34 idiomas, vendeu mais de 200 milhões de cópias e influenciou toda uma geração.
Católico convicto, Tolkien foi amigo íntimo de C.S. Lewis, autor de “As Crônicas de Nárnia”, ambos membros do grupo de literatura The Inklings. Juntos planejaram, na década de 1940, escrever um livro sobre a língua, que seria publicado na década seguinte. O livro, que se chamaria "Linguagem e Natureza Humana", no entanto, nunca chegou a ser publicado.
Em 2009, a revista Forbes listou as 13 celebridades mortas que mais lucraram no respectivo ano. Tolkien alcançou a quinta posição, com ganhos estimados em 50 milhões de dólares. Michael Jackson e Elvis Presley ficaram em primeiro e em segundo lugar, respectivamente.
Em 2011, foi anunciado que uma versão cinematográfica do livro Mirkwood: A Novel About J. R. R. Tolkien, que narra de forma fictícia a vida do autor, seria produzido e lançado em 2012.
LEIA TAMBÉM:7 Coisas Que Você Não Sabia Sobre J. R. R. Tolkien
(NASCIMENTO, Toni. 7 Coisas Que Você Não Sabia Sobre J. R. R. Tolkien. Disponível em: https://bit.ly/3ojdjLy)
“Da bem-aventurança e da
alegria na vida há pouco a ser dito enquanto duram; assim como as obras belas e
maravilhosas enquanto perduram para que os olhos as contemplem, são registros
de si mesmas; e somente quando correm perigo ou são destruídas é que se
transformam em poesia.” (J. R. R. Tolkien)